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1. Câmara derruba MP alternativa ao IOF e amplia pressão fiscal

A Câmara dos Deputados rejeitou a Medida Provisória que substituiria o aumento do IOF e previa novas formas de tributação, incluindo cobranças retroativas a casas de apostas e taxação de fintechs. A decisão deve causar um impacto fiscal de R$ 46,5 bilhões até 2026. O texto buscava elevar a arrecadação por meio de ajustes em tributos sobre investimentos, Juros sobre Capital Próprio e compensações indevidas, mas enfrentou forte resistência política e do setor produtivo.

O governo então precisará recorrer a alternativas para fechar as contas e manter a meta fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já admite bloqueios adicionais no orçamento, que podem afetar até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares. A derrota também reforça o afastamento entre o Executivo e parte da base aliada, em um cenário de crescente antecipação eleitoral. No Planalto, Lula avalia novas medidas de contenção e possíveis decretos para recompor receitas, mas enfrenta risco de desgaste com o Congresso e setores econômicos.

O Globo: Câmara derruba MP alternativa ao IOF, e governo prevê rombo de mais de R$ 40 bi nas contas

2. Exportações para os EUA recuam em setembro

As exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 20,3% em setembro, segundo mês após a aplicação da sobretaxa de 50% imposta pelo governo Trump a produtos nacionais. O Brasil registrou déficit comercial de US$ 1,77 bilhão com os americanos, resultado de exportações de US$ 2,58 bilhões e importações de US$ 4,35 bilhões. A queda nas vendas afetou tanto itens tarifados, como carne bovina, açúcar, armas e tabaco, quanto produtos isentos, como celulose e minério de ferro. O Ministério do Desenvolvimento (Mdic) prevê que a tendência de retração deve continuar nos próximos meses.

Em meio ao cenário de perdas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com Donald Trump e solicitou a revisão das tarifas e sanções impostas a autoridades brasileiras. Ambos concordaram em manter um canal direto de comunicação e planejam um encontro presencial em breve. A relação entre os dois países vive um de seus momentos mais delicados, e o governo brasileiro aposta no diálogo para reduzir as barreiras comerciais e restabelecer o equilíbrio nas trocas bilaterais.

Folha de S.Paulo: Exportações brasileiras aos EUA caem 20,3% em setembro, 2º mês de tarifaço de Trump
G1: Em conversa de 30 minutos, Lula e Trump ‘relembraram boa química’ e petista pediu retirada de tarifaço, diz Planalto

3. Indústria registra nova queda e empregos são impactados

O faturamento da indústria brasileira recuou 5,3% em agosto, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), marcando a quarta queda em seis meses. Na comparação com o mesmo período de 2024, a retração chega a 7,6%. A CNI aponta que o desempenho negativo é resultado de juros altos, aumento das importações e valorização do real, fatores que reduzem a competitividade e pressionam as exportações. Mesmo com a sequência de quedas, o setor ainda acumula alta de 2,9% no faturamento de janeiro a agosto frente ao mesmo intervalo do ano anterior.

O emprego industrial permanece estagnado há quatro meses, refletindo o desaquecimento da atividade. As horas trabalhadas recuaram 0,3% em agosto, e a massa salarial real caiu 0,5% no mês. No acumulado do ano, os salários registram queda de 2%, e o rendimento médio dos trabalhadores recua 4,1%. Apesar disso, a utilização da capacidade instalada teve leve alta, para 78,7%, indicando que as empresas mantêm certa estabilidade na produção, ainda que sob pressão de custos e demanda enfraquecida.

InfoMoney: Faturamento industrial cai 5,3% em agosto e emprego fica estagnado, revela CNI

4. Superávit da balança comercial tem queda em setembro

O Brasil registrou superávit comercial de US$ 2,99 bilhões em setembro, queda de 41,1% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O recuo foi influenciado pela importação de uma plataforma de petróleo de Singapura, que elevou as compras externas em 17,7%.

No acumulado de janeiro a setembro, o superávit soma US$ 45,48 bilhões, redução de 22,5% em comparação com o mesmo período de 2024. O governo revisou suas projeções para 2025, elevando a estimativa de saldo positivo para US$ 60,9 bilhões, com expectativa de maior crescimento das exportações e leve queda nas importações.

Agência Brasil: Balança comercial registra superávit de US$ 2,99 bi em setembro

5. COP30 pode gerar R$ 3,3 milhões para agricultores familiares

A um mês da COP30, a cidade de Belém se prepara para incluir a agricultura familiar no fornecimento de alimentos do evento. O edital da conferência prevê, pela primeira vez, que ao menos 30% dos ingredientes servidos aos participantes venham da agricultura familiar, da agroecologia e da produção de povos e comunidades tradicionais.

A medida busca reforçar a integração entre sustentabilidade e economia local, além de atender aos critérios estabelecidos pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para o evento.

Segundo um levantamento dos institutos Regenera e Fronteiras do Desenvolvimento, a região tem cerca de 80 grupos e 8 mil famílias aptas a participar da conferência, que pode gerar até R$ 3,3 milhões em movimentação econômica.

Agência Brasil: COP30 poderá gerar R$ 3,3 milhões para agricultores familiares