Brasil

Sexta, 29 de Março de 2019

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1. Câmara quer limitar poder de Bolsonaro sobre o Orçamento

Em votação relâmpago, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de emenda constitucional que limita o poder do governo sobre o Orçamento. O texto deve ser analisado pelo Senado Federal na próxima semana. Aprovada por ampla maioria, a medida representa uma derrota governo, pois classifica como obrigatórios pagamentos de despesas que hoje podem ser adiadas, como investimentos. A votação mostrou a força do Congresso, pois o texto estava parado na Câmara desde 2015. A restrição vai contra uma das principais bandeiras do ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer desvincular e desindexar todas as despesas. Caso a proposta sejapromulgada, de um Orçamento total de R$ 1,4 trilhão, o Executivo terá margem de manobra de apenas R$ 45 bilhões das despesas neste ano.

Folha de S.Paulo: Em retaliação ao governo, Câmara limita Orçamento federal
O Estado de S. Paulo: Senadores devem aprovar Orçamento impositivo

2. Após atritos, trégua entre Maia e Bolsonaro acalma mercado

Após duas semanas de atritos públicos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governo incumbiu o ministro da Economia, Paulo Guedes, de fazer a articulação política para aprovação da reforma da Previdência no Congresso. Ele passa a ser o responsável por ouvir demandas de deputados e senadores sobre emendas parlamentares para, em troca, tentar assegurar um placar favorável ao projeto que muda as regras de aposentadoria no país. O mercado financeiro, que foi fortemente influenciado pelo bate-boca público entre Bolsonaro e Maia, chegou a fechar a quarta-feira com queda de 3,57% na bolsa e dólar em quase R$ 4, mas reagiu bem à trégua política e fechou os negócios ontem com alta de 2,7% na bolsa e com o dólar em queda discreta, para R$ 3,91.

O Estado de S. Paulo: Maia e Guedes vão liderar articulações da reforma
Valor Econômico: Sinal de conciliação política dá força à bolsa
O Estado de S. Paulo: Divergências são “página virada”, diz Bolsonaro

3. Empresários pedem o fim de bate-boca entre os Poderes

Empresários, executivos e até mesmo banqueiros são unânimes na avaliação de que o presidente precisa deixar de lado as polêmicas e os enfrentamentos e colocar o foco no que realmente importa: a reforma da Previdência. Segundo avaliações obtidas pelo “Valor Econômico”, a percepção empresarial varia de algum grau de apreensão a atéuma declarada decepção com o que se viu neste primeiro trimestre de mandato. O presidente de um banco de varejo se diz desapontado e passou a temer pela reforma da Previdência. “Ser irredutível não dá certo”. O presidente de outra instituição financeira diz que o governo está “conseguindo se afogar num copo d’água” e que isso está hoje “no preço” dos ativos financeiros negociados no mercado.

Valor Econômico: Empresários pedem foco político na reforma da Previdência
Valor Econômico: Precisamos sair da questão política menor, diz empresário

4. Após polêmicas, militar vira o ‘número 2’ da Educação

O tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira, ex-comandante do Estado Maior da Força Aérea Brasileira foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o “número 2” do MEC (Ministério da Educação). Ele é o novo secretário-executivo. O cargo estava vago desde o dia 13. Vieira é o quarto anunciado pelo governo neste ano para a segunda maior posição no MEC (dois foram demitidos e um desistiu de aceitar o cargo após ser anunciado). Desde o início do ano, devido a atritos e decisões polêmicas, 15pessoas do alto escalão foram demitidas pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez.Diante de fortes rumores de que em questão de dias ele será demitido, Vélez teve o respaldo do presidente Jair Bolsonaro, segundo o qual o ministro “é novo na área e não tem tato político”.

Folha de S.Paulo: Militar assume segundo maior cargo na Educação
O Estado de S. Paulo: Tenente-brigadeiro vira o ‘número 2’ do MEC

5. Presidente recua e pede a  ‘rememoração’  militar do golpe

O presidente Jair Bolsonaro, que estará em viagem a Israel no próximo domingo (31), disse nesta quinta-feira que pediu aos militares que “rememorem” e não que “comemorem” os 55 anos do golpe militar de 31 de março de 1964. A mudança de tom se deve a ações que pedem a proibição ou punição de festividades em quartéis para celebrar a data, marco do início da ditadura militar no Brasil que perdurou até 1985. Bolsonaro voltou a comparar a ditadura a um casamento e disse que quando há problemas entre casais que resolvem se perdoar não é para “voltar àquele assunto do passado em que houve um mal-entendido entre nós”. Segundo relatório da Comissão Nacional da Verdade, concluído em 2014, foram 434 mortes e desaparecimentos no período devido à atuação de agentes militares e policiais da época à serviço do regime. Nas celebrações, militares pretendem justificar a intervenção no comando do país como necessária para estabilidade nacional na ocasião.

Valor Econômico: Bolsonaro muda tom e pede para rememorar o golpe
Folha de S.Paulo: Agora, Bolsonaro pede para rememorar o golpe de 1964