Brasil

Sexta-feira, 16 outubro de septembro de 2020

VOLTAR

1. Brasil terá a segunda maior dívida bruta entre os países emergentes, diz FMI

O Brasil encerrará este ano com a segunda maior dívida bruta dos países emergentes. Relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), divulgado na quarta-feira, aponta que o valor do endividamento será 101,4% do PIB (Produto Interno Bruto). O patamar fica atrás apenas do previsto para Angola. Conforme as projeções do levantamento, não há perspectiva de melhora substancial até 2025. A relação entre dívida bruta e PIB no Brasil em 2019 foi de 89,5%.

Segundo o FMI, o déficit nominal brasileiro, incluindo os gastos com juros, deverá subir de 6% do PIB, verificado em 2019, para 16,8% neste ano. O déficit primário tende a aumentar de 1% do PIB para 12%. Segundo o relatório, a atuação dos governos para preservar vidas e atender empresas em alto grau de vulnerabilidade mitigou impactos da pandemia, porém “as consequências da crise para as finanças públicas, combinadas com a perda de receitas resultante da contração da produção, foram enormes”.

Folha de S.Paulo: Dívida bruta do Brasil vai a 101,4% do PIB

2. Pesquisa aponta que só 4 de 14 setores da economia recuperaram perdas

Estudo realizado pelo Itaú Unibanco aponta que apenas 4 de 14 setores da economia conseguiram superar as perdas causadas pela crise resultante da pandemia de coronavírus. Conforme o levantamento, setores de alimentos, agronegócio, áreas da construção civil e tecnologia registram hoje demanda igual ao superior à verificada no início do primeiro trimestre deste ano, antes das restrições de atividades econômicas e circulação. Os segmentos aviação, turismo e automotivo são destaque entre os que não deram sinais de retomada de negócios.

Nesta semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a melhora do desempenho do setor de serviços, que pelo terceiro mês consecutivo registrou aumento, de 2,9% em agosto. Entre os meses de junho e agosto, o crescimento da atividade foi de 11,2%. Apesar o aumento, o segmento está longe de superar as perdas acumuladas logo no início da pandemia. Entre fevereiro e maio deste ano, a atividade registrou perda de 19,8%.

O Estado de S. Paulo: Retomada do crescimento é desigual no país
O Globo: Setor de serviços cresce pelo terceiro mês seguido

3. Coronavírus mata mais onde há maior número de trabalhadores informais

Municípios brasileiros com maior quantidade de trabalhadores informais registram as mais altas taxas de mortes e casos de contaminação pelo coronavírus. É o que revela estudo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento. Foram analisados os dados socioeconômicos de todas as 5.570 cidades do país e feita a correlação com a doença na mesma data para todos os territórios: 11 de agosto. Onde há maior predominância de economia informal a taxa de contágio aumenta 29% e o índice de mortalidade cresce, em média, 38%.

O estudo, ainda não publicado no meio científico, traz embasamento para a percepção sobre o risco que a atividade informal pode oferecer na pandemia. Florianópolis, em Santa Catarina, com cerca de 500 mil habitantes, tinha 23% de seus trabalhadores na informalidade em 11 de agosto e registrava 938 pessoas contaminadas e 15 mortes por 100 mil pessoas. Em Roraima, Boa Vista, com 399,2 mil moradores e 41% da população em trabalho não registrado, tinha 6.847 doentes e 108 mortes por 100 mil.

Folha de S.Paulo: Trabalho informal eleva casos e mortes pelo coronavírus
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

4. País registra a menor média de mortes e de contágio dos últimos 5 meses

A média de casos de contaminação e de mortes pelo Covid-19 no Brasil tem recuado e nesta semana chegou a níveis verificados em maio, segundo levantamento feito junto aos estados. Mas especialistas afirmam que é preciso aguardar, pois os dados refletem uma semana feriado, quando menos exames são feitos. A média móvel em sete dias estava em 497 mortes, o que significou uma queda de 26% em relação aos 14 dias anteriores e a mais baixa incidência desde maio. Também os registros confirmados de contágio recuaram. A média verificada foi de 20.208 casos confirmados, uma redução de 25% em comparação com duas semanas antes e o menor nível desde maio. 

O Brasil tem mais de 152 mil mortos e 5,1 milhões de contaminados pela doença. Projeções feitas pelo Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, no entanto, indicam que o Brasil poderá ter um total de 180 mil mortes até o 1º de janeiro de 2021. O instituto é um dos maiores centros de pesquisas sobre doenças globais e realiza estudos em outros 163 países. Para os pesquisadores, caso o uso de máscaras seja universalizado, o número de mortes pelo coronavírus em todo o mundo poderá ser 25% menor do que o estimado.

G1: Média de casos e mortes pelo Covid-19 cai para níveis de maio
Folha de S.Paulo: Mortes devem chegar a 180 mil em janeiro
O Globo: Acompanhe notícias sobre a pandemia

5. STF é criticado após soltar traficante condenado a mais de 25 anos de prisão

A decisão do ministro Marco Aurélio Mello de mandar tirar da cadeia um dos maiores traficantes do país, e chefe de facção criminosa, repercutiu mal no STF (Supremo Tribunal Federal). Mello se baseou no novo texto do artigo 316 do Código de Processo Penal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente, no Pacote Anticrime e prevê renovação da ordem de prisão preventiva do réu no prazo máximo de 90 dias. A medida, tomada na sexta-feira passada, foi revogada no dia seguinte pelo presidente do STF, Luiz Fux, mas o criminoso, condenado a mais de 25 anos de prisão, está foragido.

A soltura foi criticada pelo governador de São Paulo, João Doria, para quem a decisão foi um ato de “desrespeito com o trabalho da polícia” e uma “condescendência inaceitável com criminosos”. Em votação tensa, o STF determinou a prisão do agora foragido André do Rap. Ministros do Supremo afirmaram que mesmo com a mudança do artigo em benefício dos presos cabe à Justiça analisar caso a caso. Além desse consenso, discute-se internamente a criação de mecanismo para que liminares concedidas por ministros sejam imediatamente colocadas em votação em julgamento virtual colegiado, seja pela turma do Supremo ou pelo plenário.

O Estado de S. Paulo: STF revoga decisão que libertou traficante
Folha de S.Paulo: Liminar só foi suspensa após condenado fugir