Brasil

June 4, 2021

VOLTAR

1. Economia cresce acima do esperado e PIB volta ao patamar pré-pandemia

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,2% nos três primeiros meses deste ano, segundo dados divulgados nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), totalizando mais de R$ 2 trilhões. Os resultados apontam para um ano de expansão, mas com ritmo mais lento. “Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, destacou o IBGE.

Nos três grandes setores da economia, o maior crescimento ocorreu na agropecuária (5,7%), seguida pela indústria, com 0,7%, e serviços (0,4%). Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, mesmo o país tendo enfrentado segunda onda de agravamento da pandemia, o PIB reagiu de forma diferente da do ano passado. “Não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, disse. O resultado do PIB surpreendeu positivamente o mercado financeiro e algumas instituições bancárias elevaram as projeções de crescimento da economia neste ano para 5% ou mais.

O Globo: PIB volta ao patamar pré-pandemia
Folha de S.Paulo: PIB zera perdas da pandemia
Valor Econômico: Bancos melhoram projeções para o ano

2. Pior estiagem em 91 anos aumenta o risco de blecautes em horário de pico

A pior estiagem dos últimos 91 anos no Brasil e a decretação de alerta de emergência hídrica levaram especialistas do setor a prever risco de blecautes em horários de pico a partir do próximo semestre, caso as condições hidrológicas continuem desfavoráveis. Os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, onde estão as usinas Itaipu, Jupiá, Ilha Solteira e Porto Primavera, têm estoque muito abaixo do verificado em 2020. No último dia 30, o Operador Nacional do Sistema Elétrico indicava 32,2% de reserva. Um ano atrás, estava em 55%. Esse subsistema é responsável por 70% da energia hídrica brasileira. Com a menor oferta das hidrelétricas, o país precisará acionar usinas térmicas, cuja produção é mais cara e poluente.

Mesmo descartando o risco de racionamento, o governo solicitou nesta semana uma reunião entre Pedro Parente, que esteve à frente da crise energética de 2001, com o ministro Bento Albuquerque [Minas e Energia]. Parente, ex-ministro da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso, considerou “correto” o diagnóstico da situação e disse que a quantidade de chuva até novembro será fator decisivo para o setor. O ministério afirma que os esforços para evitar uma crise estão concentrados na gestão das restrições de operação das hidrelétricas. A orientação é poupar o máximo possível dos reservatórios e coordenar o uso da água para outros fins, como navegação e irrigação.

Valor Econômico: Risco de blecautes aumenta
Folha de S.Paulo: Seca história eleva riscos ao país
O Estado de S. Paulo: Governo consulta Pedro Parente sobre crise

3. Alvo de CPI, Pazuello volta ao governo e escapa de punição do Exército

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, um dos principais investigados pela CPI da Covid, foi nomeado secretário de Estudos Estratégicos da Presidência da República nesta semana. General, Pazuello também era investigado pelo Exército por infração disciplinar ao ter participado de ato político do presidente Jair Bolsonaro em 23 de maio, o que é proibido pelas Forças Armadas. Após pressão do presidente, ontem foi descartada qualquer punição a ele.

Em sua primeira aparição na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a omissão do governo federal no combate à pandemia e o uso indevido de recursos nos estados e municípios, Pazuello evitou responsabilizar o presidente pelo atraso na contratação de vacinas, pela recomendação indevida de cloroquina para tratamento preventivo e pela campanha contra restrições e o isolamento social generalizado. Agora ele terá de prestar novo depoimento. Em evento realizado no Ministério da Saúde, Bolsonaro pediu aplausos para o ex-ministro e o defendeu junto aos seus apoiadores.

Folha de S.Paulo: Pazuello vira secretário de Bolsonaro
O Globo: Volta de Pazuello ao governo é recado ao Exército
O Estado de S. Paulo: Exército livra Pazuello de punição

4. Vacinas nacionais contra o coronavírus devem estar disponíveis até outubro

Duas vacinas nacionais deverão estar disponíveis à população entre setembro e outubro. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ligada ao governo federal, pretende ofertar imunizante contra o coronavírus sem a necessidade de importar insumos em outubro. O Instituto Butantan prevê a entrega um mês antes. A meta da Fiocruz foi anunciada nesta semana, após assinatura de contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca, que comercializa o medicamento em parceria com a Universidade de Oxford. Os primeiros testes serão feitos em parceria com o laboratório para garantir padrões de segurança e eficácia. Depois dessa etapa, a fundação depende da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A capacidade mensal de produção é de 15 milhões de doses.

O Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, aguarda a autorização da Anvisa para iniciar a testagem da ButanVac, que substituirá a Coronavac. A previsão inicial é ter, até setembro, 40 milhões de doses disponíveis para utilização. Na quarta-feira, o governo paulista anunciou a antecipação da meta para vacinar toda a população adulta do estado de dezembro para outubro. A importância da vacinação foi reforçada com a divulgação de um estudo feito em Serrana (SP), onde 59,5% dos moradores foram imunizados com Coronavac e as taxas de mortes e de novos casos despencaram. Até o momento, 22,2% da população tomou a primeira dose e 10,7% a segunda no país. Na quarta-feira, em pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro reforçou a promessa de oferecer vacina para todos até o final do ano.

O Globo: Fiocruz vai produzir vacina nacional até outubro
Folha de S.Paulo: SP promete vacinar todos os adultos até outubro
O Estado de S. Paulo: Teste em Serrana mostra eficácia de vacina
Folha de S.Paulo: Bolsonaro promete vacina para todos neste ano
G1: Veja como está a vacinação no país

5. Bolsonaro authorizes Copa América in Brazil, causing controversy

President Jair Bolsonaro authorized Brazil to host Copa América, a continental soccer tournament, from June 13th. The matches will not be open to the public. Bolsonaro said he was asked by the Brazilian Soccer Confederation and since the country is already hosting other competitions “without problems,” he discussed the proposal with ministers and decided to host the soccer event. The competition was originally going to take place between Colombia and Argentina, but protests in the former led to the tournament’s organizers to cancel their plans, and the latter’s government opted not to host it due to the worsening state of the pandemic in the country.

In a post on Twitter, CONMEBOL (the South American Football Confederation), which is responsible for the event, thanked the Brazilian government for hosting the event. “The best soccer in the world will provide joy and passion to millions of South Americans. CONMEBOL thanks President Jair Bolsonaro and his team for opening their doors to the safest sporting event in the world.” Experts criticized the decision. According to them, an event this size increases the number of people traveling within the country and presents a risk of importing new variants of COVID-19 resulting in increased contamination rates. Over 467,000 people have died due to the coronavirus in Brazil and 16.7 million people have been contaminated.

Folha de S.Paulo: Bolsonaro confirma Copa América no Brasil
O Estado de S. Paulo: Conmebol promete torneio seguro
G1:Especialistas criticam realização de jogos
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia