Brasil

June 25, 2021

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1. CPI apura suposta fraude na compra de vacina; denúncia envolve presidente

A CPI da Covid investiga denúncia de funcionário do Ministério da Saúde que afirma ter sido pressionado por superiores para acelerar a importação da vacina Covaxin a preço mais alto mesmo sem documentação obrigatória. Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda, dizem que avisaram o presidente Jair Bolsonaro durante audiência. No encontro, Bolsonaro teria prometido mandar a Polícia Federal investigar, mas isso não teria sido feito. Para membros da CPI, o caso abre possibilidade de responsabilizar o presidente por prevaricação. Bolsonaro e seus ministros negam irregularidade no processo e afirmam que nada foi pago.

O servidor se recusou a assinar um contrato de compra da Covaxin ao perceber que 4 milhões de doses previstas foram reduzidas para 300 mil, mas o pagamento antecipado foi mantido em US$ 45 milhões (R$ 222,6 milhões). Um mês após a denúncia, o governo encomendou 20 milhões de doses por R$ 1,61 bilhão. O preço da dose, que era de US$ 1,34, foi fechado em US$ 15 (R$ 80,70). O valor é mais alto do que o das vacinas Coronavac (R$ 58,20), Pfizer (R$ 56,30) e Oxford/AstraZeneca (19,87). O presidente afirma que mandou a Polícia Federal investigar os denunciantes. Auxiliares do governo avaliam a possibilidade de cancelar a compra.

Folha de S.Paulo: CPI vê chance de responsabilizar o presidente
O Estado de S. Paulo: Bolsonaro nega irregularidade e critica CPI
O Estado de S. Paulo: Deputado diz que Bolsonaro foi avisado
G1: Entenda o caso da Covaxin
Folha de S.Paulo: Acompanhe a CPI da Covid

2. Reprovação ao governo sobe para 49% e taxa de confiança em Bolsonaro cai

A aprovação ao governo de Jair Bolsonaro voltou a ficar abaixo do patamar de segurança do presidente, que era de 30%, segundo pesquisa do Ipec (instituto fundado por ex-dirigentes do Ibope Inteligência, que encerrou as atividades). O índice de aprovação ao atual governo caiu de 28% para 24% de fevereiro para cá. A reprovação, por sua vez, subiu de 39% para 49% no mesmo período. Os dois indicadores estão fora da margem de erro de 2 pontos percentuais da pesquisa, que entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 17 e 21, antes da maior exposição de mídia sobre a denúncia de fraude no contrato para compra da Covaxin. Em maio, pesquisa do Datafolha também apontou 24% de aprovação.

O levantamento aponta que também houve queda do nível de confiança dos brasileiros no presidente da República. De acordo com a pesquisa, caiu de 36% para 30% o percentual daqueles que afirmam confiar em Bolsonaro. No caso dos que não confiam, houve aumento de 61% para 68% de fevereiro para este mês. Na sondagem de intenção de voto para a eleição presidencial, que só acontecerá em outubro do ano que vem, a pesquisa do Ipec mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera com 49% da preferência, seguido por Jair Bolsonaro (23%), Ciro Gomes, com 7%, João Doria (5%) e Luiz Henrique Mandetta (3%).

G1: Cai a aprovação ao governo Bolsonaro

3. Suspeito de crimes, ministro do Meio Ambiente se demite após 30 meses

Alvo de inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e investigado pela Polícia Federal sob a suspeita de crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando de madeira para o exterior, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão na quarta-feira. Ele é o 16º integrante do governo Jair Bolsonaro a deixar o cargo. Em dois anos e meio de gestão, Salles acumulou críticas de vários setores por sua política de enfraquecimento do sistema de proteção das florestas.

Salles também foi alvo de polêmica ao afirmar em reunião ministerial que a pandemia abria a possibilidade derrubar impedimentos legais ao desmatamento. “Precisa haver um esforço nosso aqui, enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”. Em pronunciamento, o ex-ministro afirmou ter desempenhado “da melhor forma possível” sua função em dois anos e meio. O desmatamento disparou no país nesse período. Joaquim Pereira Leite, próximo de Salles e do presidente Jair Bolsonaro, é o novo ministro.

Folha de S.Paulo: Ricardo Salles pede demissão
Folha de S.Paulo: Ministro é o 16º a deixar o governo

4. 47% dos jovens de 15 a 29 anos querem deixar o país para melhorar de vida

Análise conjuntural de uma série de pesquisas divulgadas no país apontam que, se pudessem, 47% dos jovens de 15 a 29 anos de idade, deixariam o Brasil em busca de oportunidades. Esse é o maior percentual verificado desde 2005, quando eram 26,70% os desiludidos com o país, segundo o Atlas das Juventudes e o estudo da FGV Social/CPS com base em dados do IBGE, Gallup World Poll e Organização das Nações Unidas. O levantamento mostra também que 27,1% das 50,6 milhões de pessoas desta faixa etária não estudaram nem trabalharam em 2020.

Pesquisadores alertam que, se o cenário do mercado de trabalho para essa juventude não se alterar, o país vai desperdiçar o maior potencial histórico de crescimento e produtividade. Com a pandemia, os desocupados de 15 a 29 anos aumentaram de 49,4% para 56,3%. No ano passado, 70% deles afirmaram terem tido dificuldade para conseguir trabalho. O quadro também impacta a percepção sobre as políticas governamentais. Dados do Gallup World Poll mostram que a aprovação desse grupo sobre como o país é governado caiu de 60,6%, na metade da década passada, para 12,1%. A média mundial de aprovação tem se mantido em 57% nos últimos dez anos.

Folha de S.Paulo: Metade dos jovens quer deixar o país

5. EUA doam vacinas ao Brasil e governo pode pedir ajuda do Banco Mundial

O governo norte-americano oficializou a doação de 3 milhões de doses da vacina contra o coronavírus fabricada pela Janssen, de dose única. O lote é o maior dentre todos os países que receberão a ajuda dos EUA. Nesta semana, a falta do imunizante afetou a vacinação em várias cidades brasileiras, incluindo capitais como São Paulo, que voltou a ter o medicamento parcialmente. O Brasil usa hoje principalmente as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. No terceiro trimestre, a previsão do governo é a de aumentar a participação da vacina da Pfizer e da Janssen. Até o momento, apenas 12% da população está completamente imunizada.

O governo federal quer empréstimo de US$ 600 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) do Banco Mundial para compra de vacinas. A consulta foi enviada ao organismo internacional no dia 18. O Ministério da Saúde admite que a retomada da economia depende da vacinação, ao contrário do que tem afirmado o presidente Jair Bolsonaro. No mesmo documento, o ministério pede ajuda ao país “no seu ponto mais alto na pandemia, em contraste com outras partes do mundo que já verificam uma redução de casos e mortes”. Mais de 509 mil mortes já foram registradas no país. Os casos de contaminação também não param de subir e totalizam mais de 18,2 milhões.

G1: EUA doam maior lote de vacinas para o Brasil
O Estado de S. Paulo: Governo quer empréstimo para comprar vacina
O Estado de S. Paulo: Capitais ficam sem vacina
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia