Brasil

Sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

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1. De olho na vacina russa, governo facilita o processo de aprovação

O governo federal decidiu flexibilizar exigências para a autorização de uso emergencial de vacinas contra o coronavírus e já negocia a compra da Sputnik V, medicamento produzido na Rússia que vinha enfrentando forte resistência entre as autoridades brasileiras. Agora, os laboratórios não terão mais de concluir a terceira e última etapa de testes no Brasil, mas terão de seguir uma série de medidas de controle. Assim, além da vacina russa, a flexibilização abre as portas para a indiana Covaxin e a norte-americana Moderna.

A expectativa é que o país possa contar com 46,9 milhões de vacinas de várias origens até março: 17,3 milhões de doses da Coronavac, 10 milhões da Oxford/AstraZeneca produzidas na Índia, 10 milhões da Sputnik V, 8 milhões da Covaxin e 1,6 milhão pelo programa Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde. O governo de São Paulo continua sendo o maior fornecedor de vacinas contra o coronavírus no país, por meio do Instituto Butantan. A meta é concluir a entrega das 100 milhões de doses compradas pelo governo federal em agosto.

Valor Econômico: Governo flexibiliza aprovação de vacinas
O Globo: Brasil garante mais 46,9 milhões de vacinas
Folha de S.Paulo: Veja o cronograma das vacinas Coronavac e Oxford

2. Vacinação começa a ganhar ritmo e mais de 3 milhões já foram imunizados

Pioneiro na incorporação de vacinas para os mais diferentes tipos de doenças no sistema público de saúde, o Brasil começa a demonstrar pequena aceleração no ritmo de vacinação e já conseguiu imunizar mais de 3 milhões de pessoas. Isso corresponde a 1,45% da população que já tomou uma ou duas doses de vacinas liberadas no país: Coronavac e Oxford/AstraZeneca. De acordo com site ligado à Universidade de Oxford, no final do dia de ontem o país estava entre os dez com maior quantidade de pessoas vacinadas no mundo, atrás de Israel, Reino Unido, EUA, Espanha e Itália, entre outros.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Juarez Cunha, com a alta demanda no mundo, a meta de vacinar 210 milhões de pessoas no Brasil continua sendo um desafio de grandes proporções. Apesar de tudo, os números brasileiros mostram uma situação melhor do que a verificada em nações vizinhas. Segundo balanço divulgado ontem, o Distrito Federal foi a unidade da federação que mais avançou, imunizando 3,06% de sua população. São Paulo (1,47%) e Rio de Janeiro (1,31%), sedes da produção das duas vacinas, estão com cobertura menor. Cerca de 229 mil pessoas morreram em decorrência do coronavírus no Brasil e o número de infectados supera 9 milhões.

O Globo: Mas de 3 milhões já tomaram vacina
UOL: Mapa da vacinação mostra avanço no Brasil
Valor Econômico: Imunização continuará em 2022
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
Our World in Data: Acompanhe a vacinação no Brasil e no mundo

3. São Paulo afrouxa regras e lança auxílio emergencial para bares e restaurantes

O governador de São Paulo, João Doria, lançou nesta semana um pacote de auxílio emergencial de R$ 125 milhões em crédito a juros mais baixos para bares, restaurantes, comércio em geral, setor de turismo e rede hoteleira. A medida foi divulgada simultaneamente à decisão de reduzir a restrição imposta com o aumento do número de casos de coronavírus no estado e da taxa de ocupação de UTIs. No pacote de ajuda às empresas, o governador determinou também a suspensão, até março, do corte de fornecimento de água e gás por falta de pagamento.

A decisão de diminuir a restrição a partir deste final de semana foi criticada por médicos que acompanham disseminação da pandemia no estado. Segundo os especialistas, as medidas tiveram como base reduzir as dificuldades relacionadas à economia e não à questão de saúde pública. Parte do setor beneficiado pelo pacote do governo estadual, também demonstrou desagrado. Segundo associação de bares e restaurantes, a medida é bem-vinda, mas foi muito tímida para uma cadeia de mais de 200 mil estabelecimentos cadastrados em São Paulo.

G1: Doria lança pacote de auxílio a empresas e diminui restrições
O Estado de S. Paulo: SP desiste de fase vermelha aos fins de semana

4. Bolsonaro elege o novo comando do Congresso e envia lista de prioridades

Os candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro foram eleitos para comandar o Congresso Nacional em manobra que aumentou a influência do DEM e dos partidos do chamado Centrão na condução de projetos de interesses do governo federal. Na posse do deputado federal Arthur Lira (PP), na presidência da Câmara, e de Rodrigo Pacheco, novo presidente do Senado, Bolsonaro foi recebido aos gritos de “mito”, pelos apoiadores, e de “genocida”, por opositores. Em discurso, ele defendeu reformas administrativa e tributária, partilha dos campos de óleo e gás, privatizações e proposta de independência do Banco Central.

Os novos presidentes da Câmara e do Senado tentam viabilizar uma agenda comum para o trâmite das reformas prometidas pelo governo, que já enviou lista de 35 prioridades ao Legislativo. Os parlamentares já definiram cronograma para as mudanças tributárias com estimativa de término até outubro, também querem debater a implantação de algum tipo de benefício à população mais vulnerável, agora que o auxílio emergencial foi encerrado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já avisou que, se o Congresso quiser dar algum tipo de auxílio, terá de seguir o protocolo de “guerra”. Todavia, o ministro sinalizou como possível uma nova ajuda emergencial para a metade dos 64 milhões de beneficiados no ano passado.

Folha de S.Paulo: Congresso quer aprovar reforma tributária até outubro
O Estado de S. Paulo: No Congresso, Bolsonaro defende agenda de reformas
Valor Econômico: Guedes admite possibilidade de novo auxílio
Folha de S.Paulo: Oposição prevê obstáculos para 2022

5. Produção industrial encolhe 4,5% em 2020 e tem pior queda desde 2016

A produção industrial brasileira caiu 4,5% no ano passado em relação a 2019, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O percentual é recorde desde 2016, quando a queda foi de 6,4%. Em 2019, a redução foi de 1,1%. De acordo com a pesquisa, as quatro grandes categorias da indústria tiveram perda. Os bens intermediários, que representam 55% da indústria, recuaram 1,1% em relação 2019, bens duráveis caíram 19,8%, não-duráveis 5,9% e bens de capital tiveram decréscimo de 9,8%.

O IBGE destacou que o resultado do ano passado foi negativo para 20 dos 26 ramos pesquisados, 53 dos 79 grupos e para 60,6% dos 805 produtos avaliados pelo instituto. O mau desempenho na fabricação de automóveis, uma queda de 34,6%, impactou diretamente os bens duráveis. Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, a melhora do cenário depende, e muito, da recuperação consistente do mercado trabalho. Dados oficiais mais recentes apontam aumento do desemprego, que já atinge mais de 14 milhões de pessoas.

O Globo: Produção industrial cai pelo segundo ano consecutivo