Brasil

Sexta-feira, 28 de maio de 2021

VOLTAR

1. Autoridades apontam risco de 3ª onda com variante indiana e lotação de UTIs

O risco de o país vivenciar uma terceira onda de disparada de casos e mortes pelo coronavírus aumenta. A detecção de pacientes contaminados pela variante indiana do vírus em território nacional, cepa mais contagiosa e que reduz o percentual de eficácia das vacinas Pfizer e AstraZeneca, somada à lotação de UTIs, preocupam especialistas. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Brasil pode enfrentar nova alta e que isso levaria à necessidade de os municípios adotarem restrições para conter o avanço da doença.

Em São Paulo, o governador João Doria decidiu prorrogar o plano emergencial, adiando maior flexibilização de restrições que deveria começar no dia 1º de junho. O estado confirmou o primeiro caso de contaminação pela variante indiana do vírus nesta semana. No Maranhão, foram seis casos. Segundo pesquisa da Fiocruz, 17 estados e o Distrito Federal estão com mais de 80% de seus leitos de UTIs ocupados. O estudo também alerta para o aumento de número de casos de contaminação, especialmente entre os mais jovens. O país registra mais de 456,7 mil mortos e de 16,3 milhões de infectados até agora.

G1: Ministro vê risco de terceira onda de Covid
Valor Econômico: Especialistas preveem mais casos
O Estado de S. Paulo: Fiocruz alerta para lotação de UTIs
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia

2. Governo reduz lote de vacinas e aprova teste de novo soro em 3 mil pessoas

O Ministério da Saúde reduziu novamente a previsão de doses de vacinas contra o coronavírus a serem disponibilizadas em junho. Na prática, serão ofertadas 43,8 milhões de unidades, 8,4 milhões a menos que as 52,2 milhões anunciadas anteriormente. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, no próximo dia 1º deverá ser assinado o acordo que permitirá à Fiocruz produzir os insumos que hoje vêm da China. O Brasil já tem 20,7% da população vacinada com a primeira dose e 10,2% com imunização completa.

Nesta semana, o governo federal autorizou o Instituto Butantan a iniciar testes de soro contra a Covid-19 em 3.000 pessoas. Até então, o novo medicamento criado para atenuar casos graves de pacientes internados tinha sido testado somente com animais, que responderam bem ao tratamento e tiveram redução da carga viral no organismo e preservação dos pulmões. De acordo com os pesquisadores, caso o soro apresente a eficácia esperada ele poderá ser usado para tratar pacientes infectados que tenham sintomas, visando impedir o avanço da doença.

O Globo: Ministério reduz lote de vacinas para junho
Folha de S.Paulo: Teste de soro contra Covid é aprovado
G1: Veja como está a vacinação no país

3. CPI da Covid convoca 9 governadores e chama Pazuello para depor novamente

A CPI da Covid aprovou a convocação de nove governadores para que expliquem suspeitas de desvio de recursos no combate à pandemia de coronavírus. Os senadores queriam dar uma resposta àqueles que criticam a comissão por manter o foco exclusivamente no governo federal. Nos bastidores, porém, integrantes esperam que o Supremo Tribunal Federal vete a convocação, pois investigação de governadores é atribuição de deputados estaduais. A CPI também convocou para depor novamente o atual e o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e Eduardo Pazuello, respectivamente.

Nesta semana, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse à CPI que manifestações públicas do presidente Jair Bolsonaro atrasaram em pelo menos três meses o início da vacinação com a Coronavac e que, se isso não tivesse ocorrido, daria para ter entregado até este mês 100 milhões de doses. Antes dele, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, apelidada de “capitã cloroquina”, afirmou à comissão que Pazuello soube da falta de oxigênio hospitalar três dias antes do que disse aos senadores e que houve orientação do ministério para a utilização de cloroquina no tratamento precoce de Covid-19, o que havia sido negado pelo ex-ministro.

Folha de S.Paulo: CPI da Covid convoca 9 governadores
G1: Bolsonaro atrapalhou entrega de vacinas, diz diretor do Butantan
O Globo: ‘Capitã Cloroquina’ desmente Pazuello na CPI
Folha de S.Paulo: Leia mais sobre a CPI da Covid

4. Prévia da inflação oficial de maio indica desaceleração e fica em 0,44%

A prévia da inflação oficial de maio ficou em 0,44% e indica desaceleração, mas foi o maior resultado para o mês desde 2016, quando atingiu 0,86%. Nos últimos 12 meses, o índice inflacionário chegou a 7,7%. A meta central do governo para a inflação neste ano é de 3,75%, com intervalo de tolerância que varia de 2,25% a 5,25%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a prévia deste mês ficou abaixo da verificada em abril (0,60%) e o acumulado do ano é de alta de 3,27%.

O levantamento do IBGE mostra que 8 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. O segmento saúde e cuidados pessoais registrou elevação de 1,23%, seguido de habitação (0,79%) e alimentação e bebidas (0,48%). Quando analisados os itens separadamente, o aumento do custo da energia elétrica (2,31%) foi o que causou maior impacto ao lado do reajuste do preço do botijão de gás (pelo 12º mês consecutivo) e da elevação de preços de medicamentos.

G1: Prévia da inflação oficial de maio fica em 0,44%

5. Fuga de talentos brasileiros para os EUA é a maior dos últimos 10 anos

Dados migratórios do Departamento de Estado norte-americano apontam que aumentou em 36% a concessão de vistos de permanência para brasileiros da categoria EB2, os chamados “profissionais excepcionais”. Ao todo, 1.899 pessoas com essas qualificações deixaram o Brasil ao longo de 2020, em sua maioria médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, além de especialistas de outros segmentos, como aviação e engenharia. É a maior fuga de talentos para os EUA em 10 anos.

O aumento da entrada de profissionais brasileiros capacitados nos EUA contrasta com a queda de 48% nas emissões de vistos pelo governo americano em 2020, motivada principalmente pela pandemia. Desde março do ano passado as entrevistas consulares foram praticamente interrompidas e muitos processos ainda estão represados. Para César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira, o dado é preocupante para o setor de saúde. “Estamos falando de profissionais da mais alta qualidade e extremamente valiosos neste momento terrível. A pandemia escancarou as péssimas condições de trabalho [na saúde] no Brasil”, disse.

O Estado de S. Paulo: Fuga de talentos para os EUA cresce