Brasil
17 de Outubro de 2025

1. Brasil e EUA: encontro de diplomatas abre caminho para negociação de tarifas
O governo brasileiro avaliou como positiva a reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O encontro, realizado nesta quinta (16) na Casa Branca, marcou o início de uma negociação para reduzir tarifas impostas ao Brasil. Segundo fontes próximas aos diplomatas, tanto Brasília quanto Washington demonstraram interesse em avançar nas tratativas. Apesar de não haver decisão imediata, o clima foi de cooperação. Integrantes do governo Trump também consideraram o diálogo produtivo.
Vieira e Rubio conversaram por 15 minutos antes antes de abrir espaço para o encontro às equipes técnicas. Participaram, pelo lado americano, o representante comercial Jamieson Greer e diplomatas do Departamento de Estado. Do lado brasileiro, estiveram a embaixadora Maria Luiza Viotti e outros diplomatas. O tema central foi o comércio bilateral e as sobretaxas sobre produtos brasileiros. A expectativa é que novas rodadas ocorram nas próximas semanas.
Folha de S. Paulo: Após encontro na Casa Branca, governo do Brasil vê largada efetiva em negociação para reduzir tarifas
2. Delegações e especialistas fazem prévia de discussões da COP30
A pré-COP realizada em Brasília reuniu 67 delegações e funcionou como o último ensaio antes da COP30, marcada para Belém. O encontro testou o terreno das negociações e evidenciou tanto avanços possíveis quanto barreiras políticas. A reunião interministerial mostrou o esforço do governo em preparar o país para sediar sua primeira conferência climática na Amazônia. O clima foi de cooperação, mas também de cautela.
A iniciativa fez parte da nova estratégia da presidência brasileira da COP30, liderada por André Corrêa do Lago. Ele antecipou debates que costumam ocorrer apenas na segunda semana das conferências. A medida busca dar mais tempo para acordos e evitar impasses de última hora. Em Brasília, os países foram divididos em subgrupos com interesses comuns, passo visto como essencial para reduzir divergências e avançar em consensos.
Exame: Embates sobre financiamento e combustíveis fósseis: o que esperar da COP30 após reunião em Brasília
3. A projeção do FMI para economia brasileira em 2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a projeção de crescimento do Brasil este ano, mas prevê uma desaceleração mais intensa em 2026, citando o impacto das tarifas dos Estados Unidos e apontando sinais de moderação da atividade econômica. O relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta semana, mostra que o FMI projeta expansão de 2,4% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) este ano, 0,1 ponto percentual a mais do que a projeção de julho.
Para 2026, a conta foi reduzida em 0,2 ponto, a 1,9%. A projeção para a economia brasileira este ano é ligeiramente melhor do que a do governo brasileiro, que prevê uma expansão de 2,3%. O Ministério da Fazenda está mais otimista para 2026, com uma estimativa de crescimento de 2,4%. O FMI espera ainda que a inflação atinja 5,2% no Brasil este ano e 4% em 2026. O desemprego deve ficar em 7,1% em 2025 e 7,3% no próximo ano.
CNN Brasil: FMI eleva projeção para PIB do Brasil em 2025, mas vê desaceleração em 2026
4. Safra brasileira deve ultrapassar a marca de 350 milhões de toneladas
O Brasil deve atingir um novo recorde na produção de grãos e fibras na safra 2025/26, com estimativa de 354,7 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O crescimento de 0,8% sobre o ciclo anterior será impulsionado pela expansão de 3,3% na área de plantio, que deve alcançar 84,4 milhões de hectares. A soja segue como principal destaque, com previsão de colheita de 177,6 milhões de toneladas – 6 milhões a mais que em 2024/25 e avanço de 3,6% na área cultivada. Já o milho deve chegar a 138,6 milhões de toneladas somando as três safras, enquanto o algodão em pluma tende a crescer 1,1%, com 4 milhões de toneladas produzidas.
Entre as culturas com desempenho menor, o arroz deve registrar queda de 10% na produção, influenciado pela redução de 5,6% na área plantada, enquanto o feijão deve manter estabilidade, com 3 milhões de toneladas estimadas. A Conab também prevê ajustes nas próximas projeções, já que parte das lavouras ainda não foi semeada, especialmente no caso das segundas e terceiras safras de milho. Mesmo com variações regionais e climáticas, o levantamento confirma a força da agricultura brasileira, sustentada pelo avanço tecnológico e pela diversidade de ciclos produtivos ao longo do ano.
Globo Rural: Brasil deve ter safra recorde de quase 355 milhões de toneladas de grãos em 2025/26
5. Serviços mantêm sequência de altas e atingem novo recorde histórico
O volume de serviços no Brasil cresceu 0,1% em agosto em relação a julho, marcando o sétimo mês consecutivo de alta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor acumula avanço de 2,6% no período e opera 18,7% acima do nível pré-pandemia, alcançando o maior patamar da série histórica. O resultado ficou em linha com as projeções do mercado e confirma a resiliência do setor, que segue sustentando parte do crescimento econômico em meio à desaceleração da indústria e do comércio.
Entre as atividades pesquisadas, quatro registraram expansão, com destaque para os serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,4%) e os serviços prestados às famílias (+1%). A única queda ocorreu em informação e comunicação (-0,5%). Em comparação com agosto de 2024, o setor apresentou crescimento de 2,5%, enquanto a receita nominal avançou 7%, refletindo o fortalecimento gradual da demanda interna e o papel do setor de serviços como principal motor da economia brasileira em 2025.
Valor Econômico: Serviços sobem 0,1% em agosto, 7ª alta mensal seguida, e renovam patamar recorde, diz IBGE