Brasil

14 de Fevereiro de 2025

Back

1. IPCA de Janeiro apresenta desaceleração para 0,16%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou uma desaceleração em janeiro, alcançando 0,16% – o valor mais baixo para o mês de janeiro desde a implementação do Plano Real, em 1994. Em comparação com o mês anterior (dezembro), quando a inflação havia sido de 0,52%, o índice recuou 0,36 ponto percentual.

A desaceleração foi influenciada principalmente pela queda nos preços da energia elétrica, que teve impacto negativo no grupo Habitação, responsável por reduzir a inflação geral. No entanto, os grupos Transportes e Alimentação e Bebidas apresentaram altas expressivas: o grupo de Transportes subiu 1,30%, impactado por aumentos nas tarifas de passagens aéreas e ônibus urbanos. Já no caso da Alimentação e Bebidas, o aumento foi de 0,96%, impulsionado pela alta nos preços de itens como cenoura, tomate e café moído. O efeito combinado desses ajustes resultou em um aumento no custo de vida, mesmo com uma inflação mais moderada em janeiro.

CNN Brasil: IPCA desacelera a 0,16% em janeiro, menor taxa para o mês desde 1994

2. Tarifas sobre aço e alumínio: impactos no Brasil e no comércio internacional

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, afetando grandes fornecedores como Brasil, Canadá e México. O novo decreto cancelou isenções e cotas livres de impostos que, anteriormente, beneficiavam esses países.

Trump afirmou que sua intenção era incentivar a produção desses metais nos EUA, justificando a medida como uma maneira de proteger a indústria americana. No entanto, ele deixou em aberto a possibilidade de exceção para a Austrália devido ao superávit comercial com os EUA – enquanto o Brasil, um dos maiores exportadores de aço para os Estados Unidos, será um dos países mais prejudicados por essa decisão – em 2024, o Brasil exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA.

As tarifas impostas pelo governo de Trump são parte de uma estratégia mais ampla de protecionismo comercial, que visa reduzir as importações e proteger a indústria interna americana. Além do aço e alumínio, o presidente americano também indicou a possibilidade de aplicar tarifas adicionais sobre outros produtos, como automóveis e medicamentos.

BBC News Brasil: ‘Sem exceções ou isenções’: como tarifas de Trump vão afetar aço e alumínio do Brasil e outros países
G1: Como tarifas de Trump a aço e alumínio do Brasil e do mundo podem prejudicar economia americana

3. Setor de serviços cresce 3,1% em 2024 e mantém tendência positiva

O setor de serviços no Brasil registrou crescimento de 3,1% em 2024, marcando o quarto ano consecutivo de alta, um feito inédito desde o início da série histórica em 2012. O desempenho superou o de 2023, que havia sido de 2,9%, e contribuiu para um avanço acumulado de 27,4% entre 2021 e 2024.

Dos cinco segmentos analisados, quatro apresentaram crescimento –com destaque para serviços de informação e comunicação e serviços profissionais, administrativos e complementares, ambos com alta de 6,2%. Em contrapartida, o setor de transportes foi o único a registrar queda, com retração de 0,7%, impactado pela menor receita do transporte rodoviário de cargas.

Apesar do crescimento no ano, o mês de dezembro registrou queda de 0,5% no volume de serviços, acumulando uma retração de 1,9% nos últimos dois meses do ano. A categoria de “outros serviços” foi a mais afetada, com redução de 4,2%, enquanto os serviços prestados às famílias cresceram 0,8%, mantendo um forte desempenho no segundo semestre.

Ainda assim, o setor encerrou 2024 com um nível 15,6% acima do período pré-pandemia, apesar de permanecer 1,9% abaixo do recorde histórico de outubro do mesmo ano.

Agência Brasil: Setor de serviços cresce 3,1% em 2024, mostra IBGE

4. Carnaval deve movimentar R$ 12 bilhões no turismo em 2025

O carnaval de 2025 deve gerar R$ 12,03 bilhões em receitas para o setor de turismo no Brasil –um crescimento real de 2,1% em relação ao ano passado, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O aumento deverá ser impulsionado pelo crescimento no número de turistas estrangeiros, atraídos pelo câmbio favorável e pela diversidade cultural do país. Se confirmada a projeção, esta será a melhor arrecadação do carnaval desde 2015.

Os setores de alimentação, transporte e hospedagem serão os mais beneficiados, concentrando 83% da receita total. Bares e restaurantes lideram as expectativas de faturamento, com previsão de R$ 5,4 bilhões, seguidos pelos serviços de transporte de passageiros (R$ 3,31 bilhões) e hospedagem (R$ 1,28 bilhão). Além do impacto econômico direto, o evento fortalece o turismo brasileiro no cenário internacional, que já bateu recordes em 2024, com 6,66 milhões de visitantes estrangeiros e uma receita anual de US$ 7,34 bilhões.

Fora a movimentação financeira, o carnaval impulsiona ainda a criação de 32,6 mil empregos temporários, principalmente em bares e restaurantes (22,85 mil vagas), hotéis e pousadas (4,06 mil) e transporte (3,31 mil) –a taxa de efetivação desses trabalhadores após o evento, no entanto, deve ser de apenas 7%, refletindo um crescimento econômico mais moderado para 2025. Apesar dos desafios, a CNC destaca que o setor de turismo se consolidou após a pandemia e mantém trajetória de crescimento, com faturamento 11% acima do registrado em fevereiro de 2020.

Agência Brasil: Comércio espera receita de R$ 12 bilhões no turismo durante o carnaval

5. Novos valores de contribuição para MEIs e autônomos entram em vigor

Microempreendedores individuais (MEIs) e autônomos devem se atentar às novas regras de contribuição ao INSS, que foram reajustadas com base no novo salário-mínimo de R$ 1.518. O primeiro vencimento ocorre no dia 17 para autônomos e no dia 20 para MEIs.

Para os MEIs, a contribuição mensal passa a ser de R$ 75,90, enquanto o MEI caminhoneiro pagará entre R$ 182,16 e R$ 188,16, dependendo do tipo de carga transportada. Já os autônomos podem escolher entre uma alíquota de 20%, com direito à aposentadoria por tempo de contribuição, ou de 11%, sem esse benefício.

Além do reajuste, algumas atividades foram excluídas do regime MEI em 2025, como aplicadores agrícolas, dedetizadores e comerciantes de medicamentos veterinários.

O pagamento dentro do prazo é essencial para garantir benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade, além de assegurar a qualidade de segurado do trabalhador. As guias de pagamento podem ser emitidas no site ou aplicativo Meu INSS, e o recolhimento deve ser feito até o dia 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte quando cair em feriado ou fim de semana.

Exame: Novo valor de contribuição para MEIs e autônomos entra em vigor nos próximos dias; veja calendário