Brasil

Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

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1. Falta de vacina no mercado pode complicar meta do governo

O plano de imunização da população brasileira esbarra na escassez de doses no mercado interno. Enquanto a demanda internacional pelas vacinas cresce a cada dia, o governo federal encontra dificuldades para abastecer estados e municípios, estes os responsáveis pela distribuição e administração de cada dose. 

Nesta semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu vacinação integral até o final de 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, a corrida internacional pelo insumo dificulta o já complicado trabalho da pasta em comprar as vacinas no mercado global. No entanto, parlamentares de oposição e parte da opinião pública culpam o presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que ele não quis encomendar previamente as doses da vacina, uma vez que defendia o uso do chamado “tratamento precoce”, uma combinação de medicamentos como a ivermectina e a cloroquina. Até o momento, 4,5 milhões de pessoas foram vacinadas, o equivalente a 2,16% dos brasileiros.

UOL: Primeira fase vacina 4,5 milhões de pessoas, 2,16% da população
Folha de S. Paulo: Com vacinas em falta, Pazuello promete imunização geral contra Covid em 2021
CNN Brasil: ‘Vacinaremos 100% da população até dezembro’, diz Pazuello a senadores

2. Câmara dos Deputados aprova autonomia do Banco Central

Na quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei complementar que confere autonomia ao Banco Central. A matéria foi fruto de um acordo entre as lideranças partidárias da Casa. Trata-se da primeira grande votação sob o comando do novo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o projeto de lei aprovado, o presidente do Banco Central não terá mais mandato coincidente com o do presidente da república em exercício. O objetivo, segundo defensores da medida, é blindar a diretoria do Banco Central de pressões políticas na condução da política monetária, principalmente no combate à inflação e à estabilização da moeda. Afirmam também que países como Estados Unidos e Japão possuem uma autoridade monetária independente. Como foi aprovada pelo Senado Federal no ano passado, a medida agora segue para a sanção presidencial.

G1: Câmara aprova projeto que prevê autonomia do Banco Central
Folha de S. Paulo: Câmara aprova projeto de autonomia do Banco Central; texto vai para sanção
Valor Econômico: Autonomia elevará credibilidade da política monetária, diz BC em nota

3. Comitiva brasileira visita China para tratar de 5G e vacina contra a Covid-19

Em visita à China para tratar do tema 5G, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, também se dedicou à agenda Covid-19. Faria afirmou que o país asiático enviará ao Brasil insumos para a fabricação de 13 milhões de doses da vacina de Oxford. A visita faz parte de uma série de viagens internacionais realizadas por uma comitiva brasileira, liderada por Faria, com o objetivo de conhecer mais a infraestrutura de redes dos principais fornecedores de telecomunicações, como a empresa chinesa Huawei. O movimento ocorre antes do leilão brasileiro do 5G, previsto para acontecer em junho.

Ao postar o encontro nas redes sociais, o ministro teve de lidar com críticas de apoiadores do governo. No entanto, do ponto de vista político e diplomático, a visita rendeu frutos. Em carta divulgada na quarta-feira (10), o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, ressaltou o desejo de continuar a reforçar a relação entre os dois países na área de vacinas contra a Covid-19. Nos últimos dias, Fábio Faria também esteve na Suécia visitando a Ericsson, outra fabricante de redes de telecomunicações e concorrente da empresa chinesa Huawei. 

O Globo: Em visita à China, Fábio Faria quebra gelo com a Huawei, é recebido sem quarentena e pede ajuda com a vacina
Poder360: China enviará ao Brasil insumos para 13 milhões de doses da vacina de Oxford

4. Presidente Jair Bolsonaro cogita volta do Auxílio Emergencial

O debate sobre o retorno do Auxílio Emergencial – ajuda financeira a cidadãos hipossuficientes em razão da pandemia – está longe de acabar e nesta semana ganhou novos capítulos. Na quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o benefício de aproximadamente R$200 deve retornar em março e durar ao menos quatro meses.

A declaração desagradou o mercado financeiro. O mercado cambial derrubou a cotação do real frente ao dólar, com o temor de que mais algumas rodadas de auxílio agravem ainda mais o delicado quadro deficitário das contas públicas no país. Enquanto a equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, quer evitar novos gastos, o presidente teme que sua popularidade caia ainda mais.

O Globo: Auxílio emergencial: Bolsonaro fala em volta em março e manda recado ao mercado: ‘Vamos deixar de ser irritadinhos’
VEJA: Paulo Guedes condiciona nova rodada do auxílio emergencial a PEC de Guerra

5. Em três semanas, Brasil é assolado por dois grandes vazamentos de dados

Mais um grande vazamento de dados é identificado no Brasil em menos de três semanas. Depois de, em 28 de janeiro, a imprensa noticiar que os dados de mais de 200 milhões de brasileiros foram capturados e vendidos na deepweb, outra invasão foi detectada nesta semana. 
 
Desta vez, dados pessoais 102.828.815 de brasileiros que possuem cadastro em operadoras de telefonia celular foram tornados públicos, incluindo os do presidente Jair Bolsonaro. Entre os dados vazados estão os números de CPF e do telefone celular. Na quinta-feira (11), a recém-criada Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pediu que a Polícia Federal investigue a ocorrência, prometendo a responsabilização e a punição dos envolvidos. Os vazamentos expõem a fragilidade do armazenamento de dados no país e são o primeiro grande desafio institucional da autoridade de proteção de dados brasileira.

Folha de S. Paulo: Novo vazamento expõe dados de mais de 100 milhões de contas de celular
G1: Autoridade Nacional de Proteção de Dados diz que investigará vazamento de informações de brasileiros