Brasil

Sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

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1. Campanha é iniciada com pouca vacina e Índia diz que enviará doses ao Brasil

Cinco dias após o lançamento da vacinação contra o coronavírus em São Paulo pelo governador João Doria, a média ainda está em torno de 18 mil pessoas imunizadas por dia no estado. No país, a situação não é diferente. Dados do Distrito Federal mais 5 estados mostram que pouco mais de 109 mil foram vacinados até a noite de ontem (50 mil em SP). As 6 milhões de doses disponibilizadas não são suficientes nem para os profissionais de saúde (5,9 milhões). Com a primeira remessa de Coronavac, muitos estados estimam conseguir imunizar apenas 30% desse grupo de linha de frente no combate à pandemia. O início da vacinação em território paulista expôs a fragilidade do governo Jair Bolsonaro na área, que lançou sua campanha depois com a vacina produzida em São Paulo.

Nesta semana, o governo federal voltou ao centro da polêmica por não ter recebido 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, lote prometido pelo ministério de Bolsonaro para o sábado passado e que só deve chegar hoje. Na semana passada, até um avião foi reservado para buscar o medicamento na Índia, mas a missão foi abortada diante da recusa daquele país de disponibilizar vacinas naquele momento. Já são mais de 214 mil mortos e outros 8,7 milhões de infectados pelo vírus no país.

O Estado de S. Paulo: Índia libera remessa de vacinas para o Brasil
Folha de S.Paulo: Primeira leva da vacina acaba dia 31
G1: Com poucas doses, estados racionam vacinas
Folha de S.Paulo: Em várias cidades, políticos furam fila da vacina

2. Falta de insumos farmacêuticos adia meta de produção brasileira de vacinas

A falta de insumos para vacinas contra o coronavírus afetou o início da produção nacional de medicamentos em larga escala. O ingrediente farmacêutico ativo que possibilita a fabricação é produzido pela China. Em São Paulo, o Instituto Butantan afirma que tem estoque para produção apenas neste mês e depende do envio do composto produzido na China para fabricar novos lotes de Coronavac. No Rio, a Fundação Oswaldo Cruz já adiou para março a produção da vacina Oxford/AstraZeneca.

Alvo de críticas por parte do presidente Jair Bolsonaro, o governo chinês tem sido interpelado para apressar o envio dos insumos. Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que recebeu do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o apoio para “destravar” a burocracia para envio dos insumos ao Brasil. Segundo o ministro, o governo está se antecipando ao problema, uma vez que contratualmente o prazo de entrega ainda não venceu.

O Globo: Ministro diz que China vai “destravar” envio
Folha de S.Paulo: Falta de insumo ameaça vacinação no Brasil
O Globo: Fiocruz adia entrega da vacina Oxford para março
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia

3. Em carta a Joe Biden, Bolsonaro lembra parceria ambiental com os EUA

O presidente Jair Bolsonaro enviou carta diplomática parabenizando Joe Biden pela posse e reafirmando a confiança na “longa e sólida” relação bilateral, inclusive nas metas ambientais. “Estamos prontos a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso diálogo ambiental, recém-inaugurado”, escreveu. Nesta semana, o Instituto Imazon apontou recorde em dez anos no desmatamento da Amazônia.

A agenda ambiental do presidente dos EUA, Joe Biden, exigirá esforço diplomático do Brasil, segundo especialistas. Em sua campanha, Biden prometeu US$ 20 bilhões para preservação do bioma, mas ameaçou retaliar opositores. Com a volta dos EUA ao Acordo de Paris, Carlos Poggio, doutor em relações internacionais, diz que “o Brasil pode ser tornar prioridade negativamente”. O ex-embaixador Rubens Barbosa lembra que as divergências somadas ao posicionamento da Europa criam “consequências negativas para a economia e produtos brasileiros no exterior”.

O Estado de S. Paulo: Bolsonaro fala sobre ambiente em carta a Biden
CNN: Ex-embaixador diz que Brasil terá de se ajustar aos EUA
TV Globo: Desmatamento é o maior em 10 anos na Amazônia

4. Governo avalia nova liberação de corte salarial e suspensão de contratos

O governo federal estuda voltar a autorizar empresas a cortarem salários e suspenderem contratos de trabalho para tentar preservar empregos no país. A equipe econômica vê as medidas com alternativas à não prorrogação do pagamento de auxílio emergencial às pessoas de baixa renda, como foi feito no ano passado. Fator preponderante no estudo é o custo fiscal da ação. No ano passado, o governo desembolsou R$ 51,5 bilhões com a complementação dos acordos.

Segundo o Ministério da Economia, quase 10 milhões de trabalhadores foram beneficiados no ano passado com a assinatura de cerca de 20 milhões de acordos. Mais de 1,4 milhão de empregadores foram envolvidos. A renovação do Programa de Preservação de Renda e do Emprego depende também, entre outros fatores, da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro, que podem encampar um movimento para retomar o pagamento de auxílio emergencial até que haja refluxo da pandemia.

Valor Econômico: Governo pode liberar corte de salário novamente

5. Comitê mantém a taxa básica de juros em 2% pela terceira vez consecutiva

O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 2% para este ano. Essa foi a terceira reunião consecutiva em que o índice foi mantido na mínima histórica. A ata do comitê indica que a inflação poderá ser menor do que o esperado neste ano caso a baixa atividade da economia persista no Brasil, porém, políticas de respostas à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país podem causar o aumento da inflação.

A meta central da inflação para este ano é de 3,75%, mas o IPCA, indicador oficial, pode ficar na margem entre 2,25% e 5,25% sem que a meta seja descumprida. Para o ano que vem, após campanhas de vacinação e com possibilidade de retomada, a meta é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. No ano passado, reajustes nos preços dos alimentos impactaram a inflação país, que chegou a 4,52%, a maior desde 2016.

O Globo: Copom mantém taxa básica de juros em 2%