Brasil

7 de Fevereiro de 2025

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1. Banco Central mantém perspectiva de alta nos juros, avaliando o cenário inflacionário como desafiador

A inflação deve permanecer acima do limite de tolerância da meta nos próximos seis meses, segundo o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) do Brasil, configurando descumprimento sob o novo regime contínuo de metas. Caso a previsão se confirme, o presidente da instituição terá de justificar formalmente ao Ministério da Fazenda o não cumprimento da meta e apresentar medidas corretivas. A expectativa atual é de uma taxa de inflação acumulada em 12 meses acima de 4,5%, com a meta central estipulada em 3%.

Diante da persistência de vetores inflacionários adversos, incluindo pressões cambiais, alta nos preços de alimentos e serviços e expectativas desancoradas, o Copom sinalizou que o ciclo de alta de juros pode ser prolongado. A Selic, atualmente em 13,25% ao ano, deve subir para 14,25% na próxima reunião, com possibilidade de novas elevações. O comitê também observou sinais iniciais de desaceleração econômica, embora insuficientes para garantir a convergência da inflação à meta, reforçando a necessidade de uma política monetária mais restritiva.

Exame: Copom não deve cumprir meta de inflação até junho e pode prolongar ciclo de alta de juros
O Globo: BC admite em ata do Copom que inflação pode estourar meta em junho

2. Dívida Pública Federal atinge R$ 7,3 trilhões e pode superar R$ 8 trilhões em 2025

A dívida pública federal (DPF) fechou 2024 em R$ 7,316 trilhões, um aumento de 12,2% em relação ao ano anterior, mantendo-se dentro do intervalo previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF). O Tesouro Nacional projeta que o estoque da dívida pode alcançar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até o final de 2025.

O plano para este ano prevê aumentar a fatia de títulos corrigidos pela taxa Selic para entre 48% e 52%, refletindo a elevação da taxa básica de juros, atualmente em 13,25% ao ano. Por outro lado, os papéis prefixados devem se estabilizar em torno de 22% a 26% do total, enquanto os títulos corrigidos pela inflação e pelo câmbio devem ficar entre 25% a 29% e 3% a 7%, respectivamente. O prazo médio da dívida também deve se manter entre 3,8 e 4,2 anos, com uma parcela de até 21% vencendo nos próximos 12 meses.

Estadão: Dívida pública federal sobe 12,2% e fecha 2024 em R$ 7,3 trilhões, aponta Tesouro Nacional
Agência Brasil: Dívida pública pode alcançar até R$ 8,5 trilhões em 2025

3. Setor de franquias cresce 13,5% e fatura R$ 273 bilhões em 2024

O mercado de franquias registrou faturamento de R$ 273,1 bilhões em 2024, um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). A alta foi impulsionada pela recuperação do consumo, ampliação do poder de compra das famílias e a expansão em cidades menores, especialmente em regiões com forte atividade agroindustrial. O segmento também se beneficiou da digitalização e aprimoramento das estratégias omnichannel, além do foco na eficiência operacional.

Entre os setores com maior avanço estão Entretenimento e Lazer (16,6%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (16,5%) e Alimentação (16,1%). O retorno ao consumo presencial e o fortalecimento do delivery explicam o bom desempenho da alimentação, enquanto o entretenimento se destacou com novos modelos de negócios e a reabertura da economia. Na área de saúde e beleza, a demanda por cuidados especializados e o crescimento de redes estéticas, além de soluções em telemedicina, foram determinantes. O mercado de franquias também registrou um leve aumento no número de unidades, somando 197,7 mil operações e empregando mais de 1,7 milhão de trabalhadores.

PEGN: Franquias crescem 13,5% e faturam R$ 273 bilhões em 2024, diz ABF

4. Endividamento e inadimplência caem, mas comprometimento da renda aumenta

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou uma leve redução no percentual de famílias endividadas e inadimplentes em janeiro. O índice de endividados caiu para 76,1%, abaixo de dezembro e de janeiro do ano anterior. A inadimplência também recuou, com 29,1% das famílias reportando dívidas em atraso, e a parcela dos que não têm condições de pagar seus débitos ficou em 12,7%.

Apesar da melhora nos indicadores, a parcela da renda comprometida com dívidas subiu para 30%, a maior em oito meses. Houve também um aumento na percepção de endividamento, com 15,9% dos entrevistados se considerando “muito endividados”. A CNC destacou que o cenário pode se agravar ao longo do ano devido a juros elevados e seletividade no crédito, com projeções de que o endividamento chegue a 77,5% até dezembro. O cartão de crédito permaneceu como a principal modalidade de dívida, representando 83,9% dos casos.

Valor: Endividamento e inadimplência caem em janeiro, diz CNC

5. Janeiro de 2025 registra recorde de calor global, contrariando expectativas climáticas

O mês de janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado para o período, com uma temperatura média global de 13,23°C, marcando um aumento de 1,75°C em relação à média pré-industrial, segundo o serviço Copernicus de Mudança Climática, da União Europeia. O dado é ainda mais significativo por ter ocorrido durante o fenômeno La Niña, que normalmente resfria as temperaturas globais. Foi também o 18º dos últimos 19 meses em que as temperaturas médias ficaram acima do limite de 1,5°C.

A Europa enfrentou seu segundo janeiro mais quente da história, apesar de regiões específicas como Islândia, Reino Unido e Escandinávia registrarem temperaturas abaixo da média. No cenário oceânico, a temperatura média da superfície do mar alcançou 20,78°C, a segunda maior já registrada para janeiro. Cientistas alertam que a persistência desses recordes climáticos intensifica a frequência de eventos extremos, como ondas de calor, chuvas intensas e secas, evidenciando os impactos contínuos do aquecimento global.

Valor: Janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado para o período