Brasil

Sexta-feira, 2 de abril de 2021

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1. Butantan e Fiocruz devem entregar pelo menos 27 milhões de vacinas em abril

Pelo menos 27 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus estão asseguradas para o Brasil para este mês. A estimativa foi feita pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz e leva em conta apenas os medicamentos que não dependem da importação de matéria-prima para serem produzidos e envasados no país. Essa quantidade é suficiente para imunizar 13,5 milhões de pessoas, considerando-se a necessidade da aplicação de duas doses. O Ministério da Saúde trabalha com uma estimativa mais conservadora e prevê 25,5 milhões de vacinas neste mês.

O Butantan, do governo de São Paulo, entregou 32,8 milhões de doses de Coronavac até o mês passado. A Fiocruz liberou 5,8 milhões de unidades no mesmo período. Levantamento mostra que 17,6 milhões de pessoas já tomaram a primeira dose da vacina e 5 milhões tomaram a segunda. Até agora, menos de 10% da população foi vacinada, mas o ritmo de imunização já demonstra aceleração: a média diária de aplicações do medicamento subiu de 293 mil para 592 mil de 20 de março até o último dia 30.

O Globo: 27 milhões de vacinas estão garantidas para abril
Folha de S.Paulo: Ritmo de vacinação começa a acelerar
Our World in Data: Acompanhe a vacinação no Brasil e no mundo

2. Governo admite que o estoque de medicamentos para internados é crítico

Todos os estados brasileiros mais o Distrito Federal estão com “estoque crítico” de medicamentos para tratar pacientes com coronavírus que precisam ser intubados. O diagnóstico do Ministério da Saúde foi divulgado na terça-feira. Segundo o governo, houve um aumento rápido da demanda pelos remédios devido ao agravamento da pandemia de Covid-19 no país. Os estoques podem suprir o sistema de saúde até o meio da semana que vem.

O ministério informou que deverá receber medicamentos por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e que negocia o recebimento de doações da Espanha e de uma multinacional. Há também conversas com a União Europeia, mas nenhuma dessas alternativas deve ser concretizada nesta semana. O Brasil registra sucessivos recordes de mortes pela doença e soma mais de 321 mil óbitos. O número de contaminados ultrapassa 12,7 milhões de pessoas. O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o lockdown. “Não é ficando em casa que vamos solucionar o problema [pandemia]. O Brasil tem que voltar a trabalhar”, disse.

O Estado de S. Paulo: Governo alerta para risco de faltar remédios
Folha de S.Paulo: ‘Não adianta ficar em casa’, diz presidente
O Estado de S. Paulo: Brasil registra 3.950 mortes em 24 horas
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia

3. Bolsonaro troca 6 ministros no mesmo dia e prestigia aliados do Centrão

O presidente Jair Bolsonaro trocou seis ministros na segunda-feira. Foram destituídos dos cargos, na segunda-feira, os titulares das pastas de Relações Exteriores, Defesa, Justiça, Casa Civil, Secretaria de Governo e Advocacia-Geral da União, as duas últimas com status político de ministério. Dos demitidos, o chanceler Ernesto Araújo era o que estava sob mais pressão de parlamentares e de integrantes do governo.

O Centrão, grupo de informal que reúne parte dos parlamentares do PP, Republicanos, PTB, MDB, Solidariedade, DEM, PL, PSD, PROS, PSC, Avante e Patriota está próximo de Bolsonaro no momento e foi agraciado com a nomeação da deputada federal Flavia Arruda (PL) para a Secretaria de Governo, pasta que cuida da articulação do Executivo com o Congresso Nacional. O bloco reúne de 170 a 220 votos e tem entre seus expoentes o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Para o Orçamento deste ano, o Congresso aumentou a destinação de verba para áreas controladas pelo Centrão em até 224%.

Valor Econômico: Centrão assume coordenação política de Bolsonaro
Congresso em Foco: Bolsonaro prestigia Lira e Centrão com ministério
Folha de S.Paulo: Aliados comemoram avanço do Centrão no governo
O Estado de S. Paulo: Congresso ‘turbina’ orçamento para o Centrão

4. Comandantes militares deixam cargos após clima tenso com o presidente

Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram os cargos simultaneamente após a demissão do ministro da Defesa. O descontentamento teria levado os militares a decidirem renunciar, mas durante tensa reunião com o novo titular da pasta, general Walter Braga Netto, eles foram demitidos por ordem do presidente Jair Bolsonaro. É a primeira vez na história do país que fato como esse acontece.

Nos bastidores, os comandantes afirmaram que não aceitariam a pressão para que as Forças Armadas manifestassem apoio político às ações do governo contrárias às restrições de circulação determinadas em várias partes do país devido à pandemia. Bolsonaro tem afirmado que o lockdown implantado em cidades e estados prejudica o país e que ele poderia adotar medidas mais severas para impedir a suspensão das atividades no país, como o Estado de Defesa, quando o presidente toma decisões unilaterais de emergência. A ideia foi abandonada após críticas.

Folha de S.Paulo: Cúpula militar deixa cargos após atrito com Bolsonaro
O Estado de S. Paulo: Ex-ministro e generais rejeitam ‘aventura de golpe’
Folha de S.Paulo: Com novo comando, presidente tenta superar crise
O Globo: Leia a repercussão da troca dos comandos militares

5. PIB brasileiro ficará abaixo da média da América Latina, diz Banco Mundial

Relatório do Banco Mundial divulgado nesta semana indica que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deverá fechar este ano com crescimento de 3%, índice menor que o previsto na média para a América Latina, de 4,4%. Segundo o documento, Argentina (6,4%), Chile (5,5%), Colômbia (5%) e México (4,5%) terão atividade econômica maior, apesar de terem tido desempenho pior que o do Brasil no ano passado.

Em janeiro deste ano o Banco Mundial já havia projetado um crescimento de 3% no PIB brasileiro. A diferença, agora, é que a estimativa para a América Latina ficou maior, subindo de 3,7% para o patamar de 4,4%. A segunda onda da pandemia no Brasil é vista com preocupação e o cenário indica inflação acima do centro da meta, aumento da pobreza e maior endividamento público. Ontem, o governo anunciou nova rodada de pagamento do auxílio emergencial para a população de baixa renda. A ajuda custará R$ 44 bilhões e beneficiará 45,6 milhões de pessoas.

Valor Econômico: Banco Mundial prevê crescimento de 3% no Brasil
Folha de S.Paulo: Governo libera novo auxílio emergencial
Jornal da Record: Com impacto da Covid, PIB crescerá menos