Brasil
30 de maio de 2025

1. Brasil gera mais de 257 mil empregos formais em abril
O Brasil fechou o mês de abril com saldo positivo de 257.528 empregos formais, segundo dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Este é o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica, em 2020. O resultado reflete um cenário de crescimento consistente, com geração de vagas nas 27 unidades da federação e nos principais setores da economia. No acumulado do ano, o país soma 922 mil novos postos de trabalho com carteira assinada.
O setor de serviços liderou a geração de empregos, com 136.109 vagas, seguido pelo comércio (48.040), indústria (35.068), construção (34.295) e agropecuária (4.025). O saldo positivo foi impulsionado principalmente pela faixa etária de 18 a 24 anos, responsável por 126.300 vagas, e por profissionais com ensino médio completo, que somaram 191.084 novos empregos. Em termos de remuneração, o salário médio de admissão subiu para R$ 2.251,81, crescimento real de 0,71% frente a março.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, destacou que o resultado reflete o esforço do governo em manter a economia ativa, apesar dos desafios impostos pelos altos juros, que, segundo ele, são um obstáculo ao crescimento. O desempenho foi puxado principalmente por São Paulo (72.283 vagas), Minas Gerais (29.083) e Rio de Janeiro (20.031), enquanto os menores saldos foram registrados em Alagoas, Roraima e Acre.
Agência Brasil: Brasil registra saldo de mais de 257 mil novos empregos em abril
2. IPCA-15 desacelera para 0,36% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou desaceleração em maio, passando de 0,43% em abril para 0,36%, segundo dados divulgados pelo IBGE. A principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial, com alta de 1,68%, impactada pela mudança na bandeira tarifária, o que representou um impacto de 0,06 ponto percentual no índice.
No acumulado de 2025, o IPCA-15 soma alta de 2,80%, enquanto nos últimos 12 meses o indicador registra avanço de 5,40%. Entre os nove grupos pesquisados, sete apresentaram aumento nos preços. Destaque para vestuário (0,92%), saúde e cuidados pessoais (0,91%) e habitação (0,67%). Em termos de impacto, o grupo saúde liderou com 0,12 p.p., impulsionado pela alta de 1,93% nos produtos farmacêuticos, refletindo o reajuste de medicamentos autorizado em março.
Apesar das pressões de aumentos, o grupo transportes contribuiu para a desaceleração do índice, com queda de 0,29%. A retração foi influenciada principalmente pela redução de 11,18% nas passagens aéreas, além de tarifas de ônibus urbano mais baixas em cidades como Brasília e Belém. Já os combustíveis, que haviam recuado no mês anterior, tiveram leve alta de 0,11% em maio, impulsionados pelos aumentos no etanol (11,84%) e na gasolina (4,11%).
CNN Brasil: “Prévia da inflação”: IPCA-15 desacelera a 0,36% em maio, diz IBGE
3. Aumento do IOF deve ser questionado na Justiça
O decreto do governo Lula que elevou as alíquotas do IOF gerou forte reação no Congresso e no meio jurídico. Parlamentares da oposição apresentaram dois Projetos de Decreto Legislativo (PDL) – um na Câmara e outro no Senado – para tentar sustar a medida, alegando que ela foi adotada sem aviso prévio e sem permitir que agentes econômicos se preparassem. Além disso, especialistas apontam que o governo estaria usando um imposto de natureza regulatória com objetivo arrecadatório, o que poderia ferir sua finalidade constitucional.
As principais críticas se concentram no impacto do aumento sobre operações de cartão no exterior, compra de moeda em espécie e aportes em planos de previdência, especialmente do tipo VGBL. Juristas e tributaristas destacam que o decreto rompe com uma sinalização anterior de redução gradual do IOF até 2029, o que gera insegurança jurídica e quebra de previsibilidade. Empresas e investidores, sobretudo aqueles com contratos de longo prazo, foram surpreendidos com o aumento de custos, sem tempo hábil para adequações.
No campo jurídico, há dúvidas sobre a constitucionalidade da medida, especialmente no que diz respeito ao desvio de finalidade do IOF, que deveria atuar como instrumento regulador e não como solução fiscal. Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) historicamente tenda a validar decretos do Executivo sobre o IOF, especialistas apontam que há espaço para discussão, principalmente se ficar comprovado que o objetivo foi meramente arrecadatório. A medida, além de gerar risco de judicialização, é vista como sinalização negativa para investidores e para o ambiente econômico do país.
O Globo: Alta do IOF já sofre ofensiva política e deve ser contestada na Justiça
4. Comissão aprova fim da reeleição e mandatos de cinco anos
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim à reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. A proposta também amplia a duração dos mandatos para cinco anos e unifica as datas das eleições municipais e gerais a partir de 2034. Caso seja aprovada no plenário do Senado e, depois, na Câmara dos Deputados, prefeitos, governadores e presidente poderão disputar a reeleição pela última vez nas eleições de 2028 e 2030, dependendo do cargo.
Além do fim da reeleição, a PEC estabelece novas regras para o tempo de mandato de todos os cargos eletivos. Prefeitos, vereadores, deputados, governadores e presidente da República passarão a ter mandatos de cinco anos. No caso dos senadores, o mandato, que atualmente é de oito anos, será reduzido para cinco, após uma fase de transição. A proposta também muda a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, que terão mandatos de três e dois anos, respectivamente, dentro da mesma legislatura.
Outro ponto relevante é a unificação dos pleitos. A partir de 2034, todas as eleições — municipais e nacionais — poderão ocorrer no mesmo dia, com um intervalo fixo de cinco anos entre os ciclos. Segundo o relator da proposta, senador Marcelo Castro, essa medida deve reduzir custos, simplificar processos e diminuir o desgaste constante provocado por campanhas eleitorais frequentes. A expectativa é que as mudanças promovam maior renovação política e permitam que os governantes foquem mais em projetos estruturantes e de longo prazo.
G1: CCJ do Senado aprova fim da reeleição para presidente, prefeitos e governadores
5. Tesouro Nacional registra distribuição mais equilibrada da dívida Pública
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) informou que, nos meses de abril e maio, a emissão de títulos da dívida pública teve uma distribuição mais equilibrada, priorizando papéis prefixados e atrelados à inflação, que representaram cerca de 60% do total emitido. Segundo o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de abril, só naquele mês, esses títulos responderam por 57,4% das emissões. O coordenador-geral de operações da dívida pública, Helano Borges Dias, destacou que essa melhora na composição reflete uma estratégia para reduzir riscos e dar mais previsibilidade ao endividamento.
Mesmo com esse avanço, a participação dos títulos prefixados no estoque da Dívida Pública Federal (DPF) recuou de 21,51% em março para 20,23% em abril, enquanto os papéis indexados à inflação subiram de 28,01% para 28,46%. Por outro lado, os títulos com taxa flutuante aumentaram sua fatia, chegando a 47,3%. Esses números seguem, em geral, os parâmetros do Plano Anual de Financiamento (PAF), embora eventuais desvios não resultem em sanções. O cenário externo, com menor pressão tarifária dos EUA e queda nas commodities, favoreceu uma redução nos juros exigidos pelos investidores, contribuindo para o aumento nas emissões, que atingiram R$ 204,6 bilhões em abril, recorde histórico.
A dívida total subiu 1,44% em abril, chegando a R$ 7,617 trilhões, ainda abaixo da faixa prevista pelo PAF, que vai de R$ 8,1 a R$ 8,5 trilhões. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) alcançou R$ 7,31 trilhões, enquanto a dívida externa ficou em R$ 306,13 bilhões, uma leve queda de 1,1%. Houve também melhora nos indicadores de prazo: o percentual da dívida vencendo em 12 meses caiu para 17,92% e o prazo médio subiu para 4,17 anos. Na métrica internacional, o prazo médio avançou de 5,62 para 5,72 anos, refletindo uma gestão mais prudente e sustentável da dívida pública brasileira.
Valor Econômico: Tesouro vê distribuição mais favorável da dívida