Brasil

Sexta-feira, 19 de março de 2021

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1. País vive colapso em hospitais e SP antecipa feriados para conter Covid-19

A cidade de São Paulo, que concentra a maior rede hospitalar do país, registrou a primeira morte de paciente na fila de espera por vaga em UTI. A prefeitura antecipou cinco feriados para tentar inibir a circulação de pessoas nas ruas durante dez dias, de 26 de março a 4 de abril. O rodízio de veículos, escalonado pelo número final das placas, passará a ser das 20h às 5h a partir de segunda-feira para restringir movimentação à noite e não mais das 7h às 10h e das 17h às 20h.

O Brasil enfrenta a maior crise sanitária e hospitalar da história, segundo levantamento da Fiocruz. UTIs para pacientes com coronavírus estão com mais de 80% de ocupação em 25 estados e no Distrito Federal. Apenas Roraima, com 73% de lotação, não está na fase crítica. A criação de novos leitos de UTI esbarra na falta de equipes médicas. Associações de profissionais de UTIs, hospitais e planos de saúde alertaram o governo para o risco de falta de insumos e remédios para pacientes intubados. O Ministério da Saúde requisitou estoques dos medicamentos aos laboratórios farmacêuticos.

O Estado de S. Paulo: SP antecipa feriados para conter coronavírus
TV Globo: Brasil passa pela maior crise hospitalar da história
Portal Fiocruz: Boletim aponta colapso sanitário e hospitalar no país
Folha de S.Paulo: Associações temem falta de medicamentos para intubados
O Estado de S.Paulo: Ministério requisita estoque de medicamentos

2. Com pequena parcela da população vacinada, governo troca ministro

O novo ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, anunciado nesta semana para ocupar o lugar do general Eduardo Pazuello, afirmou que o governo “não tem vara de condão” para resolver o agravamento da pandemia e que o “jeito diferente” de lidar com o problema é “seguir as recomendações da ciência”. Para o médico, a política do setor “é do governo Jair Bolsonaro, e não do ministro da Saúde”. Mesmo assim, ele tem defendido a vacinação e o uso de máscaras para conter a disseminação da doença.

O Ministério da Saúde afirma que já contratou 562,9 milhões de doses de vacina para este ano, mas sem garantia total de receber os medicamentos. Até ontem, 11 milhões de pessoas haviam tomado a primeira dose da vacina em todo o país, o que representa 5,19% da população. Outros 4 milhões de habitantes (1,9%) receberam a segunda dose do medicamento. O Brasil já registra quase 300 mil mortes pelo coronavírus e 12 milhões de pacientes com a doença.

O Globo: ‘Não tem vara de condão’, diz novo ministro da Saúde
Folha de S.Paulo: Governo fica com dois ministros da Saúde
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia
Our World in Data: Acompanhe a vacinação no Brasil e no mundo

3. Maioria culpa presidente pela piora da pandemia, mas é contra impeachment

Pesquisa do Datafolha revela maior tendência de avaliação negativa sobre o presidente Jair Bolsonaro. Segundo o levantamento, 43% o consideram culpado pelo avanço da pandemia no país, governadores (17%), prefeitos (9%) e população (6%) vêm em seguida. Aumentou ainda de 48% para 54%, entre janeiro e esta semana, o número dos que consideram ruim e péssima a gestão da crise sanitária pelo chefe do Executivo. A taxa de aprovação à atuação do presidente caiu de 26% para 22%.

O mesmo levantamento mostra que apesar da má avaliação ao presidente por sua atuação na pandemia, a maioria (50%) é contrária ao impeachment e 46% são favoráveis. O resultado mostra um pequeno viés de queda em relação à última pesquisa do Datafolha, em janeiro, quando 53% eram contra o impedimento de Bolsonaro a permanecer no cargo e 42% defendiam a medida. Integrantes do governo afirmam que só a aceleração da vacinação pode reverter os índices de rejeição ao presidente.

Folha de S.Paulo: Rejeição a Bolsonaro na pandemia bate recorde
O Globo: Para governo, só vacinação reverterá rejeição
Folha de S.Paulo: 50% são contra impeachment e 46% aprovam

4. Adversários, Bolsonaro e Doria cortam alíquota de impostos no mesmo dia

Os governos dos adversários políticos Jair Bolsonaro e João Doria anunciaram no mesmo dia redução de impostos para ativar a economia e favorecer consumidores. O Ministério da Economia reduziu em 10% o imposto sobre importação de eletroeletrônicos e bens de capital, favorecendo empresas para a compra de máquinas e equipamentos de produção, bem como consumidores na aquisição de telefones celulares e computadores. O corte deve resultar numa renúncia fiscal anual de USD $250 milhões.

Em São Paulo, na mesma quarta-feira, o governo estadual decidiu isentar de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) o leite pasteurizado para o consumidor e reduzir a alíquota sobre a carne de 13,3% para 7% a partir do dia 1º. O imposto sobre os dois produtos tinha sido aumentado em janeiro. As medidas devem causar renúncia fiscal de R$ 50 milhões neste ano. A redução de benefícios ao esporte e à cultura pode ser alternativa para cobrir o valor. O pacote de Doria incluiu uma linha de crédito de R$ 100 milhões para restaurantes, bares, academias e outros setores afetados pela pandemia.

Valor Econômico: Governo federal reduz imposto de importação em 10%
Valor Econômico: SP isenta leite e reduz ICMS sobre carne
O Estado de S. Paulo: Esporte e cultura podem compensar redução de ICMS

5. Taxa básica de juros sobe pela primeira vez em 6 anos e vai para 2,75%

A taxa básica de juros anual foi elevada pela primeira vez desde 2015 pelo Banco Central, passando de 2% para 2,75%. O anúncio surpreendeu o mercado, que esperava um ajuste menor. A decisão foi tomada devido à escalada persistente de preços e a expectativa de aumento da inflação. O órgão sinalizou que pode determinar um novo reajuste em maio, para 3,50%, caso não haja mudança na projeção de inflação e no balanço de riscos.

Um impacto imediato do reajuste da taxa básica de juros pode acontecer frente ao dólar, que já subiu mais de 7% neste ano. A da moeda norte-americana preocupa o Banco Central, segundo analistas, por expor a economia interna ao aumento de preços. É o caso dos combustíveis e de alguns alimentos, principais vilões para que a inflação oficial acumulada de fevereiro, de 5,20%, tenha sido a maior em cinco anos.

Folha de S.Paulo: Taxa de juros sobe pela primeira vez desde 2015
Valor Econômico: Para economistas, Banco Central acelerou o passo
6 Minutos: BC indica taxa de juros maior em menos tempo