Brasil
13 de Dezembro de 2024
1. Banco Central eleva Selic para 12,25% e indica novas altas em 2025
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na última reunião de 2024, aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 12,25% ao ano. A decisão – tomada de forma unânime – reflete a intensificação do combate à inflação, impulsionada por um cenário econômico mais adverso, com aumento nas projeções para o IPCA e sinais de superaquecimento da economia.
O Banco Central prevê novos ajustes de mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025, o que elevaria a Selic para 14,25% – o maior patamar desde a crise econômica de 2015-2016. O comunicado do Copom destacou ainda a piora nas expectativas inflacionárias e a necessidade de uma política monetária mais restritiva para alinhar a inflação às metas estabelecidas. Além disso, o Brasil passou a ocupar a segunda posição no ranking global de juros reais, com 9,48%, atrás apenas da Turquia.
Folha: BC faz choque de juros, eleva Selic a 12,25% ao ano e prevê mais dois aumentos de 1 ponto
G1: Com nova alta da Selic, Brasil sobe para 2º no ranking de maiores juros reais do mundo; veja lista
2. IPCA desacelera para 0,39% em novembro, com altas pontuais e impacto da energia elétrica
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,39% em novembro, desacelerando em relação a outubro (0,56%). No acumulado do ano, a inflação chegou a 4,29%, enquanto em 12 meses atingiu 4,87%, acima dos 4,76% registrados no período anterior.
A inflação do mês foi marcada por altas expressivas no grupo de Alimentação e Bebidas, que subiu 1,55% puxado pelo aumento de 8,02% nos preços das carnes, além de outros produtos como óleo de soja (11%) e café moído (2,33%). Por outro lado, itens como manga (-16,26%) e cebola (-6,26%) registraram quedas.
O principal fator de alívio inflacionário veio da energia elétrica residencial, que caiu 6,27% com a adoção da bandeira tarifária amarela, reduzindo o impacto no grupo Habitação (-1,53%). Já em Transportes, a alta de 0,89% foi influenciada pelo aumento de 22,65% nas passagens aéreas, apesar da queda nos combustíveis (-0,15%). Despesas pessoais também contribuíram para a alta geral, com aumento significativo no preço do cigarro (14,91%) devido à elevação de impostos.
Agência IBGE: IPCA foi de 0,39% em novembro
O Globo: IPCA: carnes têm aumento de 8,02% em novembro
3. Reforma tributária é aprovada no Senado, com ajustes em benefícios fiscais
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária, incluindo mudanças significativas na aplicação do Imposto Seletivo, conhecido como “imposto do pecado”. Armas e bebidas açucaradas foram excluídas da lista de bens taxados, reduzindo a carga tributária sobre esses itens. Essa alteração, junto a outros benefícios fiscais concedidos, deve elevar a alíquota média para setores não contemplados, agora estimada em pelo menos 28,67%.
Entre os setores beneficiados estão a Zona Franca de Manaus, Sociedades Anônimas do Futebol, agronegócio e cooperativas de saúde. O projeto também reduziu em 60% a alíquota de saneamento, serviços veterinários, produtos agropecuários in natura, bolachas, biscoitos e águas minerais. Na cesta básica, ajustes incluíram a erva-mate e especificações para o pão francês.
O texto segue agora para votação no Plenário e posterior análise na Câmara, antes de ser sancionado pela Presidência da República.
Folha: Reforma tributária é aprovada em comissão do Senado, que retira armas e refrigerantes do ‘imposto do pecado’
G1: Reforma tributária: relator coloca armas em ‘imposto do pecado’ e mantém isenção a carnes
4. PIX se consolida como principal meio de pagamento no Brasil e alcança recorde diário de transações
O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, registrou um marco histórico ao atingir 250,5 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 124,3 bilhões no dia 6 de dezembro. O recorde anterior, de 239,9 milhões de operações, havia sido alcançado em 29 de novembro deste ano.
Pesquisa realizada pelo Banco Central apontou que o PIX é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, citado por 46,1% dos entrevistados, superando o dinheiro, que caiu para 22%. A preferência se dá por sua facilidade, segurança e baixo custo, características que o destacam em diversas categorias de uso. Além disso, a pesquisa revela mudanças na forma de receber rendimentos, com o aumento dos pagamentos em conta bancária para 72%, enquanto o uso de dinheiro em espécie recuou para 15,5%.
Esses dados também indicam uma tendência de transformação no comportamento financeiro do brasileiro. A maioria dos entrevistados (53,4%) acredita que o dinheiro será pouco ou nada utilizado nos próximos cinco anos, reforçando a digitalização das transações no país. O PIX, ao oferecer rapidez e comodidade, tem desempenhado um papel central nessa mudança, consolidando-se como parte essencial do sistema financeiro brasileiro.
G1: PIX bate recorde e registra 250 milhões de operações em um só dia
E-Investidor: Pix é a forma de pagamento mais usada no Brasil, aponta Banco Central
5. Maior percentual de brasileiros mora de aluguel em 42 anos, aponta IBGE
O Censo Demográfico 2022 revelou que 20,9% da população brasileira vive atualmente em imóveis alugados, o maior percentual registrado desde 1980. Este dado representa um aumento significativo em relação aos 16,4% observados em 2010, com o número de pessoas em domicílios alugados atingindo 42,1 milhões, um crescimento de 35% em 12 anos. Paralelamente, a proporção de brasileiros que residem em imóveis próprios caiu para 72,7%, o menor índice desde 1991, refletindo uma tendência de mudança nas condições habitacionais do país.
Apesar do aumento no aluguel, os dados também apontaram melhorias nas condições de moradia. Hoje, 87% dos brasileiros residem em casas construídas com materiais revestidos, como tijolos ou taipa, ante 79% em 2010. A proporção é ainda maior quando considerados domicílios de alvenaria sem revestimento, chegando a 94,6%.
Tais melhorias indicam avanços no acesso a habitações mais adequadas, embora ainda persistam desafios relacionados às condições de moradia em áreas mais vulneráveis. No entanto, apesar de avanços no padrão das residências, o levantamento também expõe diferenças significativas nas condições habitacionais entre as diversas regiões do país, refletindo desigualdades que ainda marcam o território nacional.
Valor: População brasileira tem maior percentual vivendo de aluguel em 42 anos, diz IBGE
O Globo: Condições de moradia melhoram em 12 anos, e 87% dos brasileiros já moram em casas com revestimento
