1. China oferece US$ 100 bilhões ao Brasil na cúpula do Brics

A 11ª reunião de cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ocorrida em Brasília, foi a oportunidade para o presidente Jair Bolsonaro se aproximar da China, independentemente de seu forte alinhamento com os EUA. O gigante asiático anunciou um fundo de US$ 100 bilhões para o governo brasileiro nos próximos cinco anos, especialmente em parcerias na área de infraestrutura. O valor é superior a investimentos e empréstimos dos últimos dez anos (US$ 90 bilhões). Bolsonaro criticou, durante o encontro, encerrado na quinta-feira, o baixo financiamento oferecido aos brasileiros pelo banco do Brics, US$ 1,1 bilhão frente aos US$ 2 bilhões recebidos pelos demais membros. Em manifesto final da reunião, os líderes ignoraram a tensa situação na Bolívia, Venezuela e Chile e defenderam maior relação comercial. A exemplo disso, Bolsonaro agendou visita à Índia, em 26 de janeiro, para avançar as conversas sobre acordos comerciais e de cooperação em biocombustíveis, tecnologia e ciência.

Folha de S.Paulo: China oferece fundo de US$ 100 bilhões ao Brasil
Valor Econômico: Brics ignora crise em países sul-americanos
Folha de S.Paulo: Guedes fala em livre-comércio com a China, mas recua

2. Bolsonaro abandona o PSL e inicia criação de partido próprio

O presidente Jair Bolsonaro anunciou oficialmente a sua saída do PSL (Partido Social Liberal), legenda pela qual se elegeu. Após um mês de atritos partidários internos, que se tornaram públicos, Bolsonaro já iniciou as tratativas para criar o “Aliança pelo Brasil”, que será a nona legenda do presidente da República desde que entrou para a política, em 1980. A nova agremiação atrai bolsonaristas do PSL e já há disputa para que parte do fundo partidário de R$ 440 milhões até 2022 possa migrar para o Aliança pelo Brasil. Em reunião com parlamentares do PSL, Bolsonaro afirmou que já está em andamento o processo de coleta de 500 mil assinaturas para que a nova sigla seja registrada na Justiça eleitoral. A legenda só poderá disputar as eleições do ano que vem se o registro estiver concluído até abril de 2020. A primeira convenção do Aliança pelo Brasil foi agendada para o dia 21, em Brasília. Veja análise sobre o cenário político no Brasilia Report.

Valor Econômico: Bolsonaro anuncia saída do PSL e criação de outro partido
O Globo: 26 dos 53 deputados do PSL devem seguir Bolsonaro
O Estado de S. Paulo: Leia o manifesto do partido criado por Bolsonaro
Folha de S.Paulo: Aliados de Bolsonaro buscam o apoio de evangélicos

3. Governo reduz impostos para empresa que contratar jovens

O governo federal criou o programa Emprego Verde e Amarelo, que reduz imposto para empresas que oferecerem o primeiro trabalho para jovens de 18 a 29 anos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que utiliza classificação de faixa etária própria, a taxa de desemprego no segundo trimestre era de 25,8% entre jovens de 18 a 24 anos. Para a população como um todo, atingiu 12%. O IBGE ainda não divulgou o índice de desemprego por idade no terceiro trimestre, mas a média geral ficou em 11,8%. O governo pretendia estender a redução da carga tributária também para as empresas que contratassem trabalhadores com mais de 55 anos, mas recuou. Segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, o governo levou em conta a questão fiscal para limitar o programa a jovens. “Tivemos que fazer uma opção e optamos por esse grupo de jovens, que é fragilizado e tem índice mais alto de desemprego”, disse.

Folha de S.Paulo: Governo reduz imposto para empresa que empregar jovens

4. Seguro obrigatório para vítima de acidente de trânsito é extinto

O governo decidiu extinguir o seguro obrigatório pago por todos os proprietários de veículos no Brasil para cobrir despesas de indenizações com vítimas de acidentes de trânsito independentemente de quem for culpado. O DPVAT existe desde 1974 e o valor do prêmio obrigatório pago todos os anos pelos donos de veículos varia de R$ 16,21 a R$ 84,58. Por meio de nota, o governo informou que a decisão “tem o potencial de evitar fraudes e amenizar ou extinguir os elevados custos de supervisão e de regulação com o seguro”. Para o governo, a extinção do prêmio não deixará o cidadão desassistido, pois ele poderá utilizar a rede de saúde pública ou solicitar benefícios pagos pela Previdência Social. Por ter sido determinada em Medida Provisória, a extinção do seguro obrigatório entra em vigor, mas se não for aprovada pelo Congresso em 120 dias, pode voltar a valer. No primeiro semestre deste ano foram pagas 155.032 indenizações por mortes, invalidez e gastos hospitalares. Em 2018, o seguro arrecadou R$ 4,6 bilhões. Desse total, gastou 50% com pagamentos de prêmios, repassou 45% para o Sistema Único de Saúde e destinou 5% para educação de trânsito.

O Estado de S. Paulo: Governo extingue seguro obrigatório de trânsito
O Globo: Para governo sistema era corrupto e ineficiente

5. Negros já são maioria nas universidades públicas do país

Pela primeira vez na história do país, estudantes negros são a maioria em universidades públicas. É o que revela pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Alunos que se autodeclaram pretos e pardos representam 50,3% dos inscritos. Em 2016, eram 49,5%. Em 2017, 49%. Mesmo com a evolução registrada, o índice está abaixo da base demográfica no país, pois 56% dos brasileiros são negros. Segundo o IBGE, o avanço da igualdade no ensino superior público se deve em maior grau ao sistema de cotas raciais em universidades e outras políticas de democratização do acesso à educação superior. Mas, quando o assunto é trabalho, a desigualdade se mantém. Segundo o mesmo IBGE, os trabalhadores brancos possuem renda 74% superior à dos negros.

O Estado de S. Paulo: Negros são maioria nas universidades públicas
Folha de S.Paulo: Brancos têm renda 74% superior à dos negros, diz IBGE

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.