Brasil

Sexta-feira, 14 de maio de 2021

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1. Pfizer afirma que governo ignorou 5 ofertas para compra de vacina em 2020

O governo federal ignorou ao menos 5 propostas para comprar vacina ainda em 2020. Outra oferta, feita neste ano, também não foi respondida. A informação foi dada pelo gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, em depoimento à CPI da Covid, Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a omissão no combate à pandemia e o uso de recursos nos estados e municípios. Segundo o executivo, se o contrato tivesse sido assinado em agosto de 2020, o país teria 18,5 milhões de doses até o mês que vem.

Senadores da CPI apontam fortes indícios de negligência do presidente Jair Bolsonaro na aquisição de vacinas. Também nesta semana, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten falou à comissão em sessão tumultuada, com ameaça de prisão por falso testemunho e discussão em que o senador Flávio Bolsonaro chamou o relator da CPI, Renan Calheiros, de “vagabundo”. Wajngarten caiu em contradições, defendeu o presidente, mas acabou confirmando articulações de um conselho paralelo ao Ministério da Saúde na negociação de vacinas. Ontem, em Alagoas, estado natal de Calheiros, Bolsonaro disse que a CPI tem “um vagabundo [o relator] inquirindo pessoas de bem”.

Folha de S.Paulo: Governo ignorou oferta de vacinas
O Estado de S. Paulo: Ex-secretário depõe na CPI
O Globo: Presidente chama relator da CPI de vagabundo
Folha de S.Paulo: Leia mais sobre CPI da Covid

2. Prefeitura de São Paulo revela que 1/3 dos adultos já contraiu coronavírus

Estudo divulgado pela Prefeitura de São Paulo aponta que 33,5% da população com mais de 18 anos e que ainda não tomou vacina já foi infectada pelo coronavírus na capital paulista. Os dados são resultado do inquérito sorológico realizado entre 26 e 29 de abril. Em junho do ano passado, esse percentual foi bem menor e atingiu 9,5% dos moradores. Depois, em janeiro, chegou a 14,1%. Segundo a pesquisa, a maioria dos casos ocorreu entre pessoas de baixa renda.

Apesar de a produção do Instituto Butantan estar paralisada à espera de insumos farmacêuticos para fabricação da Coronavac, o país prossegue a campanha nacional de imunização com imunizantes da Oxford/AstraZeneca e Pfizer. Em muitas cidades a segunda dose está atrasada. Até ontem, 37,7 milhões de pessoas já haviam tomado pelo menos a primeira dose e 18,8 milhões completaram o processo de imunização. O país registra mais de 430 mil mortes e de 15,3 milhões de infectados pela doença.

Valor Econômico: Estudo aponta contaminação de 33,5% em SP
G1: Butantan paralisa produção à espera de matéria-prima
Folha de S.Paulo: Veja como está a vacinação no país
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia

3. Aprovação ao governo Bolsonaro tem a pior marca desde o início do mandato

A taxa de aprovação ao governo de Jair Bolsonaro atingiu o mais baixo patamar desde 2019, quando assumiu o cargo de presidente. Segundo pesquisa Datafolha, apenas 24% dos eleitores consideram o desempenho ótimo e bom, 45% avaliam como ruim e péssimo e 30% apontam a gestão como regular. Em dezembro do ano passado a aprovação tinha atingido marca recorde do atual mandato presidencial (37%). Essa é a primeira pesquisa do Datafolha em que o presidente tem menos de 30%. O levantamento foi feito nesta semana com 2.071 entrevistados em 146 cidades a margem de erro é de dois pontos percentuais.

A mesma pesquisa apontou vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva frente a Bolsonaro caso a eleição fosse nesta semana. O petista sairia na frente no primeiro turno com 41% dos votos, contra 23% do atual mandatário, e venceria no segundo turno com 55%, frente a 32% do presidente. Outros eventuais candidatos aparecem com taxa de intenção de votos mais baixa: Sergio Moro (7%), Ciro Gomes (6%), Luciano Huck (4%) e o governador de São Paulo, João Doria (3%).

Folha de S.Paulo: Aprovação a Bolsonaro cai para 24%
Folha de S.Paulo: Lula lidera corrida eleitoral com 55% dos votos

4. Piora da pandemia em março provoca queda de 4% no setor de serviços

O volume de negócios do setor de serviços caiu 4% em março. Foi o pior resultado desde junho do ano passado, quando o segmento retraiu 5,5%. Em comparação com o mesmo mês no ano passado houve alta de 4,5%, mas o acumulado de 12 meses contabiliza redução de 8%. A restrições devido à pandemia, principalmente nas atividades de hotéis, bares e restaurantes, são apontadas como a principal causa da retração.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atividades que com maior redução em volume de negócios de fevereiro para março foram serviços prestados às famílias (-27%). “Por outro lado, temos atividades ligadas à área de tecnologia da informação em uma situação melhor”, diz o economista Gustavo Inácio de Moraes, professor da Escola de Negócios da PUC-RS. Esse segmento teve alta de 4,1% em relação ao mês anterior.

O Globo: Setor de serviços tem cai 4%
Folha de S.Paulo: Piora na pandemia afeta serviços

5. Desmatamento pode causar perda de R$ 5,7 bilhões por ano ao agronegócio

Estudo do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade de Bonn (Alemanha), aponta que o agronegócio brasileiro pode chegar a perder R$ 5,7 bilhões por ano, até 2050, devido ao desmatamento na Amazônia, que voltou a bater recorde no mês passado. Pesquisadores relacionaram a queda da produtividade agrícola com a redução de chuva e umidade causada pela supressão de floresta.

Nesta semana, o enviado especial para o clima do governo norte-americano, John Kerry, afirmou que o país está disposto a negociar cooperação com o Brasil, sem sanções, conforme sejam apresentados resultados imediatos na política ambiental, como a queda significativa do desmatamento ainda neste ano. Kerry disse que o Brasil tem a responsabilidade de liderar a busca por soluções para a redução de impactos das mudanças climáticas no planeta.

O Globo: Agronegócio pode perder até R$ 5,7 bilhões com desmatamento
Folha de S.Paulo: Brasil tem de liderar ações climáticas, diz Kerry