Brasil

Sexta-feira, 16 de agosto de 2019

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1. Crise leva governo a vender dólares à vista após 10 anos

Empurrado pela crise motivada pela guerra comercial EUA x China, que levou bolsas de todo o mundo a registrar fortes quedas, o BC (Banco Central) anunciou na quarta-feira que venderá dólares à vista para conter o avanço da moeda. Isso não acontecia desde 3 de fevereiro de 2009. Na próxima semana, o Banco Central venderá diariamente até US$ 550 milhões à vista e, simultaneamente, comprará o mesmo valor em dólares no mercado futuro, por meio de operação conhecida como swap reverso. As reservas do BC somam hoje US$ 388 bilhões. Como a venda de dólares está limitada a US$ 3,8 bilhões, o valor ofertado não irá ultrapassar 1% das reservas. Aumentando a oferta de dólar no mercado, o governo espera derrubar sua cotação.

Valor Econômico: BC volta a vender dólar à vista para conter moeda
Folha de S.Paulo: BC fará primeira venda de dólares desde a crise de 2009

2. Prévia do PIB aponta risco de recessão técnica no Brasil

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), teve recuo de 0,13% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores. Esse resultado indica a possibilidade de recessão técnica da economia brasileira, quando há queda por dois trimestres seguidos. Em junho, o IBC-BR teve alta de 0,30%, na série com ajuste sazonal, mas na comparação com o mesmo mês em 2018 houve queda de 1,75%. Segundo a equipe econômica de Jair Bolsonaro, o risco de acontecer uma recessão técnica é descartado. Todavia, têm sido constantes as revisões para baixo da estimativa da expansão da economia. No início do ano  era de 2,5%, caiu para 2,2%, depois 1,6% e agora 0,8%.

O Estado de S. Paulo: PIB recua no 2º trimestre e indica recessão técnica
Valor Econômico: Para governo, PIB ficará no terreno positivo

3. Câmara aprova novas regras trabalhistas e de mercado

A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana a MP (Medida Provisória) da Liberdade Econômica. Os 20 artigos aprovados alteram regras de direito civil, administrativo, empresarial e trabalhista, principalmente. Segundo o governo, autor da MP, ao objetivo é reduzir a burocracia nos negócios privados e trazer mais segurança jurídica para as atividades econômicas. Entre os pontos, a medida libera o trabalho aos domingos, pune a administração pública caso impeça a entrada de novos competidores nacionais e estrangeiros no mercado, regulamenta o valor probatório de documentos digitais e retira restrição de funcionamento de bancos aos sábados, entre outras mudanças. A MP tem de ser votada no Senado até o dia 27 para não perder validade legal.

O Globo: MP da Liberdade Econômica é aprovada na Câmara
Folha de S.Paulo: Entenda o que pode mudar no trabalho e nos negócios

4. Bolsonaro critica a volta da ‘esquerda bandida’ argentina

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a se manifestar sobre assuntos internos de países vizinhos nesta semana, após a divulgação do resultado das eleições primárias da Argentina, em que seu aliado e atual presidente Mauricio Macri foi derrotado pela chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner. “A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, afirmou. O oposicionista argentino Alberto Fernández reagiu ao comentário e classificou o presidente brasileiro de violento, racista e misógino. Segundo Bolsonaro, caso Macri não vença as eleições presidenciais, a Argentina se tornará uma nova Venezuela e o Rio Grande do Sul será abrigo de refugiados. Veja análise sobre a reação de Bolsonaro com o resultado das primárias argentinas no Brasilia Report.

Folha de S.Paulo: Bandidos de esquerda estão voltando’, diz presidente

5. Ex-ator, ex-apoiador e ex-amigo do presidente é expulso do PSL

O ex-ator, ex-integrante da chamada “tropa de choque” da bancada governista na Câmara, ex-apoiador e ex-amigo do presidente Jair Bolsonaro, Alexandre Frota foi expulso do Partido Social Liberal, de Bolsonaro. O rompimento político se deveu a uma onda de críticas sobre o modo de o governo lidar com o Congresso, a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada nos EUA e a interferência do escritor e guru da família presidencial Olavo de Carvalho. Frota participou da aproximação do governo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para a votação da Reforma da Previdência. O PSL argumentou ter havido “desalinhamento partidário” do parlamentar. Indagado sobre a expulsão de Frota, Bolsonaro foi lacônico: “Nem sei quem é Alexandre Frota”. Agora, o ex-PSL pode ir para o DEM ou o PSDB.

O Globo: Alexandre Frota é expulso do PSL
Valor Econômico: Nem sei quem é Alexandre Frota’, diz presidente

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.