1. Acusado de mentir à CPI, Pazuello diz que crise é responsabilidade de todos

Em dois dias de depoimento à CPI da Covid, que investiga omissão do governo federal no combate à pandemia e desvio de verbas em estados e municípios, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello negou que tenha autorizado a compra de hidroxicloroquina e atrasado a compra de vacinas da Pfizer em 2020. Descartou também que o ministério sofria interferência direta do presidente Jair Bolsonaro. Contudo, ao longo das 16 horas de sessão ele disse que a decisão de não intervir no Amazonas, quando faltou oxigênio hospitalar no estado, foi tomada pelo conselho ministerial com presença e aval do presidente da República.

Questionado sobre o agravamento da situação no país, Pazuello afirmou que ele e todos os gestores públicos tiveram sua parcela de responsabilidade pelo atual cenário. O relator da comissão, senador Renan Calheiros contabilizou 15 contradições no depoimento. “Ele mentiu flagrantemente”, disse. Pazuello declarou, por exemplo, que não recebeu ordens para não comprar a vacina Coronavac, apesar de o presidente ter dito o contrário em vídeo e o ex-ministro ter afirmado na mesma gravação: “um manda [presidente], o outro obedece”. Ontem, Bolsonaro elogiou o ex-ministro e disse que “a CPI é um vexame”.

Folha de S.Paulo: Pazuello reforça tese de omissão do governo
O Globo: Relator diz que ex-ministro mentiu à CPI
CNN: CPI é um vexame, afirma Bolsonaro
Folha de S.Paulo: Leia mais sobre a CPI da Covid

2. Sem os insumos da China, Fiocruz e Butantan paralisam produção de vacina

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), responsável pela produção da vacina Oxford/AstraZeneca, e o Instituto Butantan, fabricante da Coronavac pararam de envasar os imunizantes devido à falta de insumos da China. Essas são as duas únicas vacinas produzidas no Brasil. O medicamento da Pfizer é importado dos EUA. Há uma expectativa de que o ingrediente farmacêutico ativo chegue ao país até amanhã. Somente o Butantan espera envazar mais 18 milhões de doses com o novo lote de insumos.

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta semana, aponta que 70% dos brasileiros acham que a vacinação está lenta, enquanto 22% acreditam que o ritmo está normal, dentro do que é possível. Segundo o levantamento, é majoritário o interesse de brasileiros em tomar a vacina contra o coronavírus. O índice de adesão subiu de 73%, em dezembro, para 89% em março e 91% neste mês. Até o momento, menos de 20% da população tomou a primeira dose da vacina. Entre as pessoas com 60 anos de idade ou mais, apenas 39% receberam as duas doses após 4 meses de campanha nacional.

O Globo: Sem insumos, produção de vacina para
Folha de S.Paulo: Para 70%, vacinação está lenta
G1: Apenas 39% dos idosos tomaram segunda dose
Folha de S.Paulo: Ritmo de vacinação cai em maio

3. Ocupação de leitos em UTIs da rede privada de São Paulo já é de 80%

O estado de São Paulo volta a enfrentar alto índice de ocupação de leitos em UTIs para pacientes com coronavírus. Desde o final de abril, houve aumento 7,5% na permanência de pessoas em estado grave da rede hospitalar privada. Pesquisa feita em 90 hospitais de grande porte, entre os dias 11 e 17, revela que a maioria (85%) está com ocupação superior a 80%. Desse universo, 39% estão no limite máximo e 46% perto da lotação completa (de 81% a 90% dos leitos).

Especialistas demonstram preocupação com o risco de uma terceira onda do coronavírus no estado de São Paulo. Alertam que quando ocorreu a segunda, entre janeiro e fevereiro, o número de internados em UTIs era de 5.900 pessoas e chegou a 12.961 pacientes em março. Agora, a média está em 10 mil. O país já registrou mais de 444,4 mil mortes e de 15,8 milhões de infectados pela doença desde o ano passado.

O Estado de S. Paulo: Cresce ocupação de UTIs
Folha de S.Paulo: Especialistas temem nova onda em SP
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia

4. Empresas revertem prejuízos de 2020 e retomam crescimento no 1º trimestre

Levantamento feito com base nos balanços de 322 companhias brasileiras não financeiras mostra que a retomada da economia em outros países e o preço das commodities no mercado externo impulsionou a recuperação do setor no primeiro trimestre. As empresas não só reverteram um prejuízo de R$ 37,4 bilhões verificado no mesmo período de 2020, como lucraram R$ 27,1 bilhões nos três primeiros meses deste ano.

Os setores de mineração e siderurgia foram destaque no período, motivados pelos preços mais altos do minério de ferro e do cobre no mercado. A retomada também ocorreu entre os frigoríficos e o segmento de alimentos e bebidas. “Não me recordo de um trimestre com resultados tão robustos, tanto no aspecto operacional como no financeiro. Tivemos uma combinação preços de exportação favoráveis e alguma retomada no mercado interno”, afirma William Volpato, coordenador do Valor Data.

Valor Econômico: Empresas revertem perdas e crescem

5. Ministro do Meio Ambiente é suspeito de contrabandear madeira para os EUA

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é suspeito de facilitar o contrabando de madeira ilegal para o exterior. Ele e a cúpula do instituto que coordena as ações no setor ambiental, além de empresários, foram alvos de operação da Polícia Federal nesta semana. A ordem de quebra de sigilos bancário e fiscal, além de buscas e apreensões de documentos em escritórios e residências foi dada pelo ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal.

A investigação surgiu após relatos do governo dos EUA sobre envio ilegal de madeira brasileira para aquele país. Os alertas foram ignorados pelo ministério e autoridades ambientais sob alegação de que a documentação antes exigida para exportação não era mais necessária, o que motivou denúncia à Polícia Federal. Policiais relacionam às suspeitas a uma movimentação de R$ 14,1 milhões, entre 2012 e 2020, feita por escritório de advocacia do qual Salles é sócio. O ministro negou irregularidades e disse que “atua sempre com bom senso e respeito às leis”.

O Estado de S. Paulo: PF investiga ministro e Ibama
O Estado de S. Paulo: Salles nega irregularidades