Brasil

Sexta-feira, 18 de Outubro de 2019

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1. Chamado de vagabundo por líder,  Bolsonaro enfrenta PSL

A crise entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, contaminou o Congresso e explicitou o desgaste da família presidencial no embate com parlamentares do partido. Bolsonaro tem criticado Bivar e atuado para tirá-lo da presidência da legenda, a segunda maior bancada da Câmara graças à expressiva votação na eleição presidencial. O desafeto de Bolsonaro inclusive foi alvo de uma operação da Polícia Federal atrás de provas sobre suposto esquema de desvio de dinheiro público destinado a campanhas eleitorais. Em meio a esse estresse político, Bolsonaro anunciou a intenção de deixar o partido, mas quer levar consigo pelo menos 20 dos 53 parlamentares eleitos. O auge da cisão ocorreu ontem: Bolsonaro foi gravado pedindo apoio para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir, e empossar seu filho Eduardo no cargo, mas os dissidentes não conseguiram votos necessários. Irritado com a manobra, Delegado Waldir, também gravado sem saber, disse que “implodiria o presidente”. “Eu andei no sol em mais de 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”. As rusgas não pararam por aí. A líder do Governo no Congresso, Joice Hasselmann, que não apoiou a manobra a favor do filho do presidente, foi destituída por Bolsonaro. Em meio a tudo isso, o futuro de Eduardo na Embaixada em Washington ainda é uma incógnita. Entre os contrários a Bolsonaro no Partido Social Liberal restaram duas certezas: a destituição de Eduardo e Flávio Bolsonaro da presidência dos diretórios estaduais do partido em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. Veja análise sobre o poder da família Bolsonaro no Brasilia Report.

Folha de S.Paulo: Crise do PSL chega ao Congresso
O Estado de S. Paulo: Líder do PSL ameaça Bolsonaro e o chama de vagabundo
Folha de S.Paulo: Dissidentes tentam por filho de Bolsonaro na liderança do PSL
O Estado de S. Paulo: Bolsonaro destitui líder do Governo no Senado
O Estado de S. Paulo: Entenda o racha no partido do presidente Bolsonaro

2. Brasil ‘precisa fazer mais para crescer’, diz relatório do FMI

O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou relatório nesta semana em que adverte que o Brasil “precisa fazer mais para crescer”. O órgão internacional reduziu a sua estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 2,4% para 2% no ano que vem, uma das mais baixas para a América do Sul. Apesar da sinalização de crescimento abaixo do esperado, o FMI apontou expectativa de ligeira melhora de aumento do PIB neste ano, passando de 0,8% para 0,9%. Segundo a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, a economia brasileira “registrou alguma recuperação” e melhora nos índices, mas incertezas políticas que envolveram a aprovação da Reforma da Previdência até agora mostram que “mais precisa ser feito”. “Esperamos que, com mais reformas, as perspectivas melhorem”, disse, em entrevista em Washington.

Folha de S.Paulo: ‘É preciso fazer mais para crescer’, diz FMI

3. Reforma cobre menos do que 20% do déficit da Previdência

O texto que até agora prevalece como final da Reforma da Previdência, pois ainda tramita no Senado, não conseguiria resultar em economia e arrecadação para cobrir 20% do déficit para honrar pagamentos de aposentadorias e benefícios previstos em lei. Análise feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) mostra que em valores atualizados o Brasil precisa de pelo menos R$ 5,1 trilhões para equilibrar as contas da Previdência Social do ano que vem até 2029. A proposta que está no Senado, todavia, prevê uma economia de R$ 800,3 bilhões. Quando lançada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a reforma do sistema de aposentadorias previa a redução de R$ 1,2 trilhão nas contas do governo. A expectativa no Congresso é de que o Senado deve realizar a última votação sobre o tema na semana que vem. Depois de promulgadas, as novas regras passam a valer no país.

Folha de S.Paulo: Reforma cobre menos de 20% do déficit da Previdência
Valor Econômico: Cresce número de aposentados e pensionistas

4. Desigualdade de renda cresce e bate recorde histórico no país

A desigualdade de renda no país, verificada no ano passado, foi a mais alta já registrada desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) faz o levantamento, em 2012. Segundo dados do instituto, 40% de toda a renda brasileira está nas mãos de 10% da população. Quando a análise é feita por extratos, quem não completou o ensino médio ganha R$ 1.227, praticamente a metade do que recebe a média de brasileiros. As mulheres continuam em desvantagem, segundo o levantamento do IBGE: recebem 20% menos que os homens nas mesmas atividades. O estudo divulgado nesta semana mostra ainda que o 5% mais pobres da população ganharam 3% a menos, ao passo que os mais ricos, que representam 1% da população, viram seus rendimentos crescer mais de 8%.

Valor Econômico: Renda de ricos cresce e aumenta a desigualdade
TV Globo: Desigualdade de renda aumenta no Brasil

5. Mulheres melhoram lucros de empresas, afirma pesquisa

Estudo realizado pela equipe da S&P Global Market Intelligence aponta que empresas têm melhor retorno financeiro quando a diretoria executiva financeira é comandada por mulheres. Segundo a pesquisa, divulgada nesta semana. Nos primeiros 24 meses, companhias com mulheres no comando da área financeira tiveram, em média, lucros 6% maiores do que as gerenciadas por homens. O reflexo no preço das ações também foi diferenciado. Essas executivas produziram US$ 1,8 trilhão em lucro acumulado extra para a companhias. Os pesquisadores fizeram análise dos dados de 6.000 empresas do índice Russell 3000, nos últimos 17 anos. Segundo diretor de pesquisa da S&P, Daniel Sandberg, um dos fatores que podem ter desencadeado o melhor desempenho feminino é o maior nível de exigência do mercado.

Valor Econômico: Mulheres geram US$ 1,8 tri a mais de lucro

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.