Brasil

Sexta, 5 de abril de 2019

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1. Debates acirrados marcam ida de ministro da Economia à Câmara

Parlamentares de oposição e o ministro da Economia, Paulo Guedes, debateram, entre ofensas mútuas, a Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. O encontro ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. A reunião durou pouco mais de 6 horas e registrou a presença de uma centena de deputados. Guedes respondeu a questionamentos e ouviu bastante críticas sobre o texto proposto pelo governo. Oposicionistas dominaram o controle de tempo ao monopolizarem os discursos iniciais. Membros do PSL, partido do governo, a maioria inexperiente na Casa, tiveram atuação discreta. Partidos de centro, também participaram pouco do debate – estes, inclusive, tornaram-se foco do governo. O objetivo é convencê-los a votarem a favor da matéria. A reunião terminou após o acirramento das ofensas entre o ministro e o deputado Zeca Dirceu (PT-PR). Antes, porém, Guedes sinalizou a possibilidade de acordo político que atendesse a alguns pedidos de oposicionistas. Será neste clima de absoluta hostilidade a que a reforma deverá ser discutida durante as próximas semanas.

G1: Audiência na Câmara termina em tumulto após bate-boca entre Paulo Guedes e deputado
O Estado de S. Paulo: ‘Se reforma for fraca, daqui a 4 anos vocês estarão aqui de novo, eu não’, diz Guedes na CCJ

2. Senado aprova texto que restringe poder do governo sobre o orçamento

Senadores aprovaram, na quarta-feira (03), proposta de emenda à Constituição que restringe o poder do Executivo sobre o orçamento federal. Significa dizer que o governo deverá, obrigatoriamente, executar as indicações orçamentárias propostas por bancadas parlamentares. Trata-se de matéria aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada. O Senado, no entanto, fez modificações no texto, suavizando determinados pontos. O principal deles é que a mudança para este novo sistema deverá ser implementada gradativamente. Como houve mudança no texto, a proposta segue para uma nova análise dos deputados. Caso haja nova modificação, o texto volta para o Senado. Por se tratar de modificação constitucional, é preciso consenso para se integrar à Constituição.  Enquanto isso, o governo de Jair Bolsonaro ganha tempo para articular mudanças no texto e evitar uma derrota futura.

G1: Senado aprova com mudanças PEC do orçamento; texto volta para a Câmara
Valor Econômico: Senado aprova PEC do Orçamento Impositivo, mas texto volta à Câmara
Folha de S. Paulo: Após acordo, senadores aprovam PEC do Orçamento impositivo

3. Bolsonaro retorna de Israel e decide por escritório comercial em Jerusalém

Ao retornar de sua viagem à Israel, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém. A declaração do governo é considerada um recuo, diante da promessa de campanha de transferir, de uma vez por todas, a embaixada brasileira de Tel Aviv. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, será o segundo escritório comercial brasileiro no mundo. O primeiro está sediado em Taipé, Taiwan. A proposta de criação de uma representação comercial foi vista como uma ideia alternativa sugerida pela bancada parlamentar ruralista e também pela ala militar do governo, receosos de retaliações comerciais de países árabes – importantes parceiros comerciais do Brasil. A medida, entretanto, não foi suficiente para arrefecer os ânimos de árabes e israelenses. Enquanto, de um lado, os primeiros estudam a possibilidade de realizarem negócios com outros países, Israel mostrou-se frustrado com a não concretização da transferência da embaixada.

Valor Econômico: Brasil terá escritório em Jerusalém, mas mantém embaixada em Tel Aviv
Folha de S.Paulo: Bolsonaro frustra Netanyahu com escritório em vez de embaixada em Jerusalém

4. Banco Mundial aponta cenário de crescimento econômico, mas alerta para o aumento da pobreza

Em documento publicado na última quinta-feira (04), o Banco Mundial fez alguns alertas para os resultados negativos provocados pela crise econômica pela qual o Brasil passou de 2014 a 2017. O principal deles é o incremento do número de brasileiros atingidos pela pobreza que, segundo o estudo, foi de mais de 7 milhões de pessoas. A crise também empurrou 4,4 milhões para a situação de extrema pobreza. Apesar do saldo negativo, a entidade prevê crescimento econômico para os próximos dois anos. A estimativa é de um aumento de 2,4% da economia para 2019 e de 2,5% para 2020, desde que atingida a meta política de aprovação de reformas estruturantes, como a previdenciária e a tributária. O banco também publicou uma análise prospectiva para a América Latina.  A previsão de crescimento econômico da região foi rebaixada – de 1,7% para 0,9%.

Valor Econômico: Banco Mundial prevê expansão menor na AL e mais pobreza no Brasil
Folha de S. Paulo:Crise empurra 7,4 milhões de brasileiros para pobreza, segundo dados do Banco Mundial

5. Venda de veículos sobe no primeiro trimestre

Em balanço trimestral, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Federação das concessionárias, Fenabrave, apontaram crescimento de 11,4% na venda de novos veículos no país. Foram vendidos 607.612 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus ao longo dos três primeiros meses de 2019, contra545.478 durante o mesmo período do ano passado. O mês de março, por exemplo, foi o melhor desde 2014, apesar do feriado de Carnaval, quando há, naturalmente, queda nas vendas. Tanto o setor de montagem quanto o de vendas creem em boas perspectivas para o restante do ano e também para 2020. As projeções otimistas estão condicionadas, todavia, a uma melhora no ambiente político e na implementação de reformas – condicionantes tradicionais de um setor relativamente sensível a variações na condução da política econômica.

G1: Venda de veículos novos sobe 11,4% no 1º trimestre de 2019, diz Fenabrave
Valor Econômico: Venda de veículos tem melhor março desde 2014, apesar do Carnaval