Brasil

Sexta-feira, 22 de maio de 2020

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1. Governadores apoiam plano de Bolsonaro para obter verba

O presidente Jair Bolsonaro obteve o apoio dos governadores para manter o congelamento de salários de servidores até o final do ano que vem e, com isso, repassar R$ 60 bilhões de socorro financeiro direto a estados e munícipios. Outros R$ 65 bilhões virão em forma de suspensão de pagamentos de dívidas. A trégua, após uma sucessão de atritos com governantes em decorrência das recomendações quanto ao combate à pandemia de coronavírus, foi selada em teleconferência que teve também a participação dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Na reunião, Bolsonaro prometeu que o projeto de socorro financeiro será sancionado “o mais rápido possível”, após “pequenos ajustes técnicos”. Está em discussão, por exemplo, se o valor pago pela União de dívidas de estados com órgãos internacionais serão ou não abatidos do repasse. Os governadores pediram o apoio dos congressistas para que a liberação da verba seja agilizada. “Vamos em paz presidente, vamos pelo Brasil, e vamos juntos. É o melhor caminho e a melhor forma de vencer a pandemia”, disse João Doria, governador de São Paulo. Desde o início da crise, ele protagonizou várias discussões com o presidente.

Valor Econômico: Em trégua com governadores, Bolsonaro libera verba
O Estado de S. Paulo: Após reunião, Doria evita criticar presidente
Folha de S.Paulo: Guedes quer que estados e municípios paguem dívidas

2. Demissões já atingem 13% das famílias, revela pesquisa

As demissões já afetaram pelo menos um integrante de 13% das famílias brasileiras, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. A pesquisa, feita entre os dias 2 e 13, mostra também que quando consideradas as demissões, suspensões de contratos ou cortes de jornada e de remuneração, o percentual de famílias atingidas sobe para 53,5%. Brasileiros com renda de até R$ 2.100 foram os mais afetados, A pesquisa foi feita com 2.528 empresas e 1.300 consumidores. Cerca de 40% das empresas esperam uma volta à normalidade no final deste ano ou somente em 2021. Nesta semana, o ministro Paulo Guedes afirmou que avalia a possibilidade de prorrogar o benefício emergencial para pessoas desempregadas e de baixa renda, mas propõe R$ 600 em três parcelas.

Folha de S.Paulo: 13% das famílias já foram afetadas por demissões
O Estado de S. Paulo: Governo aceita pagar mais um benefício, em parcelas

3. Feriado antecipado não afasta o risco de lockdown em SP

No estado epicentro do coronavírus, a cidade de São Paulo desistiu da proibição mais restritiva da circulação de veículos devido à lotação no transporte coletivo e antecipou dois feriados para esta semana na tentativa aumentar a taxa de isolamento social, em torno de 49%, muito abaixo da meta de 70%. O governador João Doria, determinou a antecipação de outro feriado para a próxima segunda-feira e afirmou que o lockdown não está descartado. As decisões motivaram bloqueios em estradas no litoral e no interior, onde as cidades temem receber turistas indesejados em tempos de pandemia. O temor foi justificado pelo fato de o aumento de número de casos estar mais acelerado fora da capital e porque essas cidades têm uma rede de saúde mais limitada. Terceira nação no mundo em número de casos de coronavírus, atrás apenas de EUA e Rússia, o Brasil registrou ontem 1.188 mortes causadas pelo vírus. O Covid-19 já matou mais de 20 mil pessoas no país e outras 3,5 mil mortes ainda estão sob investigação.

Folha de S.Paulo: São Paulo antecipa feriados para evitar lockdown
UOL: Megaferiado é prova de fogo para definição de lockdown em SP
Folha de S.Paulo: Número de mortes por dia bate recorde
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
O Globo: Taxa de isolamento social ainda é pequena no Estado

4. Governo libera cloroquina para tratamento de casos leves

O governo autorizou o uso de cloroquina no tratamento de pacientes com sintomas leves de coronavírus. A utilização do medicamento não é recomendada pela Organização Mundial da Saúde nem especialistas brasileiros, que apontam efeitos adversos que podem causar até mesmo ataque cardíaco. O próprio ministério admite que não há evidências científicas “robustas” para a indicação de remédios para o coronavírus. A cloroquina vem sendo defendida pelo presidente Jair Bolsonaro desde os primeiros registros de Covid-19 no Brasil. A publicação do Ministério da Saúde foi feita duas vezes para ajustar alguns pontos criticados pelas entidades médicas e políticos, como a falta de assinatura do responsável pela implantação do novo protocolo. Agora, são sete profissionais do ministério que endossam as novas regras. O ministro interino, o general Eduardo Pazuello, porém, não assina o documento.

O Globo: Governo recomenda uso de cloroquina para todos os pacientes
O Estado de S. Paulo: Presidente admite falta de comprovação científica
Folha de S.Paulo: Entidades médicas vão à Justiça contra recomendação

5. Pressionado, ministério adia prova para 4 milhões de alunos 

Pressionado pelo Congresso e ações judiciais, o Ministério da Educação decidiu adiar a realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por “um ou dois meses”. Com a decisão, os mais de 4 milhões de estudantes deverão fazer as provas em dezembro ou no início de 2021. Devido à pandemia de coronavírus, as novas datas ainda não estão definidas. O ministério afirmou, por meio de nota, que a decisão foi tomada para atender a “demandas da sociedade” e a “manifestações do Poder Legislativo”. O Enem, uma das maiores avaliações de aprendizado do mundo, é hoje o principal sistema facilitador de acesso às universidades para estudantes de escolas públicas e de baixa renda. Segundo educadores, a suspensão das aulas e as dificuldades de acesso ao ensino público virtual podem prejudicar o desempenho desses alunos. “O Enem já reforça desigualdades, porque quem tem mais oportunidades de formação tem muito mais chance. Agora, temos o jovem que tem todo o tipo de suporte e o que está sem acesso à educação”, diz Marcos Neira, diretor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Folha de S.Paulo: Ministério da Educação recua e adia o Enem
O Estado de S. Paulo: Governo adia o Enem após pressão