Brasil
04 de Abril de 2025

1. EUA impõem tarifa de 10% sobre produtos brasileiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados do Brasil. A medida faz parte de uma nova estratégia comercial americana para corrigir o que Trump chamou de “injustiças” nas relações comerciais do país. O anúncio foi feito durante um evento na Casa Branca, onde o presidente afirmou que essa política fortalecerá a indústria e o mercado de trabalho nos EUA.
As tarifas entrarão em vigor imediatamente e se somam a outras medidas protecionistas já adotadas, como a taxa de 25% sobre importações de aço e alumínio em março. Atualmente, a balança comercial entre os dois países é deficitária para o Brasil, que exportou US$ 40,3 bilhões para os EUA em 2024, enquanto importou US$ 40,6 bilhões, resultando em um superávit de US$ 283 milhões para os norte-americanos.
Entre os principais produtos brasileiros exportados para os EUA estão óleos brutos de petróleo (14%), ferro e aço (8,8%) e aeronaves (6,7%). Já os produtos mais importados do mercado americano incluem motores e máquinas não elétricos (15%), óleos combustíveis (9,7%) e aeronaves (4,9%). O impacto da nova tarifa ainda será avaliado, mas a medida pode dificultar a competitividade de produtos brasileiros no mercado americano e intensificar as tensões comerciais entre os dois países.
CNN Brasil: Trump anuncia tarifa recíproca de 10% para o Brasil
G1: Brasil está entre os menos impactados por tarifas de Trump; o que acontece agora
2. Pesquisa aponta piora na percepção sobre o País
A pesquisa Genial/Quaest revelou que 56% dos brasileiros acreditam que a economia piorou nos últimos 12 meses, um aumento significativo em relação a janeiro, quando essa percepção era de 39%. Além disso, 53% dos entrevistados afirmaram que está mais difícil conseguir um emprego, e 81% consideram que o poder de compra caiu em relação ao ano anterior. A maioria também notou aumento nos preços de alimentos (88%) e combustíveis (70%), o que reforça a insatisfação com a situação econômica do país.
O levantamento também indicou que a desaprovação do governo Lula subiu para 56%, enquanto a aprovação caiu para 41%. A insatisfação é maior entre homens (59%), jovens de 16 a 34 anos (64%) e pessoas com ensino superior completo (61%). A região Nordeste ainda apresenta um equilíbrio entre aprovação e reprovação (52% contra 46%), enquanto o Sudeste e o Sul registram maior rejeição ao governo. Em comparação com gestões anteriores, 53% dos entrevistados acreditam que o atual governo é pior que os mandatos anteriores de Lula, e 43% o consideram inferior à administração de Jair Bolsonaro.
G1: Quaest: 56% consideram que economia brasileira piorou nos últimos 12 meses
3. Governo destaca avanços da economia solidária
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, receberam representantes da economia solidária no Palácio do Planalto para discutir os avanços desse modelo econômico no Brasil. Durante o encontro, Lula reafirmou o compromisso do governo em criar condições para que empreendimentos solidários se fortaleçam e gerem desenvolvimento sustentável. Foram apresentadas experiências bem-sucedidas, como cooperativas de catadores, bancos comunitários e a Justa Trama, marca de algodão agroecológico que envolve trabalhadores de cinco estados.
Dentre os casos apresentados, destacou-se o Banco Palmas, primeiro banco comunitário do Brasil, que se expandiu para 182 unidades em todo o país, oferecendo crédito acessível e fortalecendo o comércio local. Também foram compartilhadas iniciativas inovadoras, como o aplicativo de mobilidade Liga Coop e cooperativas agrícolas sustentáveis. O governo enfatizou a importância de políticas públicas para impulsionar a economia solidária, promovendo inclusão social e oportunidades para milhares de trabalhadores brasileiros.
Agência GOV: Governo Federal recebe representantes da economia solidária e destaca avanços do setor
4. Previsão de crescimento da economia reduzida
A projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi ligeiramente reduzida, passando de 1,98% para 1,97%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Apesar da leve queda, a estimativa para 2026 foi mantida em 1,6%, e para 2027 e 2028, o mercado prevê um crescimento de 2% ao ano. Em 2024, a economia brasileira teve um crescimento de 3,4%, consolidando quatro anos consecutivos de expansão. No câmbio, a previsão para o dólar ao fim de 2025 é de R$ 5,92.
A inflação segue acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, com o IPCA projetado em 5,65% para este ano. Para conter a alta dos preços, o Banco Central mantém uma política monetária restritiva, com a taxa Selic fixada em 14,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que novos aumentos podem ocorrer, ainda que em menor magnitude. A alta dos juros busca conter a inflação, mas também pode impactar o crescimento econômico ao encarecer o crédito e desestimular o consumo.
Agência Brasil: Mercado reduz previsão para expansão da economia em 2025
5. Banco Central anuncia Pix como garantia de empréstimos
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou que o Pix será modernizado com novas funcionalidades, incluindo o Pix Garantido, que permitirá o uso do sistema de pagamentos instantâneos como garantia para obtenção de crédito. O objetivo é facilitar o acesso a empréstimos para empresas que possuam recebíveis futuros. Além disso, o BC também prevê melhorias no Pix por aproximação e o lançamento do Pix parcelado em setembro, modalidade que funcionará de forma semelhante ao parcelamento com cartão de crédito, mas com taxas de juros potencialmente menores.
Outra prioridade do BC será o reforço da segurança do Pix, com medidas para rastrear transações suspeitas e prevenir fraudes, como a exclusão de milhões de chaves vinculadas a CPFs irregulares. Galípolo também mencionou a continuidade no desenvolvimento do Drex, a versão digital do real, que enfrenta desafios técnicos relacionados à privacidade e à fiscalização. O Banco Central completa 60 anos com um foco renovado na inovação e na ampliação do acesso ao crédito.
Agência Brasil: Presidente do BC anuncia uso de Pix como garantia de empréstimos