Brasil
28 de Março de 2025
1. Prévia da inflação para março acelera com pressão de alimentos e educação
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, avançou 0,64% em março, acima dos 0,78% de fevereiro de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi puxada por alimentação no domicílio e reajustes escolares. No acumulado de 12 meses, o índice vai a 4,14%. O dado veio levemente abaixo das expectativas do mercado, mas ainda indica pressão inflacionária nos itens mais sensíveis ao consumidor. Entre os destaques de alta estão cenoura (35,3%), batata (8,8%) e cursos regulares (6,13%).
Para empresas, o dado acende alerta: apesar do controle no núcleo inflacionário, a persistência de aumentos em alimentos e serviços pode influenciar a política monetária e a percepção de consumo no curto prazo.
G1: IPCA-15: preços sobem 0,64% em março, puxados por alimentação e combustíveis
IBGE: IPCA-15 é de 0,64% em março
2. Brasil ameaça retaliar tarifas dos EUA sobre aço e alumínio
O presidente Lula afirmou que o Brasil poderá adotar medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos caso não haja avanço na disputa sobre as tarifas de 25% aplicadas por Washington ao aço e alumínio brasileiros. A declaração foi feita após reunião com o diretor-geral da OMC, com quem o governo tenta intermediar uma solução antes de recorrer a sanções.
Lula argumenta que os EUA mantêm uma postura protecionista que fere as regras do comércio internacional. A retaliação, segundo ele, pode incluir sobretaxas a produtos norte-americanos. O gesto ocorre em um momento de disputa geopolítica global e busca reposicionar o Brasil como defensor do multilateralismo comercial.
Para empresas exportadoras brasileiras, a medida representa tentativa de nivelar as condições de concorrência em um setor estratégico e pressionar por maior previsibilidade nas relações com os EUA. Mesmo que a retaliação não se concretize, o movimento sinaliza disposição política para defender a indústria nacional em fóruns multilaterais.
Poder360: Lula promete taxar produtos dos EUA caso recurso na OMC não resolva
3. Lula vai à Ásia e promete ampliação de acordos comerciais
O presidente Lula desembarcou no Japão nesta semana com o objetivo de ampliar as relações comerciais com a Ásia. A agenda inclui reuniões para tentar destravar o mercado japonês para carnes brasileiras e abrir espaço para um possível acordo comercial entre o Japão e o Mercosul. A visita é parte de uma estratégia mais ampla de diversificação de parceiros comerciais, em meio a um cenário global marcado por tensões geoeconômicas.
Após o Japão, Lula seguiu para o Vietnã, hoje o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro. O país asiático é visto pelo Ministério das Relações Exteriores como um parceiro estratégico, com potencial de expansão nas áreas de alimentos, energia e tecnologia. A comitiva também busca reforçar o diálogo político e a cooperação em foros multilaterais.
Com a movimentação, o governo tenta reduzir a dependência de mercados tradicionais como os Estados Unidos e a União Europeia. Para o setor empresarial, a aproximação com países asiáticos pode abrir novas oportunidades em cadeias produtivas dinâmicas e menos sujeitas a medidas protecionistas.
CNN Brasil: Lula chega ao Japão buscando ampliar relações na Ásia
4. STF torna Bolsonaro réu por suposta tentativa de golpe de Estado
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por suposta participação em uma articulação para invalidar o resultado das eleições de 2022. A decisão também atinge ex-ministros e ex-assessores próximos, incluindo militares da reserva. Eles passam a responder formalmente por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, baseia-se em declarações públicas, reuniões de teor institucional e documentos apreendidos em operação da Polícia Federal. As defesas alegam ausência de provas e motivação política nas investigações.
A abertura da ação penal inaugura uma nova fase no inquérito, com possibilidade de coleta de provas, oitivas e eventual julgamento. Para o cenário político, o avanço do caso gera impacto direto nas articulações da oposição e reforça o protagonismo do Judiciário em temas sensíveis da agenda nacional.
UOL: STF vota por unanimidade para aceitar denúncia e tornar Bolsonaro réu
5. Banco Central projeta inflação acima da meta até 2026
O Banco Central estima que a inflação anualizada ficará em torno de 5,5% nos próximos meses, ultrapassando o teto da meta estabelecida para 2025, que vai até 4,5%. A projeção é reflexo de pressões persistentes em itens como alimentos, combustíveis e serviços, além do impacto de ajustes no ICMS promovidos por alguns estados.
Segundo a autoridade monetária, o retorno da inflação ao intervalo da meta só deve ocorrer em 2026. O cenário reforça a cautela na condução da política monetária, em um momento em que o mercado acompanha de perto a possibilidade de cortes adicionais na taxa Selic ainda este ano.
Para empresas, a sinalização de inflação acima da meta combinada à manutenção de juros reais elevados pode afetar decisões de investimento, consumo e repasse de preços. O alerta do Banco Central reitera a necessidade de estratégias de adaptação a um ambiente econômico ainda pressionado.
Poder360: Banco Central estima inflação anualizada de 5,5% “nos próximos meses” …