Brasil

22 de novembro de 2024

Back

1. Brasil aprova regulamentação do mercado de carbono com foco em sustentabilidade e competitividade

O Congresso Nacional aprovou a regulamentação do mercado de carbono no Brasil, um marco para estimular a redução de emissões de gases de efeito estufa e cumprir metas ambientais do Acordo de Paris. A proposta prevê a criação de um mercado regulado, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), e reforça as bases do mercado voluntário, já existente. O modelo regulado será implementado gradativamente e permitirá que empresas negociem créditos de carbono para compensar emissões acima dos limites estabelecidos.

A medida busca não apenas mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também aumentar a competitividade internacional das exportações brasileiras, frente a iniciativas como o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM), que taxa emissões de carbono na União Europeia. A proposta exclui o setor agropecuário das obrigações de redução, embora este represente cerca de 27% das emissões nacionais, segundo dados de 2022. Além disso, prevê salvaguardas para povos indígenas e tradicionais, garantindo uma repartição justa dos recursos provenientes da comercialização dos créditos.

Com a regulamentação, o Brasil avança no alinhamento às legislações climáticas globais, como as já implementadas em países do G20. O projeto também consolida o papel estratégico das florestas nacionais no mercado voluntário, uma oportunidade para captar investimentos e promover projetos de reflorestamento e conservação, essenciais para combater o aquecimento global. O texto segue agora para sanção presidencial.

Agência Câmara: Câmara aprova projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil; texto segue para sanção
O Globo: Congresso aprova mercado de crédito de carbono. Sabe o que é isso? Entenda

2. G20 reafirma compromisso com sustentabilidade, igualdade e paz em declaração final

Na cúpula realizada no Rio de Janeiro, o G20 consolidou compromissos importantes, incluindo o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza, com adesão de 82 países. A declaração final destacou a necessidade de medidas urgentes e justas para enfrentar desigualdades, promovendo crescimento sustentável e transição energética. A taxação de grandes fortunas foi apontada como estratégia para financiar essas ações, enquanto mudanças na governança de instituições multilaterais foram defendidas para ampliar a eficácia em direitos humanos e esforços de paz.

O documento reforçou o apoio ao Acordo de Paris, iniciativas para equidade de gênero e o fortalecimento da ONU, incluindo sua Assembleia Geral e o Conselho de Segurança. Também condenou o uso da força contra a soberania de Estados e enfatizou soluções diplomáticas para conflitos como os da Ucrânia e da Faixa de Gaza, defendendo uma abordagem de paz abrangente e sustentável. A declaração, considerada um marco diplomático para o Brasil, reflete as prioridades de sua presidência no G20, focada em reduzir disparidades globais.

CNN Brasil: G20 aprova declaração final; leia íntegra
G1: Declaração final do G20 e aliança contra fome são vitórias bem demarcadas do Brasil
Jornal do Brasil: Declaração final do G20 exalta combate à fome, taxação de super-ricos e mudanças na governança global; leia a íntegra do documento

3. Mercado projeta aceleração no aumento da Selic diante de inflação em alta

Ganha força no mercado a expectativa de que o Banco Central (BC) eleve a taxa Selic em 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em resposta à persistente deterioração das expectativas de inflação. Após o aumento de 0,5 ponto no início deste mês, que levou a taxa para 11,25% ao ano, economistas apontam para a necessidade de um ritmo mais acelerado de ajuste, considerando o aumento contínuo das projeções inflacionárias para 2024 e 2025.

Embora medidas de ajuste fiscal possam aliviar parte da pressão, o quadro econômico já apresenta sinais suficientes para justificar a intensificação do aperto monetário. O relatório Focus acumula semanas de revisões consecutivas para cima nas projeções do IPCA, enquanto as previsões para a Selic em 2024 também subiram, com mediana agora indicando 12% ao ano, acima dos 11,5% estimados anteriormente. Esse cenário reforça os desafios da autoridade monetária em manter a inflação dentro das metas.

Valor: Expectativa de alta de 0,75 ponto na Selic ganha força

4. Salário mínimo pode superar R$ 1.520 em 2025

O salário mínimo de 2025 poderá chegar a R$ 1.521, segundo projeções do Ministério da Fazenda baseadas em índices de inflação e crescimento do PIB. O cálculo considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro, além do crescimento econômico de 2023, de 2,9%. Este aumento representaria um reajuste de 7,71% em relação ao valor atual de R$ 1.412, superando os R$ 1.509 previstos inicialmente no orçamento apresentado ao Congresso.

Contudo, o governo avalia limitar o reajuste a 2,5% acima da inflação para conter o impacto no orçamento, estimado em R$ 13,3 bilhões. A medida faria o valor subir para R$ 1.513, uma alternativa alinhada ao arcabouço fiscal. O salário mínimo definitivo será confirmado em dezembro, com a divulgação do INPC acumulado até novembro.

G1: Salário mínimo pode chegar a R$ 1.521 em 2025, se confirmadas projeções da equipe econômica
MoneyTimes: Novas projeções do Governo para inflação indicam salário mínimo de R$ 1.524 em 2025, calcula XP

5. Inflação em São Paulo acelera em novembro, com maior alta nos alimentos desde 2022

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) subiu 1,08% na segunda quadrissemana de novembro, ganhando força em relação à alta de 1,02% na leitura anterior. A principal pressão veio do grupo Alimentação, que registrou avanço de 1,99%, a maior alta desde maio de 2022, impulsionada por aumentos significativos em itens como carnes, verduras e café. Produtos como óleo de soja e cortes de carne de menor custo também contribuíram, com altas expressivas de até 11% em 30 dias.

Outros grupos apresentaram comportamento misto. Despesas Pessoais aceleraram para 1,82%, enquanto itens como Habitação, Saúde e Vestuário mostraram desaceleração. Transportes quase estabilizou, com alta de apenas 0,02%. No cenário alimentar, enquanto arroz e feijão mantiveram preços estáveis, produtos como pão, açúcar e lácteos voltaram a subir. As carnes continuam pesando no orçamento, com aumentos expressivos em cortes bovinos e nas carnes de frango e suína.

O avanço dos preços reflete pressões pontuais do mercado, como a alta do preço da soja e a maior procura por leite pelas indústrias, mas também sinaliza desafios contínuos para o controle inflacionário, especialmente no setor de alimentos, que segue como destaque entre os maiores impactos para o consumidor paulistano.

CNN Brasil: IPC-Fipe sobe 1,08% na 2ª quadrissemana de novembro
Folha: Alimentação sobe 2% e tem maior alta desde maio de 2022 em SP