Brasil

Sexta-feira, 15 de maio de 2020

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1. País já é o sexto do mundo em mortes e pessoas infectadas

O Brasil já é o sexto país mais atingido pela pandemia do coronavírus em número de mortes e registro de casos confirmados. A aceleração da disseminação da doença da última semana para esta deixa o país à frente de Alemanha e França. Autoridades de saúde e experientes epidemiologistas brasileiros afirmam que nos próximos dias o Brasil, que já tem mais de 200 mil casos, deverá superar a Itália considerando os casos oficiais. Eles admitem que sem testagem em massa e com pacientes morrendo em suas casas o número de vítimas está subnotificado. EUA, Rússia, Espanha e Reino Unido são as nações com maior quantidade de casos e mortes. Segundo boletins do governo federal e dos estados, oito das dez cidades brasileiras com maior incidência de mortes por 100 mil habitantes ficam no Amazonas. O estado praticamente não dispõe mais de vagas em UTIs para atender a pacientes com Covid-19. Em São Paulo a situação também é crítica. Dos 20 hospitais municipais, ao menos seis já estão com as UTIs lotadas e não aceitam mais pacientes. Segundo o governo, a cada cinco internações um paciente morre.

O Globo: Brasil é o sexto país em mortes e contágio pelo coronavírus
O Estado de S. Paulo: SP tem uma morte a cada cinco internações em UTI
O Estado de S.Paulo: País já tem mais de 200 mil casos de coronavírus
Folha de S.Paulo: Leia notícias sobre a pandemia em tempo real
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo
Ministério da Saúde: Site dá informações sobre o coronavírus no país

2. Ministro da Saúde deixa cargo antes de completar um mês

Durou menos de um mês a gestão do novo ministro da Saúde. Nelson Teich deixou o cargo na manhã desta sexta-feira após encontro com o presidente. O oncologista foi selecionado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro por estar teoricamente “mais alinhado às suas ideias” sobre o combate à pandemia de coronavírus no país, ao contrário do ministro que o antecedeu, Luiz Henrique Mandetta. Teich manteve comportamento discreto logo que assumiu, em 17 de abril, mas pouco a pouco passou a desagradar a Bolsonaro. Enquanto ministro, Teich criticou a proposta do governo de usar cloroquina nos tratamentos feitos na rede pública de saúde, foi contrário à liberação de atividades em academias de ginástica, barbearias e salões de beleza, como prevê decreto presidencial, e disse que não é momento de flexibilização mais ampla do isolamento social, bandeira de Bolsonaro. Em nota, o ministério informou apenas que o ministro pediu demissão do cargo. Nesta semana, Bolsonaro deu recado aos integrantes do governo quando saía da residência oficial. Disse que seus ministros devem estar “afinados com ele”.

O Estado de S. Paulo: Após choque com Bolsonaro, Teich sai
Folha de S.Paulo: Presidente desafia medidas restritivas
G1: Ministro deixa governo antes de completar um mês no cargo
Folha de S.Paulo: Teich pede demissão após ultimato sobre cloroquina 

3. Bolsonaro chama empresários para ‘guerra’ contra isolamento

O presidente Jair Bolsonaro convocou grandes empresários a exigirem a reabertura do comércio aos governadores. O chefe do Executivo disse que o empresariado tem que “jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra”. “Um homem [o governador paulista João Doria] está decidindo o futuro de São Paulo, decidindo o futuro da economia do Brasil”, disse. A videoconferência, organizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, era restrita, mas a imprensa teve acesso à fala do presidente. “Nós temos que mostrar a cara, botar a cara para apanhar. Porque nós devemos mostrar a consequência lá na frente […]. De caos, saques, desobediência civil”, afirmou. O presidente já assinou decretos ampliando a lista de atividades essenciais, que poderiam, portanto, voltar às atividades. A última delas liberou o funcionamento de academias de ginástica, barbearias e salões de beleza. Os governadores foram contrários. O presidente pretende fazer um novo pronunciamento à nação em cadeia de rádio e TV neste sábado para passar uma mensagem “para sairmos da situação em que nos encontramos”.

Valor Econômico: Bolsonaro conclama ‘guerra’ com governadores
Folha de S.Paulo: ‘Tem que jogar pesado com governadores’, diz presidente

4. Cresce reprovação ao governo e ao presidente, diz pesquisa

Cresceu a avaliação negativa do governo federal e a reprovação ao desempenho de Jair Bolsonaro na Presidência da República. Segundo pesquisa CNT/Instituto MDA, divulgada nesta semana, 43,4% dos brasileiros consideram a gestão de Jair Bolsonaro ruim ou péssima. Na última pesquisa, em janeiro, essa era a avaliação de 31% dos entrevistados. Conforme o levantamento, 22,9% consideram a administração regular e 32% aprovam a gestão, avaliada como ótima e boa. O desempenho pessoal do presidente da República também piorou na avaliação dos eleitores: 55,4% reprovam sua atuação. Em janeiro eram 47%. Outros 39,2% aprovam e 5,4% não sabem ou não responderam. É a primeira vez, desde o início da série de pesquisas sobre o governo e o desempenho de Bolsonaro tem índice de desaprovação maior que o de aprovação. Os entrevistados foram questionados sobre as medidas de isolamento social. Para 67,3%, todos os segmentos da sociedade devem cumprir as restrições de circulação. Outros 29,3% defendem o distanciamento apenas para aqueles que fazem parte do grupo de risco.

Valor Econômico: Maioria reprova desempenho de Bolsonaro, diz pesquisa

5. Com pandemia, Brasil terá o menor crescimento da história 

O Brasil registrará neste ano a pior taxa acumulada de crescimento da história do país. Confirmando-se os estudos de analistas pesquisados pelo Banco Central, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro encolherá ao menos 4,1% em 2020 pressionado pelas consequências da pandemia do coronavírus. Se a taxa for conservadora como preveem, a soma de todas as riquezas do país terá uma alta acumulada de apenas 1,9% em dez anos, muito abaixo dos 16,9% da década perdida, entre 1981 e 1990. Além da indústria em queda, também o setor de serviços está sendo muito afetado. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, iniciados em 1901, mostram que o país enfrentou apenas quatro desastres econômicos desde o século passado, mas foram recessões de longa duração e impacto direto no ambiente político. A crise aguda mais recente, de colapso das contas públicas, se arrastou de 2014 até o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Folha de S.Paulo: Brasil terá o menor taxa de crescimento da história
Folha de S.Paulo: Indicadores de março mostram economia em queda
G1: Vendas do comércio despencam em todo o país