Brasil

11 de outubro de 2024

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1. Inflação avança em setembro com altas na energia elétrica e alimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,44% em setembro, contrastando com a queda de -0,02% em agosto (no acumulado do ano, o índice soma 3,31%, e nos últimos 12 meses chegou a 4,42%, acima dos 4,24% do período anterior). O aumento foi impulsionado pelos setores de Habitação (1,80%) e Alimentação e Bebidas (0,50%), que juntos contribuíram significativamente para a variação mensal. A alta na energia elétrica residencial, devido à bandeira tarifária vermelha, foi o principal fator de pressão, com reajustes em cidades como Porto Alegre e Vitória. Já no setor de alimentação, a elevação de preços de itens como mamão e café moído também impactou o índice.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços para famílias de menor renda, teve alta de 0,48% em setembro, acumulando 3,29% no ano e 4,09% em 12 meses. Semelhante ao IPCA, os produtos alimentícios subiram 0,49%, interrompendo dois meses de quedas, enquanto os não alimentícios aceleraram para 0,48%. Goiânia liderou as maiores variações regionais, influenciada pelo aumento da gasolina e da energia elétrica. Por outro lado, Aracaju registrou a menor variação, devido às quedas nos preços da cebola e do tomate.

IBGE: IPCA foi de 0,44% em setembro

2. Vendas do comércio caem 0,3% em agosto com queda em artigos pessoais e domésticos

As vendas no comércio brasileiro recuaram 0,3% em agosto, após uma alta de 0,6% no mês anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi puxado pela diminuição nas vendas de artigos de uso pessoal e doméstico, e ficou acima das expectativas do mercado, que previa uma queda de 0,6%. No acumulado do ano, o setor registra alta de 5,1%, enquanto nos últimos 12 meses o crescimento é de 4,0%. Na comparação anual, as vendas cresceram 3,1% em relação a agosto de 2023.

Apesar de um início de ano positivo, impulsionado pelo aumento do crédito e do nível de emprego, a recente elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, em resposta ao aquecimento da economia, trouxe uma expectativa de desaceleração para o segundo semestre. Esse cenário pode impactar o consumo das famílias, que vinha sendo beneficiado pela maior renda e oferta de crédito nos meses anteriores.

O Globo: IBGE: Comércio caiu 0,3% em agosto, com recuo em 7 dos 8 grupos pesquisados
IBGE: Em agosto, vendas no varejo variam -0,3%

3. Conta de luz deve permanecer alta até o final do ano, com alívio previsto apenas para janeiro

A conta de luz, que subiu 5,3% em setembro e impactou a inflação, deve continuar sob pressão até dezembro, com a manutenção da bandeira vermelha patamar 2. Esse cenário reflete os baixos níveis dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, atualmente em torno de 44%, e a necessidade de acionar usinas térmicas para poupar água das hidrelétricas. Apesar da expectativa de chuvas no período úmido, que se estende até março, o efeito sobre os reservatórios não será imediato.

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que regula o preço da energia no mercado à vista, está no teto e deve continuar elevado até o fim do ano, pressionando as tarifas. A previsão é de que a bandeira tarifária só mude para amarela em janeiro de 2025, com a queda no PLD esperada para fevereiro. Mesmo com a normalização das chuvas, o verão de 2024 será marcado por energia cara, semelhante ao que ocorreu em 2022.

O Globo: Depois de subir mais de 5% em setembro, conta de luz só deve ter alívio em janeiro; entenda

4. Senado aprova Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central

O Senado Federal aprovou a nomeação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, com 66 votos favoráveis e 5 contrários. Galípolo, indicado pelo presidente Lula, substituirá Roberto Campos Neto, que conclui seu mandato em 31 de dezembro. Galípolo, que já ocupava o cargo de diretor de Política Monetária do BC, iniciará seu mandato de quatro anos em 2025.

Durante a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Galípolo abordou temas como a independência do BC, o combate à inflação e sua relação com o atual presidente, Roberto Campos Neto. Sua gestão será acompanhada de perto, dado o histórico de críticas do presidente Lula à administração anterior, especialmente no que diz respeito à política de juros. Galípolo já havia sido aprovado pelo Senado em 2023 para a diretoria de Política Monetária do BC.

Agência Senado: Senado aprova Gabriel Galípolo para presidir Banco Central
G1: Senado aprova Gabriel Galípolo para a Presidência do Banco Central

5. Plataforma X é liberada para operação no Brasil após cumprir decisões judiciais

Após 39 dias de suspensão, a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, foi liberada para retomar suas operações no Brasil. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após a plataforma, de propriedade de Elon Musk, cumprir todas as determinações da Justiça brasileira, incluindo a remoção de perfis e o pagamento de multas que somavam R$ 28,6 milhões.

A suspensão havia sido decretada em agosto, durante o período eleitoral, devido ao não cumprimento de ordens judiciais pela empresa. Além de quitar as multas, o X indicou uma representante no Brasil e atendeu a outros requisitos legais. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já começou a notificar as operadoras de telecomunicações para que desbloqueiem o acesso à plataforma, processo que deve ocorrer gradualmente conforme as especificidades técnicas de cada prestadora. 

Folha: Moraes libera volta do X, antigo Twitter, no Brasil, após empresa de Musk cumprir decisões
Agência Brasil: Prestadoras são notificadas pela Anatel para liberar acesso ao X