Brasil

Sexta-feira, 31 de abril de 2020

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1. STF dá aval a inquérito sobre acusações contra presidente

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a abertura de inquérito para investigar denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro feitas pelo ex-ministro Sergio Moro. O chefe do Executivo foi acusado de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. O STF entendeu que há elementos na fala de Moro que justificam uma investigação prévia, que pode ou não resultar na abertura de processo. O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que tem prerrogativa de acionar o presidente da República na Justiça. Em entrevista para anunciar a sua saída do governo, Moro afirmou que Bolsonaro decidiu trocar a direção-geral da PF porque gostaria de ter acesso a informações de inquéritos sobre a família dele, também no STF. No mesmo dia em que foi acusado, Bolsonaro negou e disse que Moro queria condicionar a troca do comando da Polícia Federal à sua indicação para ocupar uma vaga no Supremo. “O ministro que saiu fez acusações e é bom que ele comprove, até para minha biografia, tá OK?”.

Valor Econômico: STF autoriza abertura de inquérito contra presidente
Folha de S.Paulo: Presidente diz que ex-ministro terá de provar acusações
O Estado de S. Paulo: Presidente não está acima da lei, diz ministro do STF
Folha de S.Paulo: Hipótese de impeachment divide o país, diz pesquisa
O Globo: Saiba mais sobre a abertura do inquérito

2. Ministro da Justiça assume, mas STF veta novo chefe da P

Após a turbulenta troca de acusações entre o ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, o advogado André de Almeida Mendonça foi anunciado como o novo ministro da Justiça. Ele estava à frente da Advocacia Geral da União, é pastor da Igreja Presbiteriana, não faz parte do círculo mais próximo da família presidencial e tem bom trânsito entre os ministros do Supremo Tribunal Federal. Para a diretoria geral da Polícia Federal, Bolsonaro anunciou o nome de Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência e homem de confiança do presidente e de seus filhos, especialmente o vereador Carlos Bolsonaro. O STF, no entanto, acolheu mandado de segurança que apontou abuso de poder na indicação de Bolsonaro e proibiu a posse de Ramagem. Contrariado, o presidente afirmou horas depois da proibição que ainda pretende colocar Ramagem no comando da Polícia Federal. “Quem manda sou eu”, afirmou.

Folha de S.Paulo: Novo ministro da Justiça dialoga com STF
O Globo: Mendonça diz que fará “trabalho técnico” no ministério
Folha de S.Paulo: Supremo suspende posse no comando da PF
O Globo: ‘Quem manda sou eu’, diz Bolsonaro

3. Embraer pede compensação da Boeing por desistir de acordo

A Embraer abriu processo internacional de arbitragem para obter ressarcimento da Boeing devido à extinção do acordo comercial entre as companhias. Com o fim do contrato, negociado desde 2017, a Boeing deixará de pagar US$ 4,2 bilhões à empresa brasileira de aviação. A companhia norte-americana, que registrou prejuízo de US$ 641 milhões no primeiro trimestre deste ano, afirma que a Embraer deixou de cumprir algumas pré-condições previstas em contrato, o que a empresa brasileira nega. A Embraer quer que a Boeing a compense por perdas de pelo menos R$ 500 milhões. Segundo o secretário especial de Produtividade Ministério da Economia, Carlos Da Costa, o rompimento já era esperado. O valor de mercado da Embraer, que era de US$ 3,6 bilhões na ocasião do acordo, é de US$ 1,1 bilhão atualmente.

Valor Econômico: Embraer quer ressarcimento da Boeing
Folha de S.Paulo: Embraer abre processo de arbitragem contra Boeing
Valor Econômico: Boeing registra US$ 641 milhões de prejuízo

4. Taxa de confiança desaba entre consumidores e comerciantes

A Fundação Getulio Vargas registrou o mais baixo Índice de Confiança do Consumidor brasileiro dos últimos 15 anos, desde quando começou a calcular o indicador. O índice de abril caiu de 80,2 para 58,2 pontos em um mês. Entre os itens que compõem o indicador, a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança ao despencar 35,6 pontos, para 21,1 pontos, o menor desde 2005. Também houve queda de 29,4 pontos no otimismo com relação as finanças da família. Segundo o levantamento, houve perda de confiança para consumidores em todas as classes de renda, principalmente para famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil). “O pessimismo em relação aos próximos meses é homogêneo entre as diversas classes de renda e isso faz com que todos coloquem o pé no freio em relação ao consumo”, disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da FGV. A mesma queda de otimismo foi detectada no comércio, que desabou de 88,1 para 61,2 pontos, o menor índice verificado em toda a série histórica, que foi iniciada em 2010.

O Globo: Confiança despenca entre comerciantes e consumidores

5. Mortes aumentam e presidente afirma que ‘não faz milagre’

O Brasil superou nesta semana o número de mortes pelo coronavírus registradas na China, o primeiro país a enfrentar a doença em grandes proporções. O país já ultrapassou a marca de 5.500 óbitos pelo Covid-19 registra dezenas de milhares de infectados pelo vírus. O avanço da doença, principalmente em São Paulo, que registra o maior número de casos, começa a comprometer severamente o atendimento hospitalar. Segundo o governo estadual, 89% dos leitos em UTIs na Região Metropolitana de São Paulo estão ocupados. No Estado, a taxa de ocupação era de 69,3%. Indagado sobre o fato de o país ter superado o número de mortes na China, o presidente da República criticou governadores e prefeitos e disse que não é culpa dele. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre”, disse o presidente, cujo nome completo é Jair Messias Bolsonaro.

O Globo: Mortes no Brasil superam o total registrado na China
Folha de S.Paulo: Presidente critica governadores
G1: ‘Sou Messias, mas não faço milagre’, diz Bolsonaro sobre mortes
O Globo: Especialistas veem subnotificação de casos
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia