Brasil

Sexta-feira, 12 de junho de 2020

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1. OCDE, Banco Mundial e FMI preveem queda maior do PIB

Três organismos internacionais já divulgaram previsões de queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro mais pessimistas que as do governo federal. Para este ano, a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro estima redução da ordem de 4,7% e considera muito exagerada qualquer projeção de recuo da economia que seja maior que 7%. Nesta semana, o Banco Mundial apontou recuo de 8% no PIB. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que reúne os países mais ricos do planeta, afirmou que o Brasil passará por uma recessão profunda neste ano devido à pandemia e, por isso, o PIB deve ficar em -7,4%. E ressaltou: se houver segunda onda de quarentena esse resultado pode ficar em -9,1%. Na mesma linha, o FMI (Fundo Monetário Internacional) já havia feito estimativa de redução de 5,3% conforme estudo realizado no final de maio. Na avaliação do Banco Mundial, o país terá uma crise mais severa que as demais nações do continente e a recuperação das perdas só deverá começar a acontecer em 2021.

Valor Econômico: Governo vê exageros em projeções sobre queda do PIB
O Estado de S. Paulo: OCDE prevê tombo de 7,4% no PIB deste ano
O Globo: Crise será mais severa no Brasil, diz Banco Mundial

2. Investimentos atingem o mais baixo nível dos últimos 24 anos

O volume de investimentos no país atingiu o mais baixo nível em um mês desde 1996. Dados mostram queda de 27,5% em abril, o primeiro mês completo de distanciamento social na tentativa de conter a pandemia de coronavírus. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), essa redução foi a maior de toda a série histórica, iniciada em 1996. Quando o desempenho é comparado com abril de 2019, a queda é ainda maior e chega a 32,8%. Os investimentos em máquinas, equipamentos, construção e pesquisa caíram 39,4% e a produção nessas áreas recuou 43,4% em abril. Segundo o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, não está afastada possibilidade de recuperação com a volta parcial das atividades econômicas e as recentes propostas de abertura da economia sinalizadas por algumas prefeituras para os próximos meses. “Abril foi um mês muito ruim. Esta crise é algo muito diferente do que estamos acostumados a ver”, disse.

Valor Econômico: Investimentos têm queda recorde em abril
Folha de S.Paulo: Investimentos recuam 27,5%, diz Ipea

3. Brasil tem a maior média diária de mortes pelo coronavírus

O Brasil superou a média diária de mortes pelo coronavírus dos EUA e do Reino Unido e passou a ser o primeiro no mundo em letalidade da doença. Na quarta-feira, foram registrados 1.300 novos óbitos no país. Em sete dias o país confirmou que 7.197 pessoas morreram devido ao Covid-19. Isso é equivalente a uma média de 1.028 falecimentos por dia, segundo os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Os EUA, onde a pandemia é mais severa, registraram 5.762 mortes no mesmo período (média de 823/dia) e a Grã-Bretanha teve 1.552 casos fatais (média de 221/dia). O Brasil está retomando gradualmente as atividades, mesmo tendo superado 40 mil mortes e 800 mil pessoas contaminadas. Para especialistas, os dramáticos números verificados no país são resultado da inexistência de um planejamento coordenado em nível nacional para o combate da doença e o quadro pode piorar com a flexibilização de reabertura. A OMS já declarou a América do Sul o novo epicentro da pandemia.

O Estado de S. Paulo: Brasil tem maior média de mortes diárias pelo coronavírus
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

4. Governadores são suspeitos de fraude no combate ao Covid-19

Dois governadores são apontados pela Polícia Federal como suspeitos de fraudes na compra de respiradores para serem utilizados no tratamento de pacientes com coronavírus. Outros governantes estão sendo investigados em sigilo. Nesta semana, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), passou a ser alvo de processo de impeachment. Ele é investigado sob suspeita de superfaturamento nas compras para atender hospitais. Além de preços mais altos pagos por aparelhos, o governo é investigado por ter comprado soro fisiológico com sobrepreço de R$ 1,6 milhão. Outro alvo da polícia foi o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Ele é suspeito de fraude na compra de 400 respiradores com  superfaturamento de 86,6%. Os aparelhos custaram R$ 50,4 milhões. Metade do valor foi paga antecipadamente à empresa, que não tinha registro sanitário no Brasil. Investigadores apontam que além do grande atraso na entrega, os modelos que chegaram eram diferentes dos inicialmente contratados e não serviam para o tratamento de pacientes com Covid-19. Os governadores negam irregularidades e alegam que são alvo de perseguição do governo federal, pois os preços dos produtos dispararam no mercado internacional.

TV Globo: Rio abre processo de impeachment de governador
Valor Econômico: Governadores dizem que estão sendo perseguidos
Valor Econômico: Governador do Pará é suspeito de fraude na pandemia

5. Governo recria ministério para acomodar deputado do Centrão 

O presidente Jair Bolsonaro recriou o Ministério das Comunicações para acomodar mais um integrante do Centrão em seu governo. A pasta havia sido extinta em 2016. O deputado federal Fábio Faria (PSD) comandará a área. Ele é casado com uma das filhas de Silvio Santos, popular apresentador e dono da rede de televisão SBT. Segundo Medida Provisória publicada ontem, Agência Nacional de Telecomunicações, Correios, Telebrás e Empresa Brasil de Comunicação passarão a ser geridos por Faria, um dos interlocutores do governo no Congresso Nacional. Na campanha eleitoral, o presidente afirmou que não ofereceria cargos em troca de apoio parlamentar e que seu governo não teria mais do que 15 ministérios, mas hoje já são 23. O Centrão é uma aliança de partidos que oferece apoio ao governo em troca de postos de comando da administração. O grupo já conseguiu ocupar cargos estratégicos em estatais e ministérios, além de ver suas bancadas serem beneficiadas com a liberação de R$ 6,2 bilhões para emendas parlamentares recentemente.

UOL: Bolsonaro recria ministério em busca de aliados
O Estado de S. Paulo: Presidente cria ministério para deputado do Centrão
Folha de S.Paulo: Presidente se afasta mais de promessas eleitorais
O Estado de S. Paulo: Novo ministério não terá custo zero