Brasil

Sexta-feira, 14 de agosto de 2020

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1. Bolsonaro obtém sua melhor avaliação popular desde o início do governo

Pesquisa Datafolha aponta que o presidente Jair Bolsonaro está com a melhor avaliação popular de seu mandato, iniciado no ano passado. O chefe do Executivo tem seu governo considerado ótimo ou bom por 37% dos brasileiros. No levantamento anterior, realizado no final de junho, esse índice era de 32%. Foram entrevistadas por telefone 2.065 pessoas nos dias 11 e 12 de agosto e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. Outro indicador favorável ao presidente é a queda relevante do índice de rejeição. Os que classificavam a atual gestão como ruim e péssima caíram de 44% da população para 34%. A avaliação regular aumentou de 23% para 27%. Desde 2019, o melhor desempenho do presidente havia sido de 33% de ótimo e bom. A queda mais significativa de rejeição, segundo o levantamento, ocorreu entre os mais jovens, com idades entre 16 e 24 anos. Nessa faixa, a reprovação caiu de 54% para 41%. Outras quedas aconteceram entre eleitores com curso superior (53% para 47%) e entre aqueles que têm renda superior a 10 salários mínimos (de 52% para 47%). O desempenho na pesquisa tira Bolsonaro, neste momento, da condição de presidente mais mal avaliado desde a redemocratização em primeiro mandato, segundo o Datafolha. Ele fica atrás de Fernando Collor, mas pontua pior que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).

Folha de S.Paulo: Aprovação a Bolsonaro cresce e é a melhor do mandato
O Globo: Para aliados, “Jairzinho paz e amor” deu resultado

2. Presidente defende teto de gastos após demissões no Ministério da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfrentou duas importantes baixas no primeiro escalão de sua equipe nesta semana e teve de ser socorrido pelo presidente Jair Bolsonaro para que o desgaste não fosse maior. Insatisfeitos com os obstáculos para reformas, os secretários especiais Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) decidiram deixar o governo por verem poucos avanços em suas agendas de privatizações e da reforma administrativa, respectivamente. A “debandada”, como o próprio Guedes definiu, levou Bolsonaro às redes sociais em defesa de seu superministro, defendendo transferência de estatais deficitárias para iniciativa privada e respeito ao teto de gastos, mecanismo constitucional que impede o governo de ter despesa maior do que no ano anterior com correção pela inflação. O presidente tem sido pressionado a não cumprir o teto e aumentar a liberação de recursos principalmente para obras com o objetivo de impulsionar a retomada da economia, enfraquecida com a pandemia. Também os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, reforçaram o apoio à responsabilidade fiscal pregada por Guedes. Mas no governo há ministros defendendo que a autorização temporária e emergencial de gastar acima do teto por causa da pandemia seja estendida para o ano que vem. “Os conselheiros do presidente que estão aconselhando a pular a cerca e furar teto vão levar o presidente para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal”, afirmou o ministro da Economia.

Valor Econômico: Guedes recebe apoio de Bolsonaro para agenda liberal
O Estado de S. Paulo: Governo quer criar novos freios para gastos públicos
Folha de S.Paulo: Bolsonaro defende privatizações e teto de gastos
O Globo: Secretários especiais de Guedes pedem demissão

3. Fundo dos trabalhadores vai distribuir R$ 7,5 bilhões contra a crise

Trabalhadores receberão no final deste mês parcela referente ao lucro obtido com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), benefício obrigatório depositado mensalmente pelo empregador em conta que só pode ser movimentada pelo empregado em caso de demissão sem justa causa, aposentadoria e compra de imóvel. O conselho curador do fundo vai distribuir R$ 7,5 bilhões, o que corresponde a 66,2% do lucro obtido em no ano passado, de R$ 11,3 bilhões. No ano passado, o governo distribuiu 100% do lucro do fundo, com a partilha de R$ 12,22 bilhões entre as contas ativas e inativas, mas no final de 2019 o presidente Jair Bolsonaro vetou nova distribuição integral do lucro desde então. O FGTS é destinado a proteger o trabalhador e uma parte do saldo é utilizada pelo governo no financiamento de linhas de crédito nas áreas de infraestrutura, habitação e saneamento básico. Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Fundos do Ministério da Economia, Gustavo Alves Tillmann, o repasse dos R$ 7,5 bilhões permite uma reserva futura para nova distribuição caso a conjuntura econômica não demonstre melhora.

G1: FGTS vai distribuir R$ 7,5 bilhões de lucro
O Estado de S. Paulo: Conselho libera distribuição de lucro do FTGS

4. Produção industrial cresce em 14 das 15 regiões pesquisadas pelo IBGE

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que a produção industrial aumentou em 14 das 15 regiões metropolitanas monitoradas. O crescimento em junho, na comparação com maio, foi de 8,9% na média nacional. Apesar da melhora, as perdas nos meses de maior restrição ao setor devido ao isolamento social ainda não foram recuperadas. A indústria de São Paulo apresenta aceleração no processo de retomada da atividade, com 8,9% em maio e 10,2% em junho. Apesar do desempenho, as fábricas paulistas acumulam crescimento de 20% em maio e junho, mas recuaram 29,4% em março e abril. Outros estados demonstram movimento semelhante, como Amazonas (65,7%), Ceará (39,2%) e Santa Catarina (9,1%). Conforme o levantamento do IBGE, apenas Mato Grosso registrou queda da produção, de -0,4%. Para Rafael Cagnin, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o desempenho da indústria em junho foi “bastante disseminado” regionalmente devido a reabertura de empresas e por causa de algumas políticas de governo como auxílio emergencial, fonte de renda da população mais vulnerável. Segundo o economista Silvio Sales, ex-coordenador para indústria do IBGE, a produção nacional já havia caído 2,7% e, no segundo trimestre, a pandemia impôs uma retração de 17,5% ao setor. “O fundo do poço sem dúvidas foi em abril e já passou, mas estes números, mais aderentes à realidade, mostram que recuperação da indústria não acontece em ‘V’”, diz.

Valor Econômico: Indústria volta a crescer em 14 regiões

5. Coronavírus é mais prevalente entre jovens de 18 a 34 anos em São Paulo

Nova fase da pesquisa sorológica desenvolvida na cidade de São Paulo revelou que a prevalência de casos de coronavírus na capital é maior em jovens com idade entre 18 e 34 anos. Segundo o estudo, que colheu 2.532 amostras em 5.560 domicílios, 17,7% da população dessa faixa etária teve contato com o vírus. A taxa é a maior entre os grupos pesquisados. Entre as pessoas de 35 a 49 anos o índice chega a 10,6% e entre os idosos com mais de 65 anos atinge 6,8%. A prevalência entre os que trabalham fora de casa (18,5% é duas vezes maior do que a dos que estão em home office (6,2%). Entre os desempregados, a taxa é o dobro de quem trabalha em casa: 12,7%. Segundo o estudo, 1,3 milhão de pessoas já foram contaminadas pelo Covid-19 no município. O estado ainda registra o maior saldo de mortes e casos confirmados da doença. O governador João Doria testou positivo para o coronavírus nesta semana. O país está num platô elevado de óbitos há semanas, girando em torno de 900 e 1.000 pessoas mortas por dia. Segundo os dados obtidos nos estados, já são mais de 105 mil óbitos e de 3,2 milhões de casos confirmados.

Folha de S.Paulo: Prevalência de Covid é maior entre jovens de 18 a 34 anos
G1: Casos são mais frequentes em quem trabalha fora
O Globo: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo