Brasil

Quinta, 18 de Abril de 2019

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1. Petrobras reajusta o preço do diesel

A Petrobras aumentou o preço médio do diesel em 4,84% nas refinarias a partir desta quinta-feira. O reajuste é menor que o anunciado na semana passada (5,74%) e que acabou sendo cancelado após questionamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro. A manobra causou uma perda de R$ 32 bilhões no valor de mercado da empresa, com temor de interferência governamental na política de preços da petroleira. O aumento pode resultar na antecipação de uma greve dos caminhoneiros, que reivindicam a redução do preço do combustível, entre outros pontos. Na terça-feira, antes de a Petrobras anunciar o novo valor do reajuste, o governo tentou apaziguar os motoristas ofertando R$500 milhões em linhas de crédito, mas a categoria classificou a proposta como “esmola”. Para o governo, uma greve poderia resultar em queda de até 4% no PIB (Produto Interno Bruto).

Valor Econômico: Petrobras reajusta diesel e reafirma independência
Folha de S.Paulo: Aumento de diesel e greve podem afetar o PIB, diz ministro
Revista Veja: Caminhoneiros ameaçam entrar em greve em 10 dias

2. STF censura sites, bloqueia usuários e provoca polêmica

inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que apura fake news, ameaças e ofensas contra integrantes da Corte e seus familiares resultou em uma onda de críticas aos ministros Dias Toffoli, presidente do STF, e Alexandre de Moraes, relator das investigações. Moraes determinou a censura de sites que publicaram reportagens mostrando que Toffoli é citado como “amigo do amigo do pai” do empresário Marcelo Odebrecht em conversa suspeita de ato ilícito, mas que não faz menção a dinheiro. Odebrecht foi preso pela Lava Jato e condenado. O ministro também mandou bloquear contas em redes sociais de investigados por publicações consideradas ofensivas e difamatórias. A ordem foi seguida de buscas e apreensões. Diante da reação contrária da Procuradoria Geral da República, que questionou as ações de polícia do STF, Moraes prorrogou a investigação sigilosa do STF por 90 dias. Só depois disso os procuradores poderão analisar as provas do inquérito. O presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter nota em defesa da liberdade de expressão, “direito inviolável e legítimo”. Para Toffoli, “liberdade de expressão não pode alimentar o ódio”, disse.

G1: STF bloqueia contas de redes sociais e censura sites
O Estado de S. Paulo: Ministros se isolam após decisões contra fake news
Folha de S.Paulo: Liberdade de expressão não pode alimentar ódio”, diz Toffoli
G1: Entenda o caso da investigação aberta pelo STF

3. Ministério da Economia prevê déficit primário até 2022

Cálculos iniciais feitos pelo Ministério da Economia, baseados no Orçamento para o ano que vem, apontam que o déficit primário de 2020 será de R$ 124,1 bilhões, valor superior aos R$ 110 bilhões previstos um ano atrás. A receita da União, em 2020, é estimada em R$ 1,643 trilhão. Segundo o governo, as contas públicas devem ficar no vermelho ao menos até 2022. Durante a campanha eleitoral vitoriosa do presidente Jair Bolsonaro, o atual ministro Paulo Guedes prometeu zerar o déficit neste ano. O crescimento do PIB, segundo as estimativas, deve ser de 2,2% neste ano e de 2,7% em 2020. O secretário especial de Fazenda do governo, Waldery Rodrigues, diz que os números são conservadores e podem ser melhorados por fatores como o avanço da economia do país e ações legislativas.

Valor Econômico: Contas públicas devem ficar no vermelho até 2022

4. Salário mínimo não terá aumento real no ano que vem

O governo federal propôs nesta semana a suspensão da política de reajuste real do salário mínimo. A medida consta do Orçamento para 2020, que prevê correção apenas pela inflação. Caso mantida, essa decisão vai interromper uma política pública de 25 anos. O texto enviado ao Congresso estima que o menor salário que poderá ser pago ao trabalhador será de R$ 1.040 a partir de janeiro de 2020. Isso representa correção de 4,2% (previsão de variação da inflação). Hoje, o valor está em R$ 998. Se a medida for concretizada, o governo terá folga nas contas públicas, pois o reajuste vale também para aposentados. Para cada R$ 1 de aumento, a despesa anual do governo sobe cerca de R$ 300 milhões, por isso as despesas da Previdência no próximo ano devem subir R$ 12,5 bilhões. Hoje, 65,4% dos beneficiários (22,9 milhões de pessoas) ganham um salário mínimo. O governo apresentará projeto de lei definindo qual será a nova política de reajuste até o final do ano.

Folha de S.Paulo: Governo suspende aumento real do salário mínimo

5. Bolsonaro entra na lista dos 100 mais influentes do mundo

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito pela revista “Time” como uma das pessoas mais influentes do mundo. A lista dos eleitos foi divulgada na quarta-feira e ele é o único brasileiro na relação de personalidades. Bolsonaro figura entre Donald Trump, o Papa Francisco, o premiê israelense Binyamin Netanyahu e o ministro italiano Matteo Salvini. No perfil escrito pela publicação norte-americana, o presidente é apontado como líder brasileiro capaz de romper “uma década de corrupção de alto nível” e “a melhor chance do país para implementar reformas econômicas que domem a dívida econômica”. Mas Bolsonaro também é definido um “personagem complexo”, além de “ultraconservador homofóbico”. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff já foram incluídos em listas anteriores. O ex-presidente Michel Temer foi citado pela “Time” em 2017 como um dos cinco líderes mais impopulares do mundo.

Valor Econômico: ‘Time’ elege Bolsonaro como um dos 100 mais influentes