Brasil

Sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

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1. Uso de vacina contra coronavírus acirra embate político entre Bolsonaro e Doria

Informações contraditórias ou corrigidas a cada dia não deixam claro quando o Brasil poderá iniciar uma campanha de vacinação em massa contra o coronavírus. Nem qual medicamento deverá ser aprovado pelo governo federal. Nesta semana, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que a população será vacinada a partir de 25 de janeiro, aniversário de fundação da capital paulista, e disse que a produção da vacina chinesa já foi iniciada no Instituto Butantan. As decisões do principal opositor ao presidente Jair Bolsonaro repercutiram no Planalto.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, primeiro disse que não daria para ter certeza de que o imunizante será aprovado a tempo. Depois, afirmou que o governo poderia aprovar em até 72 horas qualquer que fosse o medicamento validado. Agora, ele já admite a possibilidade vacinar a população ainda neste mês, em caráter emergencial, com o imunizante da Pfizer, que foi adotado em outros países. “O uso emergencial pode acontecer agora em dezembro, em hipótese, se nós fecharmos o contrato com a Pfizer. O ‘se’ é porque o contrato está sendo fechado. Desculpa o gerúndio”, disse.

O Estado de S. Paulo: SP inicia produção da vacina Coronavac
Folha de S.Paulo: Vacinação em SP começará em janeiro, diz Doria
O Globo: Ministro recua e diz que governo pode vacinar neste mês
G1: Saiba como está o processo de cada vacina

2. Covid-19 já causa mais mortes em todas as regiões do país

O aumento da média de mortes de pessoas em decorrência do coronavírus foi registrado em 21 estados e no Distrito Federal. Apenas Amazonas e Maranhão informaram queda. Amapá, Pará e Alagoas têm números estáveis. Estados e várias capitais já aumentaram as restrições para evitar maior disseminação da doença, principalmente devido às festas de final de ano. Sem mencionar números, o presidente Jair Bolsonaro criticou a imprensa por ter levado “pavor” à população. “Ainda estamos vivendo um finalzinho de pandemia”, disse.

O país já registra mais de 179 mil mortes de pessoas pela doença e pelo menos 6,7 milhões de infectados, mas o número deve ser maior devido à subnotificação e aos casos de doentes assintomáticos. A média de óbitos nos últimos sete dias foi de 642 pacientes, um aumento de 34% em relação ao verificado duas semanas atrás. Ontem, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus no país. Uma médica de 37 anos foi infectada por duas linhagens diferentes do vírus. O caso foi notificado pelos governos do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

O Globo: Média de mortes aumenta em 21 estados e no DF
O Estado de S. Paulo: Bolsonaro enxerga “finalzinho da pandemia”
Folha de S.Paulo: Governo confirma 1º caso de reinfecção pelo Covid
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

3. Aumento do preço de insumos é o maior desde 1994 e pressiona inflação

O aumento de preços de insumos de outubro de 2019 até o mesmo mês deste ano foi o maior já registrado desde o início do Plano Real, em 1994. Segundo pesquisa do Ibre FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a alta de 68% no valor de matérias-primas pressiona a inflação para outros setores da economia. No caso dos alimentos, óleo de soja subiu 108,6% para o produtor e 99,1% para o consumidor. As carnes tiveram elevação de preço de 64,5% e 33,6%, respectivamente. “É impossível para a cadeia produtiva reter por muito tempo aumentos dessa magnitude”, diz o economista Andre Braz.

A inflação oficial em novembro seguiu em ritmo de aumento e subiu 0,89% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Alimentos e combustíveis foram novamente responsáveis pela elevação. No acumulado do ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) está em 3,13%; em 12 meses a taxa é de 4,31%. Em 12 meses, a inflação de produtos alimentícios subiu 21,13%. “É melhor ou menos ruim ter inflação do que desabastecimento. Se o homem do campo tivesse ficado em casa, teria sido ruim para o país. Sabemos que a fome é péssima conselheira”, disse o presidente Jair Bolsonaro.

Folha de S.Paulo: Pressão sobre preços é a maior desde o Plano Real
Valor Econômico: Inflação é melhor que desabastecimento, diz presidente

4. Brasil anuncia que vai neutralizar a emissão de gases-estufa até 2060

O Brasil anunciou seu compromisso de neutralizar a emissão de gases-estufa até 2060, conforme cláusula prevista no Acordo de Paris para que as nações comuniquem ou atualizem suas metas a cada cinco anos. O anúncio foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que ressaltou a possibilidade de atingir esse nível antes do prazo caso países desenvolvidos repassem pelo menos US$ 10 bilhões a iniciativas brasileiras para atividades sustentáveis.

O compromisso atual projeta aquecimento global de 3°C. A meta do Acordo de Paris é reduzir essa temperatura entre 1,5 e 2°C. O cumprimento das exigências é uma condição para que o acordo comercial Mercosul-União Europeia seja mantido. O ministro confirmou que o governo irá atingir uma redução de 37% dos gases-estufa até 2025 em relação aos níveis de 2005. O último balanço oficial de desmatamento na Amazônia, divulgado no final do mês passado, indica que o país perdeu 11 mil km² de floresta entre agosto de 2019 e julho deste ano, um aumento de 9,5% em relação aos 12 meses anteriores.

Valor Econômico: Brasil anuncia meta de descarbonizar economia em 40 anos
Folha de S.Paulo: Ministro promete neutralizar gases-estufa até 2060

5. Ministro suspeito de fraude na eleição de 2018 critica general e é demitido

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido após publicar reclamações quanto ao comportamento do general e secretário de Governo Luiz Eduardo Ramos em grupo restrito de conversas de integrantes do governo. O militar foi chamado de traidor e acusado de atacar “de forma covarde” a ala conservadora que apoia o presidente Jair Bolsonaro O chefe do Executivo, em conversa divulgada em rede social, disse que o agora ex-ministro “estava fazendo um bom trabalho, mas teve problema aí”.

Mantido no cargo mesmo tendo sido indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de falsidade ideológica eleitoral, associação criminosa  e apropriação indébita de dinheiro público destinado aos candidatos do PSL nas eleições de 2018, o agora ex-ministro é apontado por integrantes do governo como o primeiro de uma série de acomodações no ministério que deverá acontecer em janeiro. Segundo aliados do presidente, será necessária uma manobra para equilibrar as forças políticas após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

Folha de S.Paulo: Ministro do Turismo é demitido após criticar general
O Globo: Bolsonaro demite ministro do Turismo