Brasil

20 de Junho de 2025

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1. Leilão da Foz do Amazonas tem captação recorde

Em meio a pressões orçamentárias e questões regulatórias, o Brasil concluiu esta semana a maior oferta de blocos exploratórios de petróleo da região amazônica. O leilão gerou arrecadação recorde de R$ 989 milhões, sendo R$ 845 milhões oriundos exclusivamente das 19 áreas arrematadas na Foz do Amazonas. Dois consórcios com participação de gigantes internacionais do petróleo dominaram a disputa pela região amazônica. A Petrobras, em parceria com a ExxonMobil, arrematou dez blocos por R$ 262 milhões, e o consórcio formado pela Chevron Brasil Óleo e pela CNPC Brasil levou nove blocos por R$ 582 milhões.

Apesar do sucesso financeiro, o leilão na Foz do Amazonas reacendeu um debate intenso. A exploração de combustíveis fósseis em áreas vulneráveis é o ponto central. Ambientalistas e comunidades locais temem os potenciais impactos e se opõe fortemente. Este evento serve como um estudo de caso sobre os desafios da transição energética global, uma vez que a demanda por petróleo ainda colide com a urgência da descarbonização e a imperativa proteção ambiental. Isso simboliza a tensão entre o desenvolvimento econômico tradicional e a perspectiva da sustentabilidade.

Exame: Leilão da Foz do Amazonas: como ‘janela ambiental’ rendeu R$ 845 mi a consórcios globais

2. Banco Central eleva taxa Selic para 15% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 14,75% para 15% ao ano, atingindo o maior patamar desde julho de 2006. A decisão segue a estratégia que vem sendo adotada pela autoridade monetária de se empenhar em convergir a inflação para próximo da meta. Leva em consideração, ainda, o ambiente externo adverso em função da conjuntura de guerras – bélicas e fiscais – e da política econômica dos Estados Unidos.

O Copom afirma acompanhar com atenção de que maneira os desenvolvimentos da política fiscal brasileira impactam a política monetária e os ativos financeiros. O tema fiscal ainda está no centro das discussões políticas após o governo anunciar, no fim de maio, medidas que elevavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre uma série de operações.

Por outro lado, caso os resultados dessa política de juros surtirem efeitos a curto prazo, o Copom informa que deve interromper o ciclo de aumentos para examinar os impactos dos ajustes realizados até o momento.

Valor Econômico: BC eleva a Selic a 15%, maior patamar desde julho de 2006

3. Congresso afasta cobrança de IVA sobre fundos de investimento

Em meio a intensas críticas do setor do agronegócio ao pacote do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o Congresso Nacional derrubou um veto presidencial, afastando a cobrança de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre fundos de investimento. Com a decisão, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) e do agronegócio (Fiagros) ficarão livres da incidência do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – novo imposto de Estados e municípios – e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) – novo imposto federal.

Essa decisão representa uma vitória para o mercado financeiro e para os investidores, que temiam o impacto da nova tributação sobre a rentabilidade e a atratividade desses produtos, e sinaliza um alívio para o setor de investimentos. A ação do Congresso ocorre em um momento de grande debate sobre a reforma tributária e a busca por novas fontes de receita para o governo. A derrubada do veto demonstra a complexidade de se implementar mudanças fiscais sem gerar resistência de grandes setores da economia. Enquanto o agronegócio critica o IOF, o mercado de capitais celebra a manutenção da isenção do IVA para fundos, o que demonstra diferentes tipos de pressões sobre o legislativo.

G1: Em meio a críticas do agro por pacote do IOF, Congresso derruba veto e afasta cobrança de IVA sobre fundos de investimento
Estadão: Congresso derruba veto e livra fundos imobiliários e do agronegócio de taxação na reforma tributária

4. PIB brasileiro recua 0,4% em abril

O Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) indica uma queda de 0,4% na atividade econômica brasileira em abril, na comparação com março, sinalizando uma desaceleração no início do segundo trimestre. Este resultado, após um crescimento mais robusto no primeiro trimestre, acende um alerta sobre a trajetória da recuperação econômica do país. A retração sugere que fatores como juros altos e inflação ainda impactam o consumo e o investimento.

Na comparação com abril de 2024, houve crescimento de 1,6% em abril de 2025. A taxa acumulada em 12 meses até abril é de 3,1%. Os dados indicam que, embora haja volatilidade no curto prazo, a economia ainda mantém um ritmo de expansão em uma perspectiva mais ampla. Por essa razão, especialistas ressaltam a importância de observar os próximos meses para confirmar se a desaceleração de abril foi pontual ou o início de uma tendência. De qualquer forma, trata-se de cenário que exige cautela e acompanhamento constante das variáveis econômicas.

InfoMoney: Monitor do PIB aponta queda de 0,4% em abril ante março, aponta FGV

5. Acordo Brasil-Argentina prevê tarifa zero para autopeças

O acordo automotivo entre Brasil e Argentina foi ampliado, com a introdução da tarifa zero para peças e componentes, um passo significativo para a integração das cadeias produtivas dos dois países. Essa medida visa fortalecer a indústria automotiva regional, além de facilitar o fluxo de insumos e reduzindo custos de produção para as montadoras. A expectativa é que a ampliação do acordo impulsione a competitividade do setor por meio da geração de empregos e investimentos em ambos os lados da fronteira. A iniciativa é um esforço conjunto para dinamizar o comércio bilateral e enfrentar desafios econômicos.

A ampliação do acordo representa um avanço na relação comercial entre Brasil e Argentina, consolidando a parceria estratégica no setor automotivo. A tarifa zero para peças é um incentivo direto à produção local e à exportação, beneficiando tanto grandes fabricantes quanto pequenos fornecedores. Este movimento é crucial para a recuperação econômica pós-pandemia e para a construção de uma base industrial mais robusta e interligada. O acordo reflete a importância de políticas de cooperação regional para o desenvolvimento e resiliência econômica.

CNN Brasil: Acordo automotivo Brasil-Argentina é ampliado com tarifa zero para peças
Folha de SP: Governo amplia acordo automotivo com Argentina com tarifa zero para autopeças