Brasil

Sexta-feira, 25 de septembro de 2020

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1. Em discurso à ONU, Bolsonaro culpa índios e clima por desmatamento

O presidente Jair Bolsonaro defendeu sua política ambiental e apontou “indígenas e caboclos” como responsáveis pelo desmatamento no país. Segundo ele, em discurso na abertura virtual da Assembleia Geral da ONU, alterações climáticas e uma “campanha brutal de desinformação” completam o cenário de oposição ao seu governo. O chefe do Executivo reafirmou também que o agronegócio brasileiro “continua pujante” e que a Amazônia desperta o interesse de estrangeiros, mas ressaltou que o Brasil age com “tolerância zero” contra crimes ambientais.

O discurso do presidente repercutiu mal entre empresários e executivos, segundo a imprensa. A visão dos entrevistados é que o presidente teria perdido mais uma chance de melhorar a imagem do país, principalmente devido ao passado negativo da posição do governo atual com relação às demandas ambientais da comunidade internacional. Segundo o último levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de janeiro até o último dia 21, o número de queimadas aumentou 13% no país: foram 6,7 mil focos de incêndio em florestas ante 5 mil no mesmo período do ano passado. O Pantanal enfrenta o maior incêndio de toda a sua história.

Folha de S.Paulo: Bolsonaro culpa clima e índios pelo desmatamento
Folha de S.Paulo: Leia a íntegra do discurso presidencial na ONU
O Estado de S. Paulo: Mourão critica “superdimensionamento” de queimadas
Folha de S.Paulo: Para empresários, presidente perdeu mais uma chance

2. Aprovação popular ao governo federal sobe de 29% para 40% em 9 meses

Pesquisa aponta que a aprovação ao governo federal aumentou de 29%, em dezembro de 2019, para 40% neste mês. O percentual refere-se às avaliações de ótimo e bom para o desempenho da atual gestão. Segundo o Ibope, que realizou o levantamento a pedido da Confederação Nacional da Indústria, esse é o maior índice positivo desde o início do mandato. A proporção de entrevistados que consideram o atual governo ruim e péssimo caiu de 38% para 29%. Foram ouvidas 2 mil pessoas entre os dias 17 e 20.

Na mesma pesquisa, a avaliação pessoal de Bolsonaro também apontou melhora significativa e voltou ao maior patamar que o presidente já teve em levantamentos do Ibope. Para 50% dos brasileiros, o estilo de governar do presidente é ótimo ou bom. Em dezembro eram 41% e em abril de 2019, 51%. Outros 29% consideram a gestão regular. Na área ambiental, outra pergunta da pesquisa, a aprovação variou de 40% para 37% e ficou dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais. Com relação ao futuro, 36% esperam que a gestão seja ótima ou boa e 30% avaliam que será ruim ou péssima.

O Globo: Aprovação ao governo aumenta, segundo Ibope

3. Comércio eletrônico cresce 6 anos em apenas 6 meses em São Paulo

O comércio eletrônico cresceu o equivalente a seis anos em apenas seis meses, influenciado pela pandemia, Os dados são da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Segundo estudo da entidade, de janeiro a junho deste ano, as vendas online cresceram de 2,9% para 3,7% de participação no volume total do varejo. Na capital paulista, o crescimento foi ainda maior e passou de 3,6% do volume de vendas para 5%. Foram as maiores taxas de crescimento no período entre 2013 e 2019.

Projeções feitas pela entidade apontam que o comércio eletrônico na cidade de São Paulo poderá responder por uma fatia de 6% a 7% das vendas a varejo até o final do ano. A estimativa para o estado é de 5%. Em Nova York (EUA), essa parcela é de 10%, em média. Apesar do bom desempenho, a perspectiva é de que as compras de alto valor se estabilizem até o final do ano, pois o pico de consumo de bens duráveis aconteceu no início da pandemia e com as restrições de circulação, antes do agravamento do desemprego e da insegurança com relação ao risco de perda do padrão de renda.

O Estado de S. Paulo: Vendas online crescem 6 anos em 6 meses

4. Nível de desemprego na pandemia aumenta 27,6% de maio até agosto

A taxa de desemprego no Brasil alcançou a marca de 13,6% do total da população ocupada no mercado de trabalho. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e significam que o país contabilizou 12,9 milhões de pessoas sem emprego até o final do mês passado; 2,9 milhões a mais que o contingente registrado em maio, o que equivale a uma alta de 27,6%. Nas cinco regiões do país pesquisadas pelo IBGE, a maior taxa de desemprego foi verificada no Nordeste (15,7%), seguido de Norte (14,2%), Sudeste (14%), Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10%).

Conforme o levantamento, criado exclusivamente para medir impactos da pandemia no mercado de trabalho, o desemprego afeta mais as mulheres (16,2%) do que os homens (11,7%). A pesquisa não representa o indicador oficial do país, que ficou em 13,3%, mas é um diagnóstico da situação nos domicílios visitados para verificação de incidência de coronavírus. Dados apontam que 4,1 milhões de pessoas estavam afastadas do local de trabalho devido ao isolamento social e atividades restritas.

G1: Desemprego tem alta diante da pandemia

5. Estudo da Harvard aponta que inflação do Covid atinge mais os brasileiros

Os brasileiros estão entre os que mais sofrem o impacto da pandemia no custo de vida, segundo pesquisa realizada pelo economista Alberto Cavallo, da Universidade Harvard. O estudo compara a elevação de preços ao consumidor durante a pandemia de coronavírus com os índices oficiais de inflação em 18 países emergentes e desenvolvidos. O Brasil, segundo a análise, registrou a maior diferença entre a chamada “inflação da Covid” e o indicador oficial de preços em maio, de 0,88 ponto percentual. O país está à frente de Uruguai, EUA, Coréia do Sul e Chile. “As pessoas estão consumindo mais comida (com inflação) e menos transporte (com deflação)”, disse o pesquisador.

Os impactos do coronavírus no país continuam severos. Já são cerca de 140 mil mortos e quase 4,7 milhões de pessoas contaminadas. Mas esse número de infectados é maior, pois infectologistas têm alertado desde o início para a subnotificação por causa de pacientes sem sintomas ou com sintomas leves que acabam não procurando os serviços médicos. A esperada curva descendente da pandemia ainda não está consolidada. Oito estados tiveram aumento do número de mortes, nove tiveram queda e 9 ficaram em nível estável.

Folha de S.Paulo: Inflação da Covid atinge mais os brasileiros
O Globo: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo