Brasil

Sexta-feira, 10 de abril de 2020

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1. Déficit do setor público chegará a R$ 500 bilhões neste ano

O déficit primário consolidado do setor público caminha para R$ 500 bilhões neste ano, bem maior que os R$ 61,9 bilhões de 2019. A afirmação é do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Durante participação em webinar, ele afirmou que o governo federal irá gastar o que for preciso para combater o coronavírus e seus efeitos na economia. “A piora fiscal é forte, mas é necessária neste ano, e vamos ter que aceitar isso de forma adulta”, disse o secretário. Segundo Mansueto, as prioridades são garantir recursos a estados e municípios, proteger a renda de vulneráveis e ajudar empresas a manter empregos. O secretário também destacou que a piora fiscal precisa ficar restrita a este ano. “O gasto é temporário, não é permanente. Um erro que não podemos cometer é pegar um momento de crise para aumentar gasto com despesas que impactem o Orçamento de 2021 em diante”. O programa de concessão de auxílio emergencial para a população de baixa renda atraiu mais de 22 milhões de cadastrados em apenas 24 horas.

Valor Econômico: Déficit primário se aproxima de R$ 500 bilhões

O Globo: Mais de 22 milhões se cadastram para receber auxílio

2. Empresas fazem pacto pelo emprego e ampliam doações 

Surgem cada vez mais iniciativas de empresas e executivos no combate ao coronavírus, tanto na saúde quanto na economia. Mais de 1.600 companhias já aderiram ao movimento #nãodemita. Somente as 40 maiores deste grupo são responsáveis por um quadro direto de mais de 1 milhão de profissionais. A coalização de empresas propõe preservar empregos por pelo menos dois meses e se diz responsável por retribuir à sociedade por aquilo que ela lhes proporciona enquanto negócio. Nos últimos dias, foi anunciada a mobilização de empresas e entidades ligadas aos setores petroquímico, de plástico e alcooleiro para a fabricação de mais de 60 milhões de máscaras cirúrgicas, álcool gel e liquido e importação de respiradores. Também começou a funcionar o programa Compre do Bairro, plataforma digital organizada por CEOs para dar suporte gratuito e qualificação aos pequenos varejistas de todo o país.

Valor Econômico: Empresas assumem compromisso de não demitir

#nãodemita: Veja quem são as empresas que assumiram compromisso

Valor Econômico: Empresas vão doar mais de 60 milhões de máscaras

Valor Econômico: CEOs criam rede de apoio ao pequeno varejista

3. Em novo pronunciamento, Bolsonaro reitera uso da cloroquina

Em novo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, o presidente Jair Bolsonaro voltou a sugerir o uso da hidroxicloroquina para combater os efeitos da Covid-19 desde o início dos sintomas. Desde a decretação da pandemia, é a quinta vez que o presidente fala à nação. A recomendação dele contraria as do próprio Ministério da Saúde, que prescreve a medicação apenas em casos graves. Durante o discurso, Bolsonaro retomou as críticas ao isolamento social definido pelos governos estaduais, alegando que geram efeitos negativos na econômica. Segundo Bolsonaro, o “desemprego leva à fome, à miséria, à própria morte”. Além disso, o presidente enumerou as ações do governo federal no combate à pandemia, tais como o início do pagamento do auxílio emergencial, a isenção de pagamento de tarifa de energia elétrica para famílias de baixa renda e o repatriamento de brasileiros que estavam no exterior.

Folha de S.Paulo: Em pronunciamento, Bolsonaro defende cloroquina e retoma embate com governadores e prefeitos

Valor Econômico: Em defesa de mais circulação, Bolsonaro volta a criticar restrições

Folha de S.Paulo: Leia mais sobre a pandemia e crise econômica

Ministério da Saúde: Acompanhe as informações do governo sobre a doença

OMS: Veja o monitoramento mundial do coronavírus

G1: O que se sabe sobre a pandemia

4. Brasileiro aprova o isolamento, mas 28% estão saindo de casa

A maioria dos brasileiros defende a manutenção do isolamento social para reduzir a disseminação do coronavírus no país, mas quase um terço da população admite que está saindo de casa. A contradição entre o querer e o fazer foi revelada em duas pesquisas Datafolha feitas entre os dias 1 e 3 e divulgadas nesta semana. Ao todo, são 76% favoráveis à quarentena e 18% contrários. Outros 6% não tinham uma posição definida. Em igual proporção, dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial e 87% dizem que as aulas presenciais devem continuar suspensas durante esse período, posições antagônicas às do presidente Jair Bolsonaro. Todavia, quando os 1.511 entrevistados foram questionados se seguiam totalmente as recomendações de manterem o distanciamento social, 24% disseram que saíam de casa para trabalhar ou executar outras atividades e 4% afirmaram que seguem suas rotinas normalmente. A pesquisa não detectou quantas pessoas desse universo de 28% exercem atividade essencial, mas infectologistas e autoridades de saúde recomendam o isolamento para frear a disseminação da doença no mundo. No Estado de São Paulo, a quarentena está mantida pelo menos até o dia 22 deste mês.

Folha de S.Paulo: Maioria defende isolamento social contra coronavírus

Folha de S.Paulo: Quase um terço da população não segue restrições

OMS: Veja relatório global da OMS

G1: Assista a vídeos de orientação sobre o coronavírus

5. Entre os mais ricos, maioria já espera queda de rendimento

Aumentou a percepção de brasileiros considerados mais ricos, com renda superior a dez salários mínimos (R$ 10.450), de que terão seus rendimentos reduzidos nos próximos meses. Em pesquisa realizada entre os dias 18 e 20 de março, 49% acreditavam nesta possibilidade. Agora, esse contingente já chega a 67% segundo Datafolha, feito entre 1 e 3 deste mês. Entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.090), o aumento foi de 61% para 73%. A média geral mostra aumento de 57% para 69% de brasileiros que acreditam que terão a renda reduzida durante a crise. Apenas quatro entre dez pessoas disseram que poderiam se sustentar por no máximo um mês se perdessem rendimentos de imediato. A Organização Internacional do Trabalho, estima que 45% dos trabalhadores da América Latina e Caribe, principalmente do Brasil, atuam em áreas produtivas de maior risco de demissões e reduções de jornada. Na Ásia e Pacífico, o percentual é de 26%. Os setores mais ameaçados, segundo a entidade, são restaurantes, hotéis, comércio, segmento administrativo e indústria manufatureira.

Folha de S.Paulo: Maioria prevê que vai perder renda, diz pesquisa

Valor Econômico: Risco de demissão ronda 45% dos trabalhadores, diz OIT