Brasil

27 de Agosto de 2021

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1. Sete de Setembro: protestos contra e a favor de Bolsonaro geram tensão

No dia 7 de setembro, o Brasil comemora sua independência, mas assim como o fato histórico, a data promete ser marcada por muita tensão e preocupação. Isso porque apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, convocaram uma mobilização a favor do atual governo, que contará com a participação da classe de produtores rurais, caminhoneiros e da igreja evangélica. Do outro lado, a oposição também resolveu se manifestar contra.

Com isso, tanto a principal cidade econômica do país, São Paulo, quanto a capital Brasília entraram em estado de atenção, já que podem virar palco de uma disputa entre os dois grupos. 

Em São Paulo, os opositores ao governo Bolsonaro já haviam marcado uma manifestação na icônica Avenida Paulista, desde junho deste ano, mas viram os bolsonaristas ganharem preferência mesmo tendo solicitado autorização depois desta data. Vale ressaltar que o presidente da república confirmou presença no evento paulista. Já em Brasília, as forças armadas que cuidam da segurança do Congresso e da Esplanada dos Ministérios estão em estado de alerta para possíveis embates entre os dois lados.

Veja: O risco de embates entre esquerdistas e bolsonaristas no 7 de Setembro
Correio Brasiliense: 7 de Setembro: forças militares estão alertas em relação aos protestos
Folha de S. Paulo: Liderados por Malafaia, pastores convocam evangélicos para apoiar Bolsonaro
Estadão: Oposição transfere ato do 7 de Setembro para Anhangabaú e encerra disputa pela Paulista

2. Aras perde popularidade, mas é reconduzido à chefia da Procuradoria

Na última semana, o plenário do Senado aprovou por 55 votos favoráveis e dez contrários, que Augusto Aras seja reconduzido à chefia da Procuradoria Geral da República por mais dois anos. Ele já conduzia o cargo desde setembro 2019 e ficará até 2023. Apesar do amplo suporte para retornar ao cargo, o procurador-geral que estava fora da lista tríplice do Ministério Público quando foi indicado pelo presidente da república, Jair Bolsonaro, viu sua popularidade diminuir desta vez.

Antes de seu nome ser levado ao plenário, Aras passou por uma extensa sabatina de senadores na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ao todo foram seis horas respondendo a questionamentos de parlamentares, que culminou em sua recondução após 21 votos favoráveis e 6 contra.
A postura contrária à criminalização da política, que Aras vem defendendo, gerou mais preocupação para o Senado do que as acusações de prevaricação, que apontavam que ele estava sendo leniente com as ameaças de Bolsonaro às instituições da República. Antes da votação para recondução de Aras à procuradoria, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou a notícia-crime por prevaricação.

El País: Senado releva blindagem de Aras a Bolsonaro e premia com mais dois anos na PGR
Jota: Moraes arquiva no STF notícia-crime contra Aras por prevaricação
Folha de S. Paulo: Sabatina de Aras é lembrete de como funcionam as coisas em Brasília

3. Governo avalia novo Bolsa Família, mas mercado não reage bem à ideia

Após Governo Federal anunciar a criação do Auxílio Brasil, que integra em um só programa várias políticas públicas de assistência social (como o Bolsa Família), saúde, educação, emprego e renda, alguns impasses para cumprir as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estão atrapalhando os planos e deixando o mercado receoso quanto à medida.

Para tentar bancar o Auxílio Brasil, o governo já fala até em “plano B”, para levantar a receita necessária, que pode vir da retirada de subsídios tributários. A ideia inicial era que o montante viesse da tributação sobre lucros e dividendos distribuídos à pessoa física, entre outras mudanças propostas na reforma do Imposto de Renda, mas a aprovação travou na Câmara.

O mercado também não tem reagido bem às reformas previstas que ajudariam a bancar o programa social. Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o mercado é mais sensível ao tema fiscal e por isso as pautas recentes do governo, como a PEC dos Precatórios e a reforma do Imposto de Renda têm causado “ruídos”.

Estadão: Governo já avalia ‘plano B’ para bancar ampliação do novo Bolsa Família
IG: Mercado reagiu mal à ideia de um Bolsa Família mais alto, diz presidente do BC
Jovem Pan: ‘Novo Bolsa Família’ começará a ser pago a partir de novembro, diz Bolsonaro

4. Após aumento de mortes com 2 doses de vacina, Ministério indica 3ª dose

Após as notícias de que o número de mortes de idosos vacinados contra a Covid-19 com duas doses tem aumentado no Brasil, um estudo do Instituto do Coração (InCor) em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) recomendou uma terceira dose da vacina. O estudo sugere que pessoas acima dos 55 anos que receberam as duas doses de CoronaVac devem receber um reforço, sendo esta de uma vacina diferente.

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a apresentar dados preocupantes sobre este tema. Segundo a Secretaria estadual de Saúde (SES), o número de mortes de idosos vacinados com duas doses no estado dobrou em um mês e meio. Com isso, a Prefeitura do Rio de Janeiro já prometeu iniciar a terceira onda de vacina para idosos que moram em instituições de longa permanência, a partir do dia 1º de setembro.

Já o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou que uma terceira dose da vacina deve acontecer a partir de 15 de setembro, inicialmente, em idosos com mais de 70 anos e em pessoas cujo sistema imunológico está comprometido por alguma condição de saúde.

Folha de S. Paulo: Mortes de idosos vacinados com duas doses sobem 73% no Rio
O Globo: Prefeitura do Rio promete terceira dose para idosos de asilos a partir da próxima semana
Isto É Dinheiro: Terceira dose: vacinados com Coronavac a partir de 55 anos devem tomar, diz estudo
Estadão: 3ª dose da vacina contra covid será aplicada a partir de 15 de setembro, diz Ministério da Saúde

5. Brasil ainda não fechou compra de vacinas para 2022

O presidente da república, Jair Bolsonaro, fez uma série de declarações sobre a pandemia de coronavírus no Brasil, com destaques para a previsão de que o país retornará a “plena normalidade” a partir de dezembro deste ano; de que avalia tornar o uso de máscaras “opcional”; e que não irá obrigar “ninguém a se vacinar”. Coincidentemente, ou não, o Brasil ainda não fechou compras de vacinas para 2022, mesmo com o iminente início da terceira rodada de vacinação da população idosa. 

O presidente se diz “otimista” pelo fim da pandemia com a previsão de que toda a população adulta estará vacinada com duas doses até o fim de novembro. Sobre a compra de vacinas, o Ministério da Saúde tem se esquivado da questão com respostas mais genéricas tanto aos jornalistas, quanto aos gestores estaduais. Segundo levantamento da consultoria britânica Airfinity, diversas nações já fecharam acordos para 2022, entre eles Estados Unidos e União Europeia.

A boa notícia é que o Brasil terá sua própria produção de vacinas, já que a Pfizer e a BioNTech anunciaram a assinatura de um acordo com a farmacêutica brasileira Eurofarma para a produção de vacina contra a covid-19 em 2022.

Correio Brasiliense:Bolsonaro acredita que o país voltará à normalidade em dezembro
UOL: Bolsonaro diz que vacina não será obrigatória e que covid ‘veio para ficar’
O Globo: Atrasado nas negociações, Brasil ainda não fechou compra de vacinas para 2022
Veja: Pfizer faz acordo com Eurofarma para produzir vacina no Brasil
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