Brasil

Sexta-feira, 27 de novembro de 2020

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1. Governo acena para 5 laboratórios, mas não revela estratégia de vacinação

O Ministério da Saúde vai assinar cartas de intenção, sem compromisso comercial, com cinco empresas farmacêuticas que estão em estágio final de estudos clínicos de vacinas contra o coronavírus. A medida, que é válida para Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e Moderna, exclui o laboratório Sinovac, que produzirá a vacina em larga escala em parceria com o governo de São Paulo, comandado por João Doria, adversário político do presidente Jair Bolsonaro.

Nesta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou prazo de 30 dias para que o governo apresente um plano de vacinação em massa contra o coronavírus. É a segunda vez que a União é cobrada sobre isso. O primeiro questionamento foi feito pelo Tribunal de Contas da União. Segundo estudo do Imperial College de Londres, a taxa de contaminação pela doença no Brasil quase dobrou nos últimos 15 dias, passando de 0,68, no dia 9, para 1,30 no dia 23. Isso significa que 100 pessoas com o vírus podem infectar outras 130. Já são mais de 171 mil mortos pelo coronavírus no país.

Folha de S.Paulo: Governo se aproxima de 5 fabricantes de vacina
O Estado de S. Paulo: Taxa de transmissão de coronavírus dobra em 15 dias
Valor Econômico: STF cobra plano de vacinação nacional
O Globo: Compare taxa de eficácia e previsão de preço das vacinas

2. Sem uso, 15 milhões de testes para Covid-19 podem ser jogados no lixo

Em plena pandemia, o Brasil pode ter que jogar no lixo cerca de 15 milhões de testes para o coronavírus por não terem sido utilizados no prazo de validade. A estimativa é da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. Segundo o governo, o material só poderá ser usado se houver confirmação técnica dos fabricantes sobre a eficácia dos exames e impressão do novo prazo máximo de recomendação para uso nas embalagens. O Senado pediu explicações ao ministério. O presidente Jair Bolsonaro diz que a responsabilidade é dos estados e municípios.

Somente em um depósito do Ministério da Saúde no estado de São Paulo, 6,86 milhões de testes estão guardados, sem uso, e perderão a validade nos próximos dois meses. Esse estoque é maior que os cerca de 5 milhões de exames realizados até agora pelo serviço público de saúde. Segundo secretarias estaduais da área, o governo federal enviou kits incompletos, muitos sem reagentes, cotonetes swab e tubos de coleta.

O Estado de S. Paulo: Sem uso, milhões de testes para o Covid-19 podem ser jogados no lixo
Folha de S.Paulo: Congresso pede explicações ao ministro da Saúde
O Globo: Presidente diz que responsabilidade é dos estados e municípios
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia

3. Aumento de preços dos alimentos é culpa do ‘fique em casa’, diz presidente

O presidente Jair Bolsonaro culpou nesta semana o isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus pelo o aumento generalizado dos preços de alimentos ao consumidor. Segundo ele, não é possível “tabelar preços” para reverter o “desajuste” do mercado. “O pessoal tem reclamado do preço dos alimentos. Tem subido, sim, para além do normal, a gente lamenta isso daí. Também é uma consequência do ‘fica em casa’. Quase quebraram a economia”, afirmou. Bolsonaro é crítico contumaz de medidas restritivas adotadas desde o início da pandemia e suas afirmações foram feitas em resposta a críticas de seguidores em redes sociais

Segundo a prévia deste mês do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial, os aumentos de preços de alimentos e itens industriais impulsionaram um avanço de 0,81% na taxa inflacionária, acima do esperado por especialistas. Óleo de soja (14,8%), arroz (9,29%) e carne (4,89%) tiveram o maior percentual de aumentos no mês. A meta para o ano é de uma inflação de 4%. Em 12 meses, o custo da alimentação em domicílio subiu 19,9%.

Folha de S.Paulo: Bolsonaro culpa pandemia por alta de alimentos
Valor Econômico: Alimentos pressionam prévia da inflação

4. Beneficiários do auxílio emergencial doaram R$ 54 milhões a candidatos

Mais de 65 mil pessoas beneficiadas pelo auxílio emergencial, concedido pelo governo a cidadãos de baixa renda, desempregados ou em vulnerabilidade social, foram responsáveis por doações de R$ 54 milhões para campanhas eleitorais de candidatos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O valor de repasses suspeitos e investigados, somado a outros dados obtidos com Receita Federal, Ministério Público Eleitoral e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, chega a R$ 440 milhões, somente durante o primeiro turno das eleições.

No domingo, mais de 38 milhões de eleitores são esperados em 57 cidades que realizarão o segundo turno. Deste universo, 18 capitais definirão seus governantes para o período de 2021 a 2024, com destaque para a disputa pelo comando de São Paulo, a maior cidade do país. O Tribunal Superior Eleitoral realizou testes para evitar a lentidão do sistema de apuração de votos, como ocorrido no dia 15 de novembro. Uso de máscara, distanciamento e protocolos como utilizar álcool gel durante e depois da votação continuam sendo obrigatórios.

Folha de S.Paulo: Beneficiários do auxílio emergencial doaram R$ 54 milhões
TV Globo: 57 cidades realizarão 2º turno das eleições no domingo
Folha de S.Paulo: Acompanhe notícias sobre as eleições

5. Filho de Bolsonaro critica a China sobre 5G e causa mal-estar diplomático

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se envolver em mal-estar diplomático com a China nesta semana. Desta vez, o responsável pela troca de farpas foi um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele publicou manifestação de apoio ao projeto Clean Network, criado pelos EUA para banir a Huawei e outras fabricantes chinesas do mercado internacional de redes 5G. Na publicação, Eduardo diz que é favorável à adesão do Brasil ao projeto que “repudia atos de vigilância do chinês”.

A Embaixada da China fez uma reclamação formal junto ao governo brasileiro contra o comportamento Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Também publicou nota em rede social afirmando que o filho do presidente produziu declarações “infames” e desrespeitosas e, se as acusações não cessarem, os autores vão arcar com as consequências negativas” de “perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”. O deputado apagou as mensagens. Ontem, o Itamaraty criticou a representação chinesa por ter se manifestado em rede social, considerando “ofensiva” essa exposição. O mal-estar migrou imediatamente para relações comerciais. Representantes do agronegócio afirmaram às autoridades chinesas que as declarações do parlamentar “são isoladas e não refletem a posição da sociedade brasileira”.

O Globo: China repreende filho de Bolsonaro após críticas sobre 5G
Valor Econômico: Para Itamaraty, resposta chinesa a Eduardo foi ofensiva
O Globo: Agronegócio atua para preservar relação Brasil-China
Valor Econômico: Aliados tentam convencer presidente sobre pool com Huawei