Brasil

2 de Maio de 2025

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1. Mercado reduz previsão de inflação para 2025

O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou uma nova redução na projeção de inflação para 2025, que passou de 5,57% para 5,55%. Essa é a segunda queda consecutiva na estimativa dos analistas, mas o índice ainda permanece acima do teto da meta estabelecida pelo sistema de metas contínuas, que permite variação entre 1,5% e 4,5%. Caso o estouro do teto persista por seis meses seguidos, o Banco Central é obrigado a justificar formalmente o descumprimento da meta junto ao Ministério da Fazenda.

A expectativa de crescimento do PIB para 2025 foi mantida em 2%, enquanto a projeção da taxa básica de juros (Selic) segue em 15% ao ano para o mesmo período. O cenário reforça os desafios do Banco Central, que precisa equilibrar os juros com o controle da inflação, mirando impactos que se refletem de seis a dezoito meses à frente. Apesar do leve alívio nas estimativas inflacionárias, o cenário ainda é de atenção, sobretudo diante do impacto direto da inflação no poder de compra da população.

G1: Boletim Focus: mercado reduz estimativa de inflação para 2025 pela 2ª semana seguida, para 5,55%

2. Desemprego sobe no 1º trimestre, mas mercado de trabalho mostra resiliência

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 7% no primeiro trimestre de 2025, conforme divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (30). O aumento, já esperado por analistas, reflete um movimento sazonal comum no início do ano, marcado pelo encerramento de vagas temporárias e a busca por recolocação no mercado. Apesar da alta, o índice representa o menor nível para o período desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. A elevação foi puxada, principalmente, pela perda de postos informais, enquanto a renda média dos trabalhadores ocupados atingiu um novo recorde, chegando a R$ 3.410.

A informalidade foi a principal responsável pela queda na população ocupada, que recuou para 102,5 milhões de pessoas – uma redução de 1,3 milhão em relação ao trimestre anterior, sendo 85% dessa perda ligada a empregos sem carteira assinada ou CNPJ. A taxa de informalidade caiu de 38,6% para 38%. Já o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado se manteve estável em 39,4 milhões, próximo do recorde histórico. O recuo na informalidade foi mais acentuado nos setores de construção, serviços domésticos e educação.

Mesmo com o aumento da desocupação, o mercado de trabalho continua dando sinais de força, especialmente devido ao avanço do emprego formal, que impulsiona a renda e sustenta o consumo das famílias, um dos principais motores do PIB.

Folha de S.Paulo: Desemprego sobe a 7% no primeiro trimestre, e renda volta a bater recorde

3. Contas públicas registram superávit de R$ 1,1 bilhão

O governo central registrou um superávit de R$ 1,1 bilhão em março de 2025, o melhor resultado para o mês desde 2021. A marca superou com folga as expectativas do mercado, que apontavam para um déficit de R$ 3,5 bilhões, conforme a pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda. O bom desempenho foi impulsionado pelo superávit de R$ 24 bilhões nas contas do Tesouro Nacional e do Banco Central, que compensou o déficit de R$ 23 bilhões da Previdência Social. Em relação a março de 2024, houve crescimento real de 0,8% na receita líquida e queda de 0,5% nas despesas totais.

Entre os principais fatores que influenciaram o resultado do mês estão o aumento na arrecadação do Imposto de Renda sobre rendimentos do trabalho e residentes no exterior, e a retração nas despesas obrigatórias e discricionárias, com destaque para saúde e Bolsa Família. Por outro lado, houve queda significativa na arrecadação de dividendos da Caixa e nos depósitos judiciais não tributários, além de aumento nos gastos com benefícios previdenciários e seguro-desemprego devido ao reajuste do salário mínimo e à sazonalidade.

No acumulado do primeiro trimestre, o governo central apresentou superávit primário de R$ 54,5 bilhões, mais que o dobro do registrado em igual período de 2024. Essa melhora se deve, principalmente, à redução quase total dos gastos com precatórios, que caíram R$ 30,95 bilhões, além de crescimento de 2,7% na receita líquida e queda de 3,4% nas despesas totais. A arrecadação do Imposto de Renda, a contribuição para a Previdência e os repasses do Fundef/Fundeb também contribuíram para o desempenho positivo no início do ano.

CNN Brasil: Contas do Tesouro têm melhor março desde 2021, com superávit de R$ 1,1 bi

4. BRICS defende reforma da ONU e reforça preocupação com conflitos globais

A reunião de chanceleres e sherpas do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, marca o início dos preparativos para a cúpula de chefes de Estado do grupo, que acontecerá em julho. No encontro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou a importância do bloco na promoção da reforma de instituições multilaterais, especialmente do Conselho de Segurança da ONU. Vieira afirmou que o atual cenário internacional, marcado por crises humanitárias, conflitos armados e instabilidade política, exige ação coletiva e reforço do multilateralismo, áreas em que o BRICS pode desempenhar papel estratégico.

Vieira também expressou forte preocupação com os conflitos em Gaza e na Ucrânia, defendendo uma solução diplomática para ambas as crises. Condenou os bombardeios israelenses e a obstrução da ajuda humanitária, reiterando o apoio brasileiro à solução dos dois Estados. Quanto à Ucrânia, pediu uma resolução baseada na Carta da ONU, mesmo com a presença do chanceler russo, Serguey Lavrov. O ministro brasileiro ainda mencionou a instabilidade no Haiti e em regiões da África, reforçando o apoio a soluções diplomáticas e ao desenvolvimento sustentável. Além das reuniões multilaterais, Mauro Vieira também realizou encontros bilaterais com representantes de países como Rússia, Etiópia, Tailândia e Indonésia.

G1: Reunião de sherpas do Brics começa com pedido de reforma da ONU e preocupação com Gaza e Ucrânia

5. Safra de cana 2025/26 registra queda, mas açúcar bate recorde

A produção brasileira de cana-de-açúcar para o ciclo 2025/26 foi estimada em 663,4 milhões de toneladas, uma redução de 2% em relação ao ciclo anterior. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a queda foi provocada principalmente pelas condições climáticas adversas na Região Sudeste, com destaque para São Paulo, onde a seca, altas temperaturas e incêndios comprometeram os canaviais. A área plantada se manteve praticamente estável, com aumento de apenas 0,3%, mas a produtividade média caiu 2,3%, atingindo 75.451 kg/ha.

Nas demais regiões, os cenários variaram. O Centro-Oeste, segunda maior região produtora, deve apresentar leve alta de 2,1% na produção, graças à expansão da área cultivada, apesar da queda de produtividade. No Sul, a produção permanece estável, enquanto o Norte e o Nordeste devem registrar crescimento tanto na produtividade quanto na área plantada. As perspectivas nessas regiões se mostram mais favoráveis, com destaque para o Nordeste, que prevê colheita de 56,3 milhões de toneladas e alta de 3,6% na produtividade.

Mesmo com a queda na produção de cana, a Conab projeta uma safra histórica de açúcar, com 45,9 milhões de toneladas. Já a produção de etanol deve cair 1%, totalizando 36,82 bilhões de litros, puxada por uma redução de 4,2% no etanol de cana, parcialmente compensada pelo crescimento de 11% no etanol de milho. A competitividade brasileira no mercado internacional continua forte, com expectativa de exportações em patamar robusto e expansão da produção de biocombustíveis a partir do milho, o que ajuda a diversificar a matriz energética e estabilizar os preços no país.

Agência Brasil: Conab estima produção de 663,4 milhões de toneladas de cana