Brasil

Sexta-feira, 2 outubro de septembro de 2020

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1. São Paulo marca início da vacinação contra o coronavírus para dezembro

O governo de São Paulo começará a vacinação contra o coronavírus no dia 15 de dezembro. Os profissionais de saúde serão os primeiros imunizados. A data foi marcada após assinatura de contrato para o fornecimento de 46 milhões de doses do medicamento CoronaVac, produzido pelo laboratório chinês Sinovac e testado na população em parceria com o Instituto Butantã. A vacina será aplicada em duas doses com intervalo de 14 dias. O governo desembolsou US$ 90 milhões e aguarda apenas a conclusão da terceira fase de testes para obter autorização de uso no país. Até fevereiro do ano que vem mais 14 milhões de doses estarão disponíveis.

O anúncio de data para início da vacinação foi questionado por alguns especialistas. Para o infectologista Alvaro Furtado da Costa, do Hospital das Clínicas, ligado à Universidade de São Paulo, ainda não há uma garantia de eficácia superior a 50% das vacinas testadas, índice que pode chancelar o uso. “A euforia e a expectativa são muito grandes, mas todas essas vacinas e tecnologias precisam de evidência científica”, diz. Ontem, o governo recebeu o primeiro pedido de autorização de vacina contra o Covid-19, enviado pela Astrazeneca, que testa medicamento em parceria com Universidade de Oxford e a Fiocruz. Vários levantamentos indicam que o país caminha para a queda de casos e mortes, por enquanto. Já foram registradas mais de 144 mil mortes e 4,8 milhões de infectados pelo coronavírus no Brasil.

Folha de S.Paulo: População de SP será uma das primeiras a tomar vacina
G1: Governo vai analisar primeiro registro de vacina
O Globo: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

2. Desemprego aumenta 13,8% e renda de trabalhador cai durante a pandemia

A taxa de desemprego no Brasil, divulgada na quarta-feira, subiu para 13,8% no período de maio a julho, totalizando 13,13 milhões de pessoas sem ocupação. Foram fechados 7,2 milhões de postos de trabalho. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a maior taxa verificada desde 2012 e o maior contingente nos últimos quatro anos. A soma de desempregados, mão de obra subutilizada e aqueles que desistiram de trabalhar por não terem encontrado vaga revela que a deterioração do mercado atinge 52 milhões de pessoas.

Os trabalhadores brasileiros que preservaram seus empregos durante a pandemia enfrentaram uma queda de até 25% no rendimento entre maio e julho. Segundo dados do Ministério da Economia, quase um quarto da mão de obra formal, cerca de 9,5 milhões de pessoas, teve jornada reduzida ou contrato de trabalho suspenso desde o início da quarentena. O levantamento aponta que no período pesquisado os trabalhadores perderam algo em torno de R$ 431 por mês, o que equivale a 40% do salário-mínimo em vigor no país, de R$ 1.045.

Folha de S.Paulo: Deterioração do trabalho afeta 52 milhões de pessoas
O Globo: Desemprego sobe para 13,8% em julho
O Estado de S.Paulo: Trabalhador perde até 25% da renda na pandemia

3. Auxílio emergencial do governo vai atender a 56% das pessoas cadastradas

O governo anunciou nesta semana o novo calendário de pagamentos do auxílio emergencial para pessoas vulneráveis e de baixa renda durante a pandemia de coronavírus. O novo crédito assistencial será de R$ 300, ou R$ 600 (para mães que sustentem a casa). Segundo o Ministério da Cidadania, 27 milhões de pessoas dentre as 46 milhões de cadastradas que não recebem ajuda do Bolsa Família terão direito ao auxílio, o que equivale a 56,2% dos cadastrados. A ajuda federal será paga somente até dezembro.

O valor gasto até o final do ano na segunda etapa de pagamento de auxílio emergencial deve atingir R$ 9 bilhões. Dados mais recentes divulgados pelo governo federal apontam que 67,2 milhões de pessoas foram beneficiadas na primeira fase do programa de ajuda financeira. Nesta segunda fase, serão 43,3 milhões. Segundo o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, a prorrogação do auxílio reforça o compromisso do governo com a população mais vulnerável.

O Globo: Quase a metade dos cadastrados fica fora do novo auxílio
O Estado de S. Paulo: Governo começa pagar novo lote de ajuda

4. Política social de Bolsonaro muda de nome, mas é adiada novamente

O plano para lançar programa substituindo o Bolsa Família despertou desconfiança no mercado e entre opositores e foi temporariamente adiado mais uma vez. A “nova marca” do governo de Jair Bolsonaro que já teve o nome de Renda Brasil e agora é chamada de Renda Cidadã, previa reservar R$ 30 bilhões provenientes do atraso proposital no pagamento de dívidas judiciais a aposentados e pensionistas e da utilização de dinheiro destinado à educação básica para assegurar renda mensal de R$ 300 a famílias vulneráveis. Com isso, o governo queria elevar de R$ 35 bilhões para R$ 65 bilhões o gasto social e aumentar o número de famílias beneficiadas de 14,2 milhões para 20,2 milhões.

A estratégia foi vista como calote do governo e manobra para fugir do teto de gastos para 2021. A proposta foi mal recebida por investidores e impactou negativamente a Bolsa de Valores. O presidente reagiu às críticas. “Se nada faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022 [eleições presidenciais]”, disse. Mas saiu do Ministério da Economia o veto ao uso de dinheiro dívidas judiciais. O assunto continua em tramitação em Congresso Nacional e a equipe econômica busca alternativas para financiar o novo programa social.

Folha de S.Paulo: Governo busca alternativa para lançar Renda Cidadã
O Estado de S. Paulo: Renda Cidadã volta à estaca zero
Valor Econômico: Analistas criticam proposta para o Renda Cidadã
Folha de S.Paulo: ‘Se nada faço, sou omisso’, diz Bolsonaro sobre projeto

5. Campanha eleitoral começa; 42 mil candidatos mudaram cor e raça

A campanha eleitoral iniciada no domingo traz algumas novidades. Mais de 42 mil candidatos a prefeito e vereador dentre os 154 mil que disputaram as eleições de 2016 mudaram suas declarações de cor e raça na Justiça para disputar o pleito deste ano. Pela primeira vez o Brasil terá mais candidatos autodeclarados negros do que brancos. Dos 526 mil, 51% são negros (pretos e pardos) e 48% brancos. O Tribunal Superior Eleitoral passou a perguntar a cor e a raça dos candidatos em 2014. De lá para cá foram realizadas três eleições e em nenhuma delas houve maioria negra, que representa cerca de 56% da população brasileira.

A mudança não significa obrigatoriamente uma política afirmativa. O Supremo Tribunal Federal decidirá nos próximos dias sobre a criação de uma cota proporcional de financiamento de campanha e espaço no horário eleitoral de rádio e TV para negros e brancos. A medida deveria valer a partir de 2022, mas uma liminar pede a aplicação imediata. Outra novidade é o aumento de mulheres na disputa (34%). Nas três últimas eleições elas não atingiram mais do que 32% do total de candidaturas. O primeiro turno da votação será realizado em 15 de novembro. Cidades com mais de 200 mil eleitores poderão ter segundo turno para prefeito em 29 de novembro.

Folha de S.Paulo: 42 mil candidatos mudam de cor e raça para eleição
G1: Saiba mais sobre as eleições 2020