Brasil

24 de setembro de 2021

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1. Participação do Brasil na Assembleia Geral da ONU é marcada por polêmicas

A participação brasileira durante a 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, foi considerada um vexame não só pelos veículos de imprensa nacionais, mas também pelos internacionais. Desde a chegada da comitiva aos Estados Unidos até o discurso do presidente Jair Bolsonaro, a atitude dos representantes do país foi vista como bastante inadequada.

Já na chegada a Nova York, a comitiva não pode almoçar em locais fechados, uma vez que Bolsonaro não está vacinado, o que é exigido para entrar em locais fechados na cidade. Em outro momento, após se depararem com um protesto, os representantes brasileiros, incluindo o presidente e o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, reagiram com ofensas e gestos obscenos. 

Para completar, o discurso de Bolsonaro na ONU contou com distorções e até mentiras, exaltando a política ambiental e o suposto desempenho positivo da economia, além de defender a adoção do tratamento precoce contra a Covid-19. Para concluir, dois representantes brasileiros foram diagnosticados com Covid, entre eles, o ministro Queiroga.

CNN Brasil: Bolsonaro minimiza protesto de brasileiros nos EUA
Folha de S. Paulo: Ministro da Saúde mostra o dedo do meio para manifestantes anti-Bolsonaro em NY
G1: Na ONU, Bolsonaro distorce dados sobre ambiente, economia e defende tratamento ineficaz contra Covid
UOL: Veja a íntegra do discurso de Bolsonaro na ONU

2. CPI da Covid: diretor da Prevent Senior confirma adulteração e vira investigado

Um estudo realizado pela operadora de saúde Prevent Senior, com o uso de hidroxicloroquina associada à azitromicina para tratar a Covid-19, foi parar na CPI da Covid no Brasil. Isso porque o plano de saúde ocultou mortes de pacientes que participaram da pesquisa. Em um dossiê entregue à CPI em agosto, os médicos alegaram que eram coagidos pela empresa a prescrever as medicações do tratamento precoce de forma sistemática.

Em depoimento durante a CPI da Covid, o diretor executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, se defendeu alegando que ex-funcionários manipularam dados de pacientes da empresa. O médico ainda acrescentou que uma análise de provas feita pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) comprovou a inexistência de infração por parte da Prevent.

Entretanto, ele confirmou que a operadora orientou seus médicos a modificarem o código de diagnóstico (CID) dos pacientes que deram entrada com Covid-19. Por fim, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu converter o executivo da condição de testemunha para investigado pela comissão.

G1: Diretor confirma que Prevent mudava código de diagnóstico da Covid; senadores falam em crime
Agência Brasil: Denúncias contra Prevent Senior foram manipuladas, diz diretor na CPI
O Globo: Prevent Senior: entenda as acusações contra a empresa envolvendo pesquisa sobre cloroquina
G1: Prevent Senior pressionou médicos depois de denúncias, diz sindicato

3. Alta de imposto entra em vigor e especialistas dizem ser inconstitucional

Para tentar aumentar a arrecadação do governo e assim custear o novo programa de assistência social, Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, assinou um decreto para elevar, até o fim de 2021, a alíquota do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários.

Com isso, o governo espera arrecadar pelo menos R$ 2,14 bilhões, compensando o acréscimo de R$ 1,62 bilhão previsto com a criação do Auxílio Brasil.

Segundo advogados tributaristas, especialistas econômicos e deputados a medida é inconstitucional e pode ser judicializada, já que impostos não podem ter finalidade específica. O decreto pode ser questionado tanto no Superior Tribunal de Federal (STF) quanto por meio de ações individuais.

G1: Alta do IOF entra em vigor e encarece o crédito a partir desta segunda; veja como ela pode afetar o seu bolso
Jota: Aumento do IOF é inconstitucional e pode ser judicializado, dizem especialistas
Money Times: Deputados questionam aumento do IOF e até pedem revogação do decreto

4. Pesquisa avalia eficácia de meia dose da vacina contra Covid-19 como reforço

Os estudos para avaliar a necessidade de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 abriram uma nova frente de pesquisa: se é possível obter a imunização com apenas meia dose de algumas vacinas. No Brasil, já há algo neste sentido com a parceria do Ministério da Saúde e a Universidade de Oxford e o Projeto Viana Vacinada, com coordenação científica da Universidade Federal do Espírito Santo.

A ideia inicial é entender se apenas meia dose é capaz de gerar boa imunidade contra o vírus. Com isso, vários países poderiam acelerar a imunização e dobrar o número de vacinados sem ampliar a oferta do medicamento. Na cidade de Viana (ES), a pesquisa mostrou que 88,3% dos voluntários que nunca tiveram contato prévio com o vírus causador da Covid-19 desenvolveram anticorpos neutralizantes com apenas metade da dose padrão da vacina AstraZeneca/Fiocruz.

Ainda no campo de estudos, a Johnson & Johnson constatou que um reforço com sua vacina (que é dose única), dois meses após a primeira, é capaz de gerar uma eficácia de 94% contra as formas moderadas a graves da doença.

Folha de S.Paulo: Ministério da Saúde estuda eficácia de meia dose de vacina contra Covid-19 como reforço
UOL: Dose de reforço amplia proteção da vacina Janssen contra covid, diz empresa

5. Média móvel de mortes por covid volta a subir após 3 meses no Brasil

Desde o início da pandemia do coronavírus, o Brasil já soma 592.357 mortes. Nas últimas 24 horas, foram registrados 839 óbitos, segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa. A informação mais alarmante, no entanto, é sobre média móvel de mortes que chegou a 531 casos nos últimos sete dias, indicando uma alta de 16% na comparação com 14 dias atrás. Ou seja, é a primeira grande elevação, com tendência de aceleração, desde 21 de junho deste ano.

Dez estados apresentaram tendência de alta na média: Espírito Santo (+34%), Minas Gerais (+23%), Rio de Janeiro (+21%), São Paulo (+32%), Acre (+1.800%), Pará (+90%), Pernambuco (+1%), Goiás (+21%), Paraná (+42%) e Santa Catarina (+9%).

Ao todo, os casos confirmados desde o começo da pandemia já somam 21.282.612 de brasileiros, que já tiveram ou têm o novo coronavírus. 

Mais de 39% da população brasileira completou o esquema vacinal e está totalmente imunizada contra a covid. Foram aplicadas 83.397.254 doses de imunizantes (segunda dose ou dose única) em 39,10% da população.

G1: Brasil ultrapassa 592 mil mortes por Covid; média móvel volta a indicar alta após 3 meses
UOL: Covid: Com 839 novas mortes, Brasil volta a ter alta na média de óbitos
Terra: Brasil tem 39% da população com vacinação completa contra a covid-19