1. Juros reais de longo prazo atingem 6%, maior nível desde outubro

Em meio a um contexto de incertezas econômicas, impulsionado pela instabilidade das contas públicas e pela recente elevação das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, o mercado financeiro reage com projeções cada vez mais altas. Nesse cenário, o juro real de longo prazo, que reflete as expectativas dos investidores para o futuro ao descontar a inflação, se aproxima dos 6%, alcançando seu patamar mais elevado desde outubro do ano anterior.

Os juros reais de mercado, derivados dos títulos indexados à inflação (NTN-Bs) com vencimento em agosto de 2050, aumentaram de 5,47% no início do ano para 5,93% recentemente. Essa tendência se refletiu nos leilões de títulos públicos do Tesouro Nacional, como observado na última operação em que foram vendidas 150 mil NTN-Bs com vencimento em 2060 a uma taxa de 5,9493%, registrando o patamar mais elevado do ano. Esse movimento ascendente acompanha a tendência dos juros nominais, que recentemente se aproximaram dos 11%, e é influenciado, em parte, pelo aumento das taxas nos Estados Unidos, onde os juros reais de dez anos passaram de 1,74% para 2% desde o início do ano, fortalecendo a percepção de que as taxas globais necessitam ser revistas para cima.

Valor: Juro real de longo prazo chega perto de 6%, maior nível desde outubro

2. Pagamentos instantâneos: Bancos Centrais de sete países farão teste com tecnologia de tokens

O Banco de Compensações Internacionais (BIS) liderará um projeto de teste envolvendo sete bancos centrais, incluindo o Federal Reserve Bank de Nova York, com o objetivo de experimentar um novo sistema de registro de transações que poderá levar a pagamentos instantâneos em nível global, similar ao sistema brasileiro Pix. O sistema proposto utilizará tokens, uma forma digital de registro que assegura a autenticidade e integridade dos valores transacionados. Em colaboração com entidades privadas, os bancos centrais planejam testar o uso conjunto de suas moedas digitais locais e depósitos em bancos comerciais, os quais seriam registrados em uma plataforma internacional unificada.

Participarão do programa – denominado Projeto Agora – o Federal Reserve Bank de Nova York, além dos bancos centrais do Japão, Coreia do Sul, México, Suíça, Inglaterra e França, este último representando a rede de bancos centrais da Zona do Euro. O objetivo é superar os desafios existentes nos pagamentos internacionais devido às disparidades legais, regulatórias, técnicas e de fusos horários. A tokenização oferece vantagens ao combinar funcionalidades de mensagens instantâneas com mecanismos de liquidação de pagamentos e transações, buscando tornar os pagamentos internacionais mais eficientes e acessíveis.

O Globo: ‘Pix global’: sete bancos centrais farão teste com token para pagamentos instantâneos

3. Investimentos em veículos elétricos e hidrogênio verde: potencial de R$ 2,2 trilhões em energia renovável no Brasil

Com o avanço da eletrificação dos veículos e o crescimento da produção de hidrogênio no Brasil, estima-se que a demanda adicional por energia necessitará de investimentos de R$ 2,2 trilhões até 2050. Esse montante visa instalar cerca de 540 gigawatts (GW) de energia renovável, como solar e eólica, conforme apontado por um levantamento do Portal Solar, empresa especializada em projetos fotovoltaicos.

Segundo o estudo, a transição energética da frota atual de veículos do país resultará em uma demanda adicional de 403 terawatts-hora/ano (TWh/ano), o que equivale aproximadamente à capacidade total de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Isso exigirá um acréscimo de 270 GW de capacidade instalada. Além disso, a demanda por energia deverá crescer devido ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), à eletrificação de outros setores, como a indústria, e à produção de hidrogênio verde.

O mercado de energia solar cresceu exponencialmente no Brasil nos últimos anos, saindo de 8 megawatts (MW) para 32 mil MW de capacidade instalada até o momento, tornando-se a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, atrás apenas da energia hídrica.

Estadão: Veículos elétricos e hidrogênio verde devem atrair R$ 2,2 trilhões ao País para energia renovável

4. PIB: mercado eleva expectativa para 2024 pela 7ª semana seguida

Os analistas de mercado consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus mantiveram, pela 14ª semana seguida, a expectativa para a taxa Selic no final de 2024. Além disso, a mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou pela 7ª semana consecutiva, atingindo 1,89% – um aumento de 0,04 ponto percentual em relação à previsão anterior. O IPCA para 2024 permaneceu em 3,75%, enquanto a divulgação das estimativas foi adiada devido a uma operação padrão dos servidores da instituição.

Quanto à taxa básica de juros, a Selic, a projeção do mercado permaneceu em 9% pela 14 semana seguida, com as expectativas para 2025 e 2026 se mantendo em 8,50%. Já a expectativa para o câmbio se manteve em R$ 4,95 para o fim deste ano, passando a R$ 5,00 para o término de 2025.

Exame: Boletim Focus: mercado eleva projeção do PIB de 2024 pela 7ª semana consecutiva, para 1,89%

5. Saldo positivo da balança comercial do Brasil dobra em janeiro e fevereiro

O saldo positivo da balança comercial de bens do Brasil dobrou em janeiro e fevereiro, com as exportações superando as importações em US$ 7,77 bilhões, em comparação com US$ 3,13 bilhões no mesmo período de 2023. Esse aumento é atribuído ao crescimento das exportações, totalizando US$ 51,1 bilhões neste ano, em contraste com US$ 44,3 bilhões no ano anterior. As importações também registraram um aumento, passando de US$ 41,17 bilhões para US$ 43,37 bilhões nos primeiros dois meses de 2024, conforme dados atualizados pelo Banco Central do Brasil nesta semana.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) já havia reportado um saldo recorde na balança comercial para janeiro e fevereiro, alcançando US$ 11,94 bilhões. Além disso, o Banco Central acompanha outras métricas, como as compras de energia elétrica e as encomendas postais internacionais, como parte das transações correntes do país, que também incluem a balança de serviços e a conta da renda primária. 

O Globo: Saldo positivo da balança comercial dobra nos dois primeiros meses do ano