Brasil

Sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

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1. Bolsonaro e Doria prometem vacinação na semana que vem e disputam ‘Dia D’

Os brasileiros começarão a ser vacinados contra o coronavírus nos próximos dias. No que depender do governo federal, isso deve acontecer no dia 20, quando deve ser lançada a Campanha Nacional de Vacinação. No que tange aos planos do governo de São Paulo, parceiro do laboratório chinês Sinovac e fabricante da vacina Coronavac, no máximo até o dia 25. O cenário reflete a disputa política em torno das ações contra a pandemia entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria. Ambos podem se candidatar à Presidência em 2022 e mostram querer assumir o protagonismo do “Dia D” da vacinação.

Em reunião com prefeitos, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que quer utilizar neste mês 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca e 3 milhões de doses da Coronavac, já estocadas em São Paulo. Ele estimou a imunização de mais 30 milhões de pessoas em fevereiro e 80 milhões em abril. Doria, por sua vez, já disse que pode antecipar a vacinação tão logo o governo aprove o uso da vacina chinesa, o que deve ocorrer neste domingo. Em live realizada por jornal, o governador afirmou que o presidente “gosta do cheiro da morte” e lidera um “mar de incompetência”.

Valor Econômico: Vacinação deve começar na semana que vem
O Estado de S. Paulo: Ministro promete atender a todos estados
Valor Econômico: Doria diz que pode antecipar vacinação
Valor Econômico: Bolsonaro ‘gosta do cheiro da morte’, diz Doria
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia

2. Sem oxigênio, pacientes morrem em Manaus; casos batem recorde no país

Uma nova explosão de casos de Covid-19 provocou caos na saúde no estado do Amazonas. O estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus, levando pacientes à morte por asfixia. O governo federal levará mais de 230 pacientes para outros estados. A situação é grave em boa parte do país, que registrou ontem a maior média móvel de casos confirmados de contaminação pelo coronavírus desde o início da pandemia. Nos últimos sete dias, o país confirmou 56.453 novos casos de coronavírus a cada 24 horas, um aumento recorde desde o início da pandemia.

As mortes em decorrência de Covid-19 cresceram 42% em comparação com 14 dias anteriores. Foram 1.151 óbitos ontem, uma média móvel de 1.000 vidas perdidas por dia. Segundo o último balanço, 12 estados registravam aumento de mortes: Amapá, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Amazonas. Outros 16 estados e o Distrito Federal registraram estabilidade nos números, mas em níveis elevados. Apenas o Acre registrava queda de incidência da doença. O país já tem mais de 207 mil mortes e de 8 milhões de pessoas contaminadas pelo coronavírus.

G1: Manaus vive caos com falta de oxigênio
O Globo: Média de novos casos de coronavírus bate recorde
O Estado de S. Paulo: Explosão de casos é de nova cepa
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

3. Inflação de 2020 atinge 4,52%, mas para os consumidores chega a 18,2%

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta semana a inflação oficial do ano passado, que fechou em alta de 4,52%, maior do que a de 2019 (4,31%) e acima da meta fixada pelo governo, de 4%. A taxa em dezembro foi de 1,35% o mais alto índice mensal desde fevereiro 2003 e também recorde para o último mês do ano desde 2002, quando o país registrou 2,10%. O aumento de preços, quando levados em conta apenas os alimentos consumidos em casa, a inflação foi de 18,2%

O grande peso inflacionário do ano ficou concentrado no setor de alimentos e bebidas, com aumento de 14,1%. Esses setores responderam por 60% da composição da inflação anual. Óleo de soja, por exemplo, aumentou 103,79%, líder disparado do reajuste de preços. Em seguida, aparecem arroz (76,01%), batata (67,27%) e tomate (52,76%). Economistas apontam a interferência da pandemia e a consequente mudança de hábitos dos consumidores como principal causadora da elevação da taxa.

Valor Econômico: Inflação tem maior aumento mensal desde 2003

4. Fechamento de fábricas da Ford expõe política de subsídios para montadoras

Um sinal de alerta foi acionado nesta semana para a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro: após 102 anos, a Ford decidiu fechar as fábricas no Brasil. Cerca de 5 mil pessoas serão demitidas. Além do impacto direto da pandemia nos negócios, o setor automotivo reclama de elevada carga tributária, baixa produtividade, custo da mão de obra e do paradigma de ver se aproximar o encolhimento drástico do uso de veículos a combustão.

Para a associação de fabricantes de veículos, o governo mostra paralisia na condução de reformas e a insegurança aumenta entre investidores. O setor é subsidiado e só neste ano deve receber descontos de R$ 5,9 bilhões em impostos. Em dezembro, também a Mercedes-Benz anunciou o fim de sua produção de veículos de passeio no país. Segundo economista, “o mercado interno implodiu” com a queda de faturamento: de US$ 87 bilhões em 2013 para US$ 54 bilhões em 2019.

O Estado de S. Paulo: Saída da Ford acende luz amarela de montadoras
Folha de S.Paulo: Subsídios ao setor somam R$ 69 bilhões em 21 anos
UOL: Economista aponta implosão do mercado interno
O Estado de S.Paulo: Socorro de matrizes chega a US$ 69 bilhões em 6 anos

5. Ofertas de cargos e emendas influenciam a eleição no Congresso

A interferência do presidente da República na sucessão do comando da Câmara e do Senado sinaliza a correlação de forças políticas para a eleição do ano que vem. Jair Bolsonaro passou a atuar diretamente no apoio ao deputado Arthur Lira (PP) e ao senador Rodrigo Pacheco (DEM) para dirigirem o Congresso. A votação está marcada para 3 de fevereiro, mas as negociações são intensas. Em apenas um dia Bolsonaro recebeu sete parlamentares para conversas.

Oferta de cargos e promessa de liberação de recursos públicos de emendas parlamentares já estão na mesa de negociação, segundo parlamentares. Na Câmara, Bolsonaro tenta reduzir a força de Baleia Rossi (MDB), que é o candidato apoiado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), e boa parte da oposição. No Senado, o PT manifestou simpatia pelo candidato governista que é apoiado pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Alcolumbre chegou a dizer que pode aceitar nomeação para um ministério após a eleição.

O Estado de S. Paulo: Bolsonaro polariza eleições no Congresso
O Globo: Alcolumbre diz que pode aceitar ministério