Brasil
24 de Outubro de 2025

1. Às vésperas da COP, Petrobras inicia exploração na foz do Amazonas
A Petrobras anunciou o recebimento da licença ambiental por parte do Ibama para perfurar o primeiro poço de petróleo em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas. Segundo a estatal, os trabalhos tem início imediatamente e devem durar cerca de cinco meses. O projeto ocorre em meio a debates sobre a transição energética e a preservação ambiental, reacendendo discussões sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade na região amazônica.
A autorização coincide com a preparação para a COP30. A proximidade geográfica e temporal entre a conferência e o início da perfuração trouxe à tona críticas de ambientalistas e especialistas, que apontam contradição entre o discurso climático e a expansão da exploração de combustíveis fósseis.
A iniciativa da Petrobras também é alvo de ações judiciais. O Ministério Público Federal pediu à Justiça o adiamento da licença concedida pelo Ibama, alegando a necessidade de estudos mais aprofundados sobre os impactos ambientais. Além disso, ONGs e movimentos sociais ingressaram com ação na Justiça Federal do Pará contra o Ibama, a Petrobras e a União, solicitando a anulação do licenciamento do Bloco FZA-M-59 e destacando riscos à biodiversidade e às comunidades locais.
Folha de S. Paulo: Petrobras recebe licença para perfuração de poço na bacia da Foz do Amazonas
CNN: Perfuração na Foz do Amazonas entra na mira do MPF
Agência Brasil: ONGs acionam Justiça para barrar perfuração na Foz do Amazonas
2. Governo precisa arrecadar R$ 27 bi para atingir meta fiscal do ano
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará de um aporte adicional de R$ 27,1 bilhões no último trimestre de 2025 para atingir a meta fiscal do ano, segundo relatório divulgado pelo Instituto Fiscal Independente (IFI). O órgão, ligado ao Senado, alerta que a arrecadação segue abaixo do esperado e que o controle de gastos será essencial para evitar o descumprimento da meta. A perda de validade da Medida Provisória 1.303, que tributaria investimentos, apostas esportivas e fintechs, reduziu a arrecadação em cerca de R$ 10,6 bilhões, ampliando o desafio fiscal.
De acordo com o IFI, o governo acumula déficit primário de R$ 100,9 bilhões até setembro e enfrenta aumento das despesas obrigatórias e crescimento do déficit das estatais. O relatório aponta que, sem medidas de contenção de gastos e recomposição de receitas, o equilíbrio das contas públicas ficará comprometido. A instituição também alerta para riscos em 2026, caso não avancem reformas estruturais e o controle da expansão de despesas, o que pode afetar a credibilidade da política econômica e a confiança do mercado.
Exame: Governo Lula precisa de R$ 27 bilhões para cumprir meta fiscal, diz IFI
Agência Brasil: IFI: governo terá de economizar R$ 27,1 bi extras no último trimestre
3. Ex-estatal Eletrobras passa por rebranding e muda nome para Axia
A Eletrobras anunciou nesta semana que passará a se chamar Axia, em movimento que marca uma nova fase após sua privatização, concluída em 2022. Segundo comunicado ao mercado, o nome tem origem grega e significa “valor”, remetendo também à ideia de eixo – elemento que conecta, sustenta e gera movimento. A empresa afirma que a mudança reforça sua identidade como grupo privado e seu compromisso com eficiência e modernização do setor elétrico.
De acordo com a companhia, a nova marca simboliza a consolidação de um processo de transformação iniciado com a privatização, voltado à inovação e à agilidade operacional. A Axia pretende fortalecer sua atuação em um ambiente de maior competição e adaptação tecnológica, mantendo foco em sustentabilidade, governança e expansão de negócios. A mudança também busca aproximar a empresa de investidores e consumidores, sinalizando um reposicionamento no mercado de energia.
UOL Economia: Eletrobras muda nome para Axia para deixar passado estatal
4. Resultados de balanços devem ser fraco, de acordo com analistas
A temporada de resultados do terceiro trimestre deve evidenciar uma desaceleração no desempenho das companhias de capital aberto, tanto as voltadas ao mercado interno quanto as exportadoras. O cenário é influenciado pelos juros elevados, que pesam sobre o consumo e o crédito, e pelos impactos das tarifas de importação impostas pelo governo dos Estados Unidos, que começaram a valer em agosto.
Apesar de o tema ter perdido força com o aumento das isenções propostas pela administração Donald Trump, alguns setores ainda sentem os efeitos das medidas. Analistas esperam que as empresas apresentem diferentes estratégias para mitigar as perdas, o que pode indicar tendências para o fechamento do ano. O tema vai continuar a aparecer, mas com menor intensidade, de acordo com especialistas consultados.
Valor Econômico: Analistas esperam 3º trimestre mais fraco
5. Setor automotivo brasileiro será impactado por falta de chips
A baixa produção de semicondutores destinados a soluções tecnológicas para automóveis preocupa as montadoras brasileiras, de acordo com a Anfavea, entidade representativa do setor. Em algumas semanas, as fábricas podem ser afetadas, em uma situação similar à que foi vivida na pandemia.
Disputas geopolíticas, intensificadas depois de tensões entre o governo holandês e uma empresa chinesa, são alguns dos motivos apontados pela Anfavea como possíveis responsáveis. Após conflito, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que tem afetado a produção no Brasil.
Infomoney: Falta de chips pode parar montadoras em questão de semanas, alerta Anfavea