Brasil

Sexta-feira, 06 de Março de 2020

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1. Crescimento desacelera e PIB fecha o ano com apenas 1,1%

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu menos que o esperado e ficou em 1,1% em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro. Foi o desempenho mais fraco nos últimos em três anos e o resultado é menos da metade do projetado inicialmente pelos economistas, de 2,55%, previsão feita pouco antes da posse do presidente. A desaceleração é apontada por especialistas como resultado da queda dos gastos do governo, nas exportações e importações, crescimento menor do consumo e pouco avanço nos investimentos. As previsões para o primeiro trimestre deste ano não são muito boas. A incerteza global provocada pelo coronavírus e o desempenho sazonal mais fraco nos primeiros meses de cada ano levam a uma expectativa de expansão do PIB em até 0,4%, apenas. Para 2020, a estimativa é uma alta de 2,17%, segundo pesquisa do Banco Central divulgada na segunda-feira.

Valor Econômico: Investimento em queda explica pibinho de 2019
Folha de S.Paulo: PIB cresce apenas 1,1% em 2019
Folha de S.Paulo: Não vamos mais falar com a imprensa, diz Bolsonaro

2. Dólar bate recorde de R$ 4,66 em clima de incerteza

O mercado financeiro brasileiro vive dias de maior turbulência desde que começaram a circular as informações sobre o coronavírus no país. A desvalorização do real frente ao dólar bateu recorde e atingiu o patamar de R$ 4,66. Mesmo com as intervenções do Banco Central, três somente na quinta-feira, o governo conseguiu reduzir a desvalorização a uma cotação de R$ 4,65 pela moeda norte-americana, mas para isso teve de gastar US$ 3 bilhões. Segundo analistas, investidores viram com desconfiança a sinalização do Banco Central de que poderia reduzir a taxa básica de juros no país mesmo no momento em que a moeda brasileira é uma das que mais se desvalorizam no mundo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não acredita em fuga de capital, que nosso câmbio é flutuante e atribui a instabilidade ao fato de que o “governo mudou a política” com juros baixos e controle fiscal. “Se eu fizer muita besteira, o dólar pode ir para R$ 5. Se eu fizer muita coisa certa, ele pode cair”, disse.

Valor Econômico: BC é questionado e dólar bate recorde
Folha de S.Paulo: Instabilidade afeta risco-país, Bolsa e dólar
Valor Econômico: Se eu fizer besteira, vai para R$ 5, diz Guedes

3. Coronavírus avança no país e alerta autoridades públicas

A cada dia o governo brasileiro atualiza o avanço dos casos de coronavírus no país e do número de pessoas com suspeita de terem contraído a doença. Até o início da tarde de hoje já eram nove casos confirmados. Em todo o país chega a quase 700 o número de pacientes submetidos a exames devido à suspeita de estarem infectados. Mesmo com grande potencial de contágio, a letalidade do vírus ainda é considera baixa por cientistas e não há motivo para pânico. A confirmação da presença do coronavírus em todos os continentes causa preocupação sobre a capacidade de reação global à doença. O vírus foi descoberto na China no final do ano passado e já está presente em 79 nações, tendo causado mais de 3.200 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde.

O Estado de S. Paulo: Aumenta o número de casos do coronavírus
O Globo: Governo da Bahia confirma 9º caso do país
Folha de S.Paulo: Veja como se prevenir 

4. Partido do presidente admite não disputar eleição deste ano

O Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende legalizar, admitiu nesta semana que é pouco provável que esteja regularizado para a eleição deste ano. O Tribunal Superior Eleitoral havia registrado menos de 20% das 492 mil assinaturas de filiação necessárias para registrar a agremiação até o final da tarde de quarta-feira. Segundo o partido, foram coletadas mais de 1 milhão de assinaturas, mas elas não foram reconhecidas nos cartórios eleitorais. Diante da dificuldade, o advogado e segundo vice-presidente do partido, Luís Felipe Belmonte dos Santos, afirmou que agora não há mais pressa para oficializar a legenda. “O presidente não está pensando na próxima eleição, mas na próxima geração. O presidente não quer quantidade, mas qualidade. Ele quer pessoas de confiança para evitar que se repita o que houve com o PSL”, afirmou em referência ao partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, e do qual se desfiliou em novembro.

Valor Econômico: Pesquisa revela desejo de mudança na política

5. Governo recorre a aposentados para atender os contribuintes

O governo federal decidiu recorrer à contratação temporária de servidores públicos aposentados para socorrer a Previdência e reduzir as filas e tempo de espera por benefícios nas agências de atendimento ao público. Uma Medida Provisória foi publicada nesta semana regulamentando a contratação. Quem for contratado pelo governo continuará receberá por produtividade ou salário fixo (30% do valor de quem está na ativa). A contratação dispensa a obrigatoriedade de realização de concurso público e pode ser utilizada em situações de risco de calamidade pública também, por exemplo.

UOL: Governo autoriza contratação de temporários sem concurso