Brasil
10 de Janeiro de 2025
1. Banco Central ajusta previsões para inflação e juros no início de 2025
O primeiro Boletim Focus de 2025, divulgado pelo Banco Central, trouxe revisões nas projeções econômicas – com aumento nas estimativas de inflação e juros. A previsão para o IPCA de 2024 foi ajustada para 4,89%, acima do teto da meta de 4,5%. Para 2025, a estimativa subiu de 4,96% para 4,99%, e para 2026, passou de 4,01% para 4,03%. Segundo analistas, o aumento de gastos públicos é um dos fatores que contribuem para essas revisões.
A taxa básica de juros (Selic) também deve subir, com projeções de encerrar 2025 em 15% ao ano, após ter fechado 2024 em 12,25%. O Banco Central indica que a Selic continuará sendo ajustada para controlar as expectativas inflacionárias, considerando o impacto de longo prazo das decisões de política monetária.
No campo fiscal, o relatório manteve a estimativa para a relação entre a dívida líquida e o PIB em 64,45% para 2024. O déficit primário projetado permanece em 0,80% do PIB, enquanto o déficit nominal segue em 6,80%. Apesar das medidas anunciadas pelo governo para contenção de gastos e aumento de arrecadação, a meta de equilíbrio fiscal ainda depende de ajustes adicionais.
G1: No 1º boletim Focus de 2025, mercado estima inflação próxima de 5% este ano e aumento maior nos juros
InvestNews: Primeiro Focus do ano mantém Selic em 9% e dólar a R$ 4,90 no final de 2024
Valor: Análise: Expectativa de inflação piora apesar de juros mais altos e desaceleração do PIB
2. Pix 2025: Receita Federal amplia monitoramento, mas transações seguem sem impostos
O Pix continuará isento de taxas e impostos em 2025, esclareceu o governo federal em resposta a rumores recentes – e, apesar das novas regras da Receita Federal (que ampliaram o monitoramento de transações financeiras), a gratuidade do serviço não será afetada.
A confusão ocorreu devido à Instrução Normativa RFB nº 2.219/2024, que determina que operadoras de cartões de crédito e plataformas de pagamento, como bancos digitais, passem a informar transferências mensais acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. As novas normas não são específicas para o Pix e abrangem qualquer modalidade de pagamento, incluindo transferências bancárias tradicionais e aplicativos financeiros.
As instituições financeiras reportarão os valores totais movimentados pelos clientes à Receita, sem identificar os destinatários. O objetivo, segundo o governo, é aumentar a transparência e combater fraudes fiscais, sem criar novos tributos ou custos para os usuários. O envio das informações será feito semestralmente, e os dados coletados no primeiro semestre estarão disponíveis em agosto de 2025.
Uol: Pix 2025: entenda novas regras de monitoramento da Receita Federal
Valor: Pix não terá imposto em 2025. Entenda o que aconteceu
3. Arrecadação de impostos atinge R$ 209 bilhões em novembro, segundo maior valor da história
A arrecadação de impostos e contribuições federais registrou R$ 209,218 bilhões em novembro de 2024, representando um aumento de 11,21% em relação ao mesmo mês de 2023. O valor é o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas do registrado em novembro de 2013. No acumulado do ano, o total de receitas alcançou R$ 2,391 bilhões, com um crescimento de 9,82%.
O aumento na arrecadação foi impulsionado por fatores como o crescimento da economia, o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, a tributação de fundos exclusivos e a atualização de bens e direitos no exterior.
Dentre as contribuições que mais impactaram o resultado, destacam-se o PIS/Pasep e Cofins, que arrecadaram R$ 46,093 bilhões, com crescimento real de 19,23%. Já o Imposto sobre Importação e o IPI-Vinculado à Importação contribuíram com R$ 10,642 bilhões, devido ao aumento nas importações e nas alíquotas aplicadas. O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) também apresentaram resultados positivos, com um crescimento conjunto de 12,62%.
O Globo: Arrecadação de impostos atinge R$ 209 bi em novembro, segundo maior valor da série histórica
4. Juros e risco fiscal devem frear criação de empregos formais em 2025, estima FecomercioSP
A criação de empregos formais no Brasil deve desacelerar em 2025, com a projeção de 1,2 milhão de novas vagas, em comparação com os 2,2 milhões registrados entre janeiro e novembro de 2024. Os dados são de um estudo realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), entidade que representa 1,8 milhão de empresários.
A previsão de desaceleração está ligada à relação histórica entre o crescimento do PIB e a geração de empregos formais, com a expectativa de crescimento econômico de cerca de 2% em 2025. Esse cenário – atribuído à conjuntura econômica mais desafiadora – sugere que a criação de novas vagas será mais modesta, especialmente devido ao impacto da incerteza fiscal nas expectativas de inflação e na política monetária, o que tende a reduzir o consumo e os investimentos.
A estimativa otimista indicaria a criação de até 1,5 milhão de vagas – mas, diante das expectativas mais realistas, a projeção é de 1,2 milhão de novos postos de trabalho. Caso essa previsão se confirme, o país registraria o pior desempenho do mercado de trabalho formal desde 2020, quando a pandemia causou a perda de 190 mil vagas.
Folha: Juros e risco fiscal devem frear criação de empregos formais em 2025, estima FecomercioSP
5. Novo salário mínimo de R$ 1.518 entra em vigor em 2025
Desde 1º de janeiro de 2025, o novo salário mínimo no Brasil é de R$ 1.518. O reajuste – que representa um aumento de R$ 106 (7,5%) em relação ao valor de 2024, que era de R$ 1.412 – impacta diretamente os benefícios do INSS, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e a contribuição dos microempreendedores individuais (MEI). O aumento também gera um impacto econômico estimado em R$ 81,5 bilhões, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Com o novo valor, os benefícios pagos pelo INSS, como aposentadorias e pensões, serão reajustados para R$ 1.518. O mesmo valor se aplicará ao BPC, que assiste idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. Para os microempreendedores individuais (MEI), a contribuição mensal também sofre reajuste e será de R$ 75,90 – um aumento de R$ 5,30 em relação ao ano anterior.
O reajuste ainda terá um efeito positivo na economia, com um incremento de R$ 43,9 bilhões na arrecadação de impostos sobre o consumo. O Dieese estima que 59,9 milhões de brasileiros serão afetados diretamente pelo aumento, com impactos significativos na renda e na arrecadação tributária, beneficiando trabalhadores formais e informais, aposentados e pensionistas.
Valor: Confira o que muda com o novo salário mínimo de R$ 1.518 em 2025
O Globo: Novo salário mínimo de 2025 terá impacto de R$ 81,5 bilhões na economia, calcula Dieese