Brasil

23 de maio de 2025

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1. Governo recua parcialmente em aumento do IOF após críticas

Após anunciar a elevação de alíquotas do IOF, o governo voltou atrás em parte da medida. As aplicações de fundos nacionais no exterior seguem isentas, e as remessas de pessoas físicas para investimentos no exterior continuam com alíquota de 1,1%. A decisão foi comunicada pelo Ministério da Fazenda nas redes sociais, após diálogo e avaliação técnica.

A mudança ocorre após forte reação negativa do mercado, que gerou alta do dólar e queda na bolsa. A medida original previa aumento de arrecadação de até R$ 41 bilhões em 2026, afetando inclusive empresas do Simples Nacional. O governo não informou se publicará um novo decreto oficializando as alterações.

InfoMoney: Governo revoga parte de decreto que subiu IOF após repercussão negativa

2. Fazenda eleva projeções para PIB e inflação em 2025

O Ministério da Fazenda revisou para 2,4% a estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 2025, levemente acima da projeção anterior de 2,3%. A revisão reflete principalmente o bom desempenho da agropecuária e a expectativa de avanço de 1,6% no PIB do primeiro trimestre. Apesar da revisão positiva, a SPE sinaliza desaceleração da economia no segundo semestre, mantendo a projeção de 2,5% para 2026.

A previsão do IPCA passou de 4,9% para 5% neste ano, permanecendo acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. O aumento reflete variações inesperadas no índice de março e pequenas alterações nas expectativas para os próximos meses. A SPE prevê desacelerar desaceleração consistente da inflação a partir de setembro.

Setorialmente, a agropecuária teve sua expectativa de crescimento elevada de 6% para 6,3%, enquanto a indústria manteve previsão de 2,2%, mostrando resiliência frente aos juros elevados. O setor de serviços também teve alta na projeção, de 1,9% para 2%. No âmbito dos índices de preços, o INPC subiu de 4,8% para 4,9%, enquanto o IGP-DI recuou de 5,8% para 5,6%, impactado principalmente pela dinâmica dos preços no atacado e pela variação cambial.

O Globo: Entenda os fatores que têm levado o mercado a revisar projeções para o PIB
Estadão: Ministério da Fazenda aumenta projeção para PIB e inflação em 2025

3. Haddad anuncia ajustes fiscais e promete novas medidas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo continuará a anunciar medidas ao longo de 2025 para garantir o cumprimento da meta fiscal, que prevê déficit zero. Durante a divulgação do primeiro Relatório de Receitas e Despesas do ano, ele destacou que o governo está comprometido em perseguir o centro da meta e que não é necessário aguardar os próximos bimestres para implementar novas ações.

Entre os anúncios, está um “pequeno ajuste” no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cujo detalhamento será feito após a apresentação técnica do relatório. Haddad garantiu que essa mudança não afetará dividendos e que ainda há outras medidas em análise pela presidência, que serão anunciadas assim que forem definidas.

Além dessas novidades, a equipe econômica confirmou um congelamento total de R$ 31,3 bilhões no orçamento, sendo R$ 10,6 bilhões em bloqueios diretos e R$ 20,6 bilhões em contingenciamento. A contenção faz parte dos esforços para reequilibrar as contas públicas frente ao aumento de despesas, especialmente com a previdência, e reforçar o compromisso com a responsabilidade fiscal.

G1: Para atingir meta fiscal, Haddad deve anunciar nesta quinta bloqueios no Orçamento de 2025
CNN Brasil: Vamos continuar anunciando medidas para atingir meta, diz Haddad

4. Atividade econômica cresce e mantém tendência positiva

A atividade econômica brasileira registrou alta de 1,3% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central. Na comparação com o mesmo período de 2024, o crescimento foi de 3,7%, com avanço acumulado de 4,2% nos últimos 12 meses. O desempenho reflete o aquecimento dos setores de indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do impacto da arrecadação de impostos. Esse indicador serve de referência para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, que atualmente está em 14,75% ao ano.

Apesar dos bons números da atividade econômica, a inflação ainda é fator de pressão, com acúmulo de alta de 5,53% em 12 meses, puxada principalmente pelos alimentos e energia. Diante desse cenário, o BC elevou novamente a Selic em 0,5 ponto percentual na última reunião, mantendo a política monetária restritiva para conter a inflação. A continuidade desse ciclo de alta dos juros dependerá do cenário econômico nas próximas semanas, enquanto o mercado acompanha de perto os sinais do Copom sobre eventuais novos ajustes.

Agência Brasil: Atividade econômica tem alta de 1,3% no primeiro trimestre

5. Governo congela R$ 31,3 bilhões do Orçamento para equilibrar contas

O governo federal anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025, divididos entre R$ 20,7 bilhões em contingenciamento temporário para cumprimento da meta fiscal e R$ 10,6 bilhões em bloqueios permanentes para respeitar o limite de gastos do novo arcabouço fiscal. Esse ajuste foi necessário, segundo o ministro Fernando Haddad, principalmente pelo crescimento das despesas obrigatórias, como Previdência e Benefício de Prestação Continuada (BPC), além da necessidade de abrir créditos adicionais de R$ 12,4 bilhões. Os detalhes de quais pastas serão mais afetadas serão divulgados no dia 30 de maio.

Haddad também atribuiu parte do contingenciamento à frustração de receitas, causada pela não compensação da desoneração da folha de pagamento e pela paralisação parcial da Receita Federal, que impactou diretamente a arrecadação. Além disso, o ministro destacou que a manutenção da taxa de juros em patamar mais elevado que o previsto desacelerou a economia, contribuindo para uma arrecadação abaixo do esperado.

Agência Brasil: Governo congela R$ 31,3 bi do Orçamento de 2025