Brasil

29 de novembro de 2024

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1. Governo anuncia pacote de corte de gastos, com impacto estimado em R$ 327 bilhões de reais de 2025 a 2030

O Ministério da Fazenda anunciou um pacote de medidas de revisão de gastos, com impacto de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026. Já para o período de 2025 a 2030, o impacto estimado é de R$ 327 bilhões.

O objetivo do pacote de cortes de gastos é tentar manter de pé o chamado arcabouço fiscal, a norma para as contas públicas aprovada no ano passado. Sem uma regra crível para as contas públicas, explicam economistas, haverá um aumento maior ainda da dívida pública, com impacto nos juros bancários para consumo e investimentos, e tensão nos mercados, com pressão sobre o dólar.

Com mais confiança no controle dos gastos públicos e manutenção das regras para as contas públicas nos próximos anos, há uma tendência de pressão menor sobre o dólar e sobre a inflação, fatores que influenciam diretamente a vida de cada brasileiro. Para ter validade, as mudanças propostas no pacote ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.

Valor Econômico: Governo estima impacto de R$ 327 bilhões com medidas de revisão de gasto entre 2025 e 2030
Exame: Governo Lula prevê R$ 327 bilhões de economia até 2030 com pacote fiscal
Carta Capital: Conheça os detalhes do plano de ajuste fiscal anunciado pelo governo federal

2. Dólar alcança R$ 6 depois de anúncio de medidas de contenção de gastos e isenção de Imposto de Renda

O dólar fechou no maior patamar do Plano Real e chegou a ser negociado a R$ 6 reais, valor que supera a máxima histórica intraday (enquanto as negociações estão abertas), quando alcançou R$ 5,97 em 13 de maio de 2020, auge da pandemia.

A alta do dólar ocorre após o anúncio do pacote de medidas, que inclui a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026. Os analistas avaliaram que a medida terá um impacto fiscal que vai erodir parte da redução de gastos prevista nas outras medidas.

A reação de economistas e agentes de mercado ao pronunciamento do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi marcada por críticas à timidez das medidas de corte de gastos sinalizadas e à apresentação “casada” de mudanças na tabela do imposto de renda. A tônica do mercado foi: reconhecer as iniciativas como positivas, mas questionar seu potencial para gerar uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos. Existe temor de que a maior parte da cifra seja atribuída ao controle e combate à fraude, não a medidas estruturais com efeito no médio e longo prazo.

O Globo: Dólar hoje: cotação sobe com força e alcança R$ 6
CNN: Mercado reage a Haddad com críticas a timidez para cortar gasto e timing de mudança no IR

3. JPMorgan rebaixa recomendação para ações no Brasil

O JP Morgan rebaixou a alocação no Brasil de “overweight” para neutra, mesmo em um cenário em que os valuations de ações brasileiras estão atrativos. O banco avalia que há um eterno “dia da marmota” no Brasil – expressão utilizada para descrever a sensação de se viver a mesma situação várias vezes. Os especialistas do banco dizem que um crescimento mais lento da China tende a ter impactos no Brasil por meio da redução nos preços de commodities – o que poderia prejudicar os fluxos globais para mercados emergentes, especialmente aqueles considerados ‘China proxies’.

Apesar de estar com uma visão neutra para as ações brasileiras, os analistas do banco afirmaram que possuem uma perspectiva acima da média de mercado para alguns papéis, como Eletrobras, Sabesp, Itaú, Porto Seguro, Stone, Nu, Raia Drogasil e JBS. Por outro lado, a casa está com uma recomendação “underweight” (abaixo da média de mercado) para papéis de commodities.

Valor Econômico: J.P. Morgan diz que Brasil vive ‘eterno dia da marmota’ e rebaixa recomendação para ações do país
Folha de São Paulo: JPMorgan diz que Brasil parece viver dia da marmota com risco fiscal e rebaixa recomendação para ações locais

4. Mercado de trabalho brasileiro desacelera em outubro

Em outubro, foram criadas 132.714 vagas de emprego com carteira assinada no Brasil, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), anunciados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Foi o pior resultado para o mês desde 2020, sendo 29% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 187.070 admissões. O ministro do Trabalho atribuiu a desaceleração do mercado de trabalho em outubro à alta da taxa de juros, uma medida adotada pelo Banco Central para controlar a inflação.

No acumulado deste ano, entre janeiro e outubro, o saldo foi de 2.117.473 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, entre novembro de 2023 e outubro deste ano, foram abertas 1.787.839 vagas. O resultado é 22,7% maior que o observado no período de novembro de 2022 a outubro de 2023.

Setores como serviços, indústria e comércio continuaram a gerar empregos, enquanto a agropecuária e a construção apresentaram resultados negativos.

O Globo: Brasil abre 132.714 mil postos de trabalho em outubro, pior resultado para o mês desde 2020

5. Brasil quer corredor verde fluvial na Amazônia até 2027

O Brasil quer ter o primeiro corredor verde fluvial na Amazônia até o final de 2027. Batizado de Enguia, em alusão ao peixe elétrico, o projeto irá estimular o investimento em energia limpa no transporte fluvial, tanto por agentes privados quanto por públicos. A iniciativa pretende desenvolver, com tecnologia nacional, barcos 100% elétricos, movidos a energia solar, em escala comercial e vendê-los a custo acessível à população local.

O objetivo é reduzir a emissão de gases do efeito estufa e estimular o uso de energias limpas no transporte fluvial. É um grande passo rumo à sustentabilidade – e com a COP30 se aproximando, em Belém, este projeto se torna ainda mais relevante, demonstrando o compromisso do Brasil com a transição para uma economia mais sustentável e com a preservação da Amazônia.

Além dos benefícios ambientais, o corredor verde fluvial também trará impactos sociais e econômicos positivos para a região, facilitando o acesso a serviços básicos e impulsionando o desenvolvimento local.

Folha de SP: Brasil pode ter primeiro corredor verde fluvial na Amazônia até 2027