Brasil

Sexta-feira, 23 de abril de 2021

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1. Bolsonaro muda de tom na Cúpula do Clima, mas pede ajuda financeira

Em sua participação na Cúpula de Líderes sobre o Clima, o presidente Jair Bolsonaro voltou a prometer que o Brasil adotará medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O tom de seu discurso foi semelhante ao conteúdo enviado em carta na semana passada ao presidente dos EUA, Joe Biden, e sinalizou o comprometimento para buscar a neutralidade climática até 2050, acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e fortalecer órgãos ambientais e a fiscalização. Bolsonaro pediu “justa remuneração por serviços ambientais” prestados pelos biomas brasileiros, mas não exigiu liberação antecipada de recursos, como havia feito antes na carta.

O discurso foi visto como “positivo” e “construtivo” pelo governo norte-americano. O Departamento de Estado dos EUA ressaltou, no entanto, que a credibilidade sobre o compromisso do presidente brasileiro deverá estar alicerçada em “planos sólidos”. Para especialistas brasileiros, no entanto, o discurso foi um conjunto de promessas vazias. Eles apontam que Bolsonaro centrou sua fala em metas climáticas já estabelecidas, citou dados errados sobre a preservação da Amazônia e não apresentou ações concretas para zerar o desmatamento ilegal, entre outros pontos. Pontuam também, que o Ministério do Meio Ambiente terá em 2021 o menor orçamento dos últimos 21 anos.

O Globo: Presidente muda o tom na Cúpula sobre o Clima
Folha de S.Paulo: Confira a íntegra contextualizada do discurso
O Globo: Especialistas dizem que foram “promessas vazias”
Folha de S.Paulo: EUA dizem que Bolsonaro foi “construtivo”
G1: Leia mais notícias sobre a Cúpula

2. Arrecadação federal em março bate recorde histórico e aumenta 18,49%

A arrecadação federal de impostos em março obteve o melhor desempenho desde 1995, no início da série histórica da Receita Federal. Foi um aumento real de 18,49% na comparação com o mesmo mês do ano passado e o total arrecadado chegou a R$ 137,9 bilhões. Com o resultado de março, o volume de recolhimento de impostos no primeiro trimestre ficou em R$ 445,9 bilhões, 5,64% de aumento real frente ao mesmo período de 2020. Sem aplicação de correção pela inflação, a elevação da arrecadação foi de 25,72%.

O resultado foi comemorado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem o aumento da arrecadação em março e no primeiro trimestre mostram que a atividade econômica estava se recuperando novamente, mas acrescentou que a segunda onda da Covid-19 pode ter impacto no nível de atividade. “Os índices de atividade econômica vieram bem acima do esperado, mostrando recuperação em todos os setores, e os índices de emprego formal mostram que o Brasil se levantou. Foi derrubado pela pandemia, mas se recuperou”, disse Guedes. Segundo ele, é preciso acelerar o ritmo de vacinação para permitir um retorno seguro ao trabalho.

O Globo: Arrecadação federal bate recorde histórico em março

3. Erro estratégico e atraso nas vacinas são os primeiros alvos da CPI da Covid

Os trabalhos da CPI da Covid, a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar a gestão do presidente Jair Bolsonaro e dos estados e municípios no combate à pandemia de coronavírus, começarão na próxima terça-feira com uma questão a ser respondida, segundo o provável relator da comissão, o senador Renan Calheiros (DEM). “A primeira resposta [da CPI] é se houve materialização da tese da imunização de rebanho. Dizer se houve ação ou omissão do governo e se isso pode ter agravado as circunstâncias. Em outras palavras: se o governo tivesse acertado a mão, quantas vidas poderiam ter sido salvas no Brasil?”, indagou.

Senadores da ala independente e da oposição combinaram de colocar Omar Aziz (PSD) como presidente da CPI e este, por sua vez, deve indicar Calheiros para a relatoria. O presidente Jair Bolsonaro, contrário a esse acordo, disse ao filho de Calheiros, o governador Renan Filho (Alagoas), que pretendia conversar com seu pai sobre o andamento dos trabalhos. Em entrevista, o senador reafirmou que o grupo manterá o foco em eventual omissão do governo e desvio de dinheiro público. Questionado sobre a possível convocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ele foi taxativo: “O Brasil inteiro acompanhou. Foi um desempenho horroroso. Não quero predizer o que vai acontecer”, disse.

Época: CPI vai apurar mortes como resultado de erro político
O Globo: Negligência nas vacinas está entre primeiros alvos

4. Com 1/3 dos prioritários vacinados, meta de imunização é adiada de novo

Um terço do chamado grupo prioritário recebeu pelo menos uma dose de vacina contra o coronavírus até agora. Apenas 28 milhões das 78 milhões de pessoas enquadradas no perfil de prioridade para imunização tomaram vacina até o momento. A prioridade desde o início da campanha nacional de vacinação é atender idosos, pacientes com comorbidades, indígenas, quilombolas e profissionais de saúde, segurança e educação, entre outros.

O ritmo de vacinação no país ainda é dependente do recebimento de insumos estrangeiros para a fabricação ou da importação de vacinas. Nesta semana, o ministro Marcelo Queiroga [Saúde] admitiu o atraso e prorrogou de maio para setembro o cumprimento da meta de vacinar totalmente o grupo prioritário. “O calendário é sujeito às entregas. O Covax-Facility não nos entrega o que foi acordado. Há carência de insumos, não é questão do Brasil, é mundial”, disse. O país está perto de registrar 400 mil mortos pelo coronavírus e já teve mais de 14 milhões de pessoas contaminadas pela doença.

Folha de S.Paulo: Ministro adia meta de imunização de prioritários
Valor Econômico: Atraso na vacinação preocupa médicos
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia
Our World in Data: Acompanhe a vacinação no Brasil e no mundo

5. Governo libera uso de coquetel contra coronavírus para pacientes internados

O governo federal autorizou o uso emergencial do coquetel REGN-COV2 para tratamento de pessoas com coronavírus somente em ambiente hospitalar, não podendo haver a venda dos remédios. O coquetel concentra anticorpos produzidos em laboratório que evitam o agravamento de casos moderados e leves da doença em pacientes com mais de 65 anos e dos grupos de risco. O medicamento já é utilizado emergencialmente em outros países, como EUA, Canadá e Suíça e também obteve autorização experimental para uso na União Europeia.

Para especialistas, a autorização do coquetel é uma boa notícia no Brasil, mas o custo deve ser um entrave para sua utilização na rede pública de saúde. A estimativa é que o tratamento não deve sair por menos de USD $15.000. Segundo o Ministério da Saúde, não há previsão de quando o medicamento poderá estar disponível no Brasil nem a que preço será comercializado. A Agência Nacional de Saúde Suplementar afirmou que o coquetel será de “cobertura obrigatória” pelos planos de saúde mediante indicação médica para pacientes internados com COVID-19.

O Estado de S.Paulo: Uso de novo coquetel contra Covid-19 é liberado
Valor Econômico: ‘Não sei quando vai chegar’, diz ministro da Saúde