Brasil

Sexta-feira, 1 de Novembro de 2019

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1. Denúncia acirra tensão entre a mídia e o presidente Bolsonaro

A denúncia de um porteiro de que o presidente da República teria permitido a entrada em seu condomínio de um dos suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, acirrou o embate de Jair Bolsonaro com a mídia, em especial a Rede Globo, maior emissora de TV do país. O caso foi destaque do Jornal Nacional, que tem a maior audiência brasileira. Mesmo revelando trechos de depoimento mantido em segredo de Justiça, o telejornal mostrou que naquela mesma data o presidente, então deputado federal, estava em votações em Brasília. Mas a notícia se espalhou e logo começou a ser refutada pelo presidente, que estava no exterior. Bolsonaro disse que a reportagem foi uma “canalhice” e que a TV Globo estava exercendo pressão sobre ele para renovar permissão para continuar a ter um canal de TV aberta. Horas depois, o depoimento foi desqualificado por um filho do presidente, pelo Ministério Público e pela Procuradoria Geral da República. Bolsonaro atacou novamente a emissora e acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de ter provocado o vazamento de informação sigilosa. Ele nega. Entretanto, novas suspeitas pairam na mídia, como a falta de uma perícia para averiguar se não houve adulteração das gravações consideradas provas para desqualificar o depoimento do porteiro. Veja análise sobre o impasse entre a mídia e os políticos no Brasilia Report.

Jornal Nacional: Bolsonaro é citado em depoimento sobre assassinato
Folha de S. Paulo: Ministério Público diz que porteiro mentiu em depoimento
O Globo: Presidente diz que reportagem da TV Globo é canalhice
Folha de S.Paulo: Promotoria não averiguou se provas foram adulteradas
O Globo: Rede Globo afirma que faz jornalismo com seriedade

2. Nível de confiança do investidor estrangeiro é o maior em 6 anos

A confiança dos investidores no Brasil é a maior desde maio de 2013. Nesta semana, conforme desempenho do CDS (Credit Default Swap), houve queda do risco-país, o que é indicativo de maior segurança do mercado externo com relação à capacidade de o Brasil saldar suas dívidas. A taxa vinha em queda desde o início do ano, mas se intensificou desde a aprovação da Reforma da Previdência no Senado. O indicador chegou a 113 pontos. Para o mercado, a aprovação das novas regras da aposentadoria é fundamental para estabilizar a dívida pública. A taxa de juros em queda, reduzida ainda mais nesta semana de 5,5% para 5%, também influenciou melhor avaliação sobre o país. Apesar do cenário melhor, o baixo risco-país ainda não está revertendo e entrada de investimentos. Nos grandes bancos, há quem aposte na melhora da nota do Brasil em um intervalo de 6 a 12 meses.

Folha de S.Paulo: Risco-país é o menor desde 2013
Valor Econômico: Banco Central corta a taxa de juros cai para 5%

3. Pacote do governo quer abrir linha de empréstimos a estados

A equipe econômica de Jair Bolsonaro já delineou os principais pontos de um pacote para conter gastos do governo. Cinco medidas mais importantes estão definidas: passam pela reforma administrativa, que altera a estabilidade de novos funcionários públicos e cria novo plano de carreira e faixa salarial, pela redução de despesas obrigatórias para gerar novos investimentos, maior flexibilização orçamentária, melhor divisão dos royalties do pré-sal para estados e municípios e a concessão de empréstimos a governos estaduais que aceitem fazer ajustes em suas contas. O plano do ministro Paulo Guedes (Economia) prevê o envio da proposta ao Congresso neste mês. Nos cálculos do governo, só com os dispositivos constitucionais para frear o aumento de gastos com folha de pagamento o governo deve obter economia de R$ 27 bilhões. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a votação desses temas, no entanto, só deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem. “Tem que passar em comissões. Ué, o que posso fazer?  Se o governo tivesse encaminhado em julho, votava neste ano”, disse.

O Estado de S. Paulo: Guedes formata pacote para conter gastos

4. Fundo soberano saudita pode investir US$ 10 bilhões no país

Em sua viagem ao Oriente Médio, o presidente Jair Bolsonaro conseguiu até o momento o aceno da monarquia da Arábia Saudita de investir US$ 10 bilhões no Brasil sem exigência de contrapartida. O anúncio foi feito após encontro de Bolsonaro com o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman. Nota conjunta informou que houve “concordância” do fundo saudita “em explorar potenciais oportunidades de investimentos mutuamente benéficos em até US$ 10 bilhões”. Os setores a serem beneficiados serão definidos em comum acordo, mas saneamento já desponta na lista. Segundo o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que acompanhou a comitiva, os sauditas pretendem acessar a América Latina por meio do Brasil.

Valor Econômico: Fundo saudita pode investir US$ 10 bilhões no Brasil
O Estado de S. Paulo: Dinheiro árabe vai ajudar saneamento, diz governo

5. 24% dos brasileiros se distraem ao celular durante o trabalho

Pesquisa realizada pela Deloitte na feira de tecnologia Futurecom, ocorrida em São Paulo, revela que 24% dos brasileiros admitem se distrair com frequência utilizando o celular durante o trabalho. E tem mais: o brasileiro interrompe o que está fazendo pelo menos uma vez a cada hora para dar uma espiadinha em aplicativos de conversa. O levantamento, baseado em 2.000 entrevistas com pessoas de 18 a 55 anos, aponta que 80% dos brasileiros têm esse hábito. A pesquisa revela também que mais da metade dos entrevistados usa o aparelho celular quase sempre ou frequentemente enquanto conversa com amigos e parentes. O estudo foi feito em ambiente frequentado por pessoas integradas à tecnologia, mas revela a tendência da média da população. Dados como o de que 66% das pessoas afirmam utilizar o smartphone para trabalhar mesmo fora do horário de expediente e que 38% admitem que utilizam o aparelho enquanto dirigem corroboram o entendimento.

Folha de S.Paulo: Brasileiro para uma vez por hora para espiar celular

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.